DON CURZIO NITOGLIA
Tradução:
Gederson Falcometa
16 de fevereiro de 2010
Original: http://www.doncurzionitoglia.com/sionismo_trionfo_e_fine_israele.htm (Catalogo Librario, Dom Curzio Nitoglia)
Retirado de: Blogue Salve Regina
Saiu em 2005, traduzido do original em língua
inglesa (2004), um interessante livro, ainda que não condivisível in toto, de Yakov M. Rabkin [1],
professor do Departamento de História da Universidade de Montreal, visiting
scholar em Yale University e também em Tel Aviv.
Uma das surpresas que nos reserva o professor
canadense de origem russa-israelense, e então não acusável de anti-“semitismo”,
é aquela segundo a qual «entre os sustentadores incondicionais de Israel
existem mais ‘cristãos’ que hebreus» [2]. Segundo «o pregador ‘evangelista’ Jerry Falwell […], a
fundação do Estado de Israel em 1948 é a “a prova que o retorno de Jesus Cristo
está próximo” » [3].
Tal ideia é levada adiante não só pelos judeus
sionistas, mas sobretudo pelos “cristãos
evangélicos” [4] e – acrescento eu – pelos “católicos/modernistas” a partir
do Concílio “Econômico” [5] Vaticano II e a Declaração Nostra Aetate de 1965 até os nossos dias. Na verdade, o “17 [6] de
janeiro de 2010, ouvimos o coro do Templo Maior hebraico romano cantar diante
de Bento XVI “Esperamos o Messias”.
Mas, para nós católicos-romanos Jesus é o
Messias e veio a 2010 anos atrás, fundou uma Igreja sobre Pedro e seus
sucessores, os Papas, que são os seus “Vigários” na terra. Agora, como nunca
antes, diante do Vigário do Messias já vindo, se canta “Esperamos o Messias“ porvir? Talvez, nós católicos romanos sejamos
muito antiquados para podermos entender que tenha ocorrido um “aggiornamento”
em chave pastoral a-dogmática? Em realidade isto é como o cumprimento daquilo
que diziam Domenico Giuliotti: “coisa para empalidecer o inferno” e Padre Pio:
“certos homens são piores que o diabo”. Se fossem estúpidos ou loucos, não
teriam culpa, mas são diabolicamente inteligentes e espertos, onde são
indesculpáveis. Felizmente alguns Bispos católicos estão despertando; é famoso
o caso de mons. Tadeusz Pironek, ex-Secretário da Conferência Episcopal
Polonesa, que declarou: «Os Israelenses não respeitam os direitos humanos dos
Palestinenses. A Shoah não é apenas
hebraica, mas diz respeito a católicos e Polacos. O Holocausto enquanto tal, é
uma invenção dos hebreus» (Pontifex,
25 de janeiro de 2010, p. 2 e Corriere
della Sera, 26 de janeiro de 2010, p. 17). Isto foi seguido por Mons.
Simone Statizzi, Bispo emérito de Pistóia, Mons. Ennio Appignanesi, arcebispo
emérito de Potenza, Mons. Vicenzo Franco, Bispo emérito de Otranto, Mons.
Felice Leonardo, Bispo emérito de Telese, com declarações “teologicamente
incorretas” em todo campo (v. Sì sì no
no, 15 febbraio 2010, pp. 6-8). Em campo laico, o professor Antônio
Caracciolo, que foi ameaçado de expulsão da Universidade La Sapienza de Roma onde ensina, por ter expresso o desejo de “pesquisar”
a verdade histórica sobre a real entidade shoah,
sendo ele um “Pesquisador” de profissão e pago para isto, não se deixou
atemorizar, mas passou ao contra-ataque e foi absolvido com fórmula disciplinar
plena no procedimento disciplinar, que o seu Reitor havia desejado demandar ao
Colégio, de Disciplina do Conselho Universitário Nacional, o qual desenvolveu
os seus trabalhos e se pronunciou em 13 de janeiro de 2010. Em via excepcional,
estava presente o próprio Reitor, o qual após ler as alegações defensivas do
Prof. Caracciolo e escutar os seus três advogados, decidiu retirar qualquer
requisição de sanção [7]. Valha de exemplo sobretudo para nós “eclesiásticos”.
No seu livro Rabkin explica que a oposição ao
sionismo e ao Estado de Israel é expressa pelos rabinos ortodoxos, pelos
hebreus religiosos [8] e por aqueles liberais em nome da Torah e em nome do pacifismo ou defesa dos direitos humanos, em
espécie dos Palestinos. Ao invés, entre nós goyjim
se equipara antisionismo a antisemitismo. Talvez este zelo intempestivo dos
Gentios nos confrontos do sionismo seja a prova dos nove de uma piada de
tradição chassídica contada também
por Moni Ovadia: ”Sabes porque os hebreus são todos inteligentes? Porque os
estúpidos lhes batizam!”. Essa é uma prova dos nove da validade teórica do
ante-“scemitismo” do qual já escrevemos sobre este site.
A atualidade do livro de Rabkin ultrapassa a
querela entre hebreus religiosos, liberal/pacifistas e nacional/sionistas, para
mostrar «quão grave é a aposta em jogo
para o conjunto do povo hebreu, ainda mais hoje que o Estado sionista busca
impor a própria hegemonia política e militar sobre a região, configurando uma
ameaça para os hebreus ainda mais fundamental que a hostilidade árabe e
palestinense»[9] e – ousarei dizer – que aquela germânica de 1942-45.
Leitura “hebraica
não-sionista” da shoah
A shoah
é vista pelos hebreus religiosos como uma espécie de repetição da destruição de
Jerusalém e do seu Templo por parte de Tito [10]. Para os hebreus religiosos e
a-sionistas a causa de tal “catástrofe”
(tradução exata de “shoah”, que não
significa “holocausto”), assim como de outras foi a infidelidade a Deus por
parte do povo hebraico: em 70 e 135 a destruição do Templo de Jerusalém
realizada por Tito e da Judeia realizada por Adriano; em 1492 expulsão dos
hebreus da Espanha; em 1942-45 a “shoah”
dos hebreus da Europa norte-oriental depois da declaração de guerra do judaísmo
sionista ao III Reich germânico em 1933. Mesmo o grande rabino sefardita de
Jerusalém, OVADIA YOSEF, declarou: «as vítimas da shoah são as almas dos pecadores askenaziti reencarnados e
castigados pelos Alemães» (La Stampa,
7 de agosto de 2000, p. 11). Ele, de fato, é um conhecido cabalista e acredita
cabalisticamente na reencarnação das almas. Sempre La Stampa de Turim no mesmo artigo comenta: «Outro a tornar os
nazistas instrumento divino, Yoséf avalia o conceito da responsabilidade dos
hebreus na própria perseguição». Intervém também o grande rabino askenazita de
Jerusalém, MEIR LAU, (entrevistado no mesmo cotidiano, no mesmo dia e no
referido artigo) e, embora não entrando, em uma disputa teológica
anti-cabalística/sefardita sobre a reencarnação, afirma: «o conceito sefardita
nas suas conclusões é similar àquele que usava a Igreja quando sustentava que
os hebreus estavam destinados a expiar o Deicídio. Dois dias depois, em 9 de
agosto de 2000, o rabino chefe de Turim ALBERTO SOMÈK, sefardita, lança uma
longa e importante entrevista no La
Stampa (página 21), no qual explica que «As declarações de Ovádia Yoséf
longe de ter ligações com a política médio-oriental, refletem um debate todo interno no hebraísmo como
religião. Sobre o plano teológico a reencarnação tem sólidas bases (Talmude
da Babilônia, Kiddushin 72ª),
sobretudo depois da expulsão dos hebreus da Espanha. As palavras de Yoséf
suscitam escândalo porque atacam uma teologia alternativa: ”O silêncio de Deus”, que leva a negação
da sua onipotência ou também da sua existência, a qual repreende as teorias
filosóficas modernas e laicistas da “Morte
de Deus”. Rav Yoséf quer lançar as bases teologicamente ortodoxas da shoah similar à destruição do Templo e à
expulsão da Espanha». Em 15 de agosto é a volta do rabino sefardita Sholòmo
Benzìri, que afirma: «Durante o holocausto os pioneiros sionistas [askenaziti]
se interessavam mais pelas próprias vacas do que em salvar a Comunidade
hebraica ortodoxa na Europa. Os Pais do
sionismo as abandonaram ao próprio destino. Cometeram um crime imperdoável»
(La Stampa, p. 1). Seria interessante (e também lógico e coerente) se os
hebreus sefarditas acusassem os askenaziti de “crime contra a Humanidade” e
lhes levassem a um “Nuremberg-bis”.
A Alemanha agredida
pelo sionismo
Autor confessa honestamente que foi primeiro «a ala mais combativa do
sionismo a ter um discurso agressivo nas
relações com o novo [1933] governo
alemão. Jabotinsky age como se fosse o comandante supremo das forças
armadas hebraicas. Ele ataca a Alemanha pela rádio oficial polonesa» [11] e o “Daily Express” de 24 de março de 1933 em
primeira página intitula: “Judea declares
war on Germany. Jews of all the world unite in action. Boycott of german goods“. Hitler
tinha acabado de assumir o poder (janeiro de 1933). O próprio Rabkin, que não é
certamente um nazista ou antissemita, escreve: «Os sionistas tinham declarado guerra a Hitler e ao seu país
muito antes da segunda guerra mundial, teriam chamado para um boicote
econômico da Alemanha, desencadeando a
raiva do ditador [12]. […] São estes “homens de Estado” que em 1933
organizaram o irresponsável boicote contra a Alemanha […], que trouxe a
desgraça sobre os hebreus na Europa» [13]. Rabkin continua: «Todos os críticos
acusam os líderes sionistas de terem se ocupado mais de um futuro Estado que
pela sorte dos hebreus […], assim, muitas tentativas de salvar os hebreus na
Hungria e em outros lugares encontrariam uma resistência por parte dos
dirigentes sionistas» [14]. Francamente nos explica que não os antissemitas,
mas «os haredim e aqueles que provém
do ambiente hebraico liberal foram talvez os
primeiros a comparar os sionistas aos nazistas […] pelo culto da força e a
adoração do Estado. Estas comparações, na época bastante frequentes, […] foram
retomadas depois pela propaganda soviética e, mais tarde, por muitas mídias árabes» [15]. As Leis raciais de
Nuremberg são de 1935, dois anos depois da declaração de guerra do judaísmo
sionista à Alemanha.
Periculosidade
apocalíptica do sionismo
Segundo muitos pensadores haredim «a shoah e o
Estado de Israel não constituem de fato, acontecimentos antitéticos –
destruição e reconstrução -, mais um processo contínuo: a erupção final das
forças do mal […]. A tradição judaica considera arriscada toda concentração de hebreus em um mesmo lugar. Os
críticos hodiernos fazem observar que as previsões mais graves parecem
realizar-se, porque o Estado de Israel se tornou “o hebreu entre as Nações” e o
País mais perigoso para um hebreu» [16]. No capítulo VII do seu livro Rabkin
aprofunda este tema: «O Estado de Israel está em perigo […]. Aquilo que vinha apresentado como um refúgio, mesmo o
refúgio por excelência, teria se tornado
o lugar mais perigoso para os hebreus. São sempre mais numerosos os israelenses
que se sentem presos em uma “armadilha sanguinária”. […] E cresce o número de
quantos exprimem dúvidas acerca da sobrevivência de um Estado de Israel criado
no Oriente Médio, naquela “zona perigosa” […]. Os teóricos do anti-sionismo
rabínico sustentam […] que a shoah
seja apenas o início de um longo processo
de destruição, que a existência do Estado de Israel só faz agravar. […]
Concentrar [5-6] milhões de hebreus em um lugar assim perigoso beira a loucura
suicida» [17]. Analogamente ao que sucedem em Massada em 73. Mas a história não
parece ser mais “magistra vitae”.
Conclusão
a)
Enquanto no “ocidente” os goyjim são
obcecados pela shoah, como por “um passado que não passa” (Sérgio
Romano), em Israel se começa a entender que a shoah é o início de um longo processo de destruição. Na verdade Israel aparece como uma armadilha
arriscadamente cruenta para os cerca de seis milhões de hebreus concentrados em
um mesmo lugar.
b) Aquilo que poderia parecer inicialmente um
magnífico triunfo ou um belíssimo sonho está se revelando sempre mais um
terrível fracasso e um tremendo processo de autodestruição. Justamente Rabkin
vê em Israel um perigo para a inteira humanidade, que poderia levar a uma
“catástrofe” de proporções mundiais.
DON CURZIO NITOGLIA
16 febbraio 2010
http://www.doncurzionitoglia.com/sionismo_trionfo_e_fine_israele.htm
Notas:
[1] Yakov M. Rabkin,
Una minaccia interna. Storia
dell’opposizione ebraica al sionismo, [2004] Verona, Ombre corte, 2005.
info@ombrecorte.it (pagine 286, euro 18, 50).
Desde a “Introdução” o Autor recusa toda
tentativa de fazer passar por antissemita aqueles que rejeitam o sionismo em
nome da Torah. Na verdade, o Estado
de Israel não corresponde aos cânones religiosos dos rabinos talmudistas, mas é
mais «uma entidade nacional no sentido
europeu do termo »
(p. 216). Segundo os hebreus, ao invés, «o Templo pode descer do céu em
qualquer momento […], afim de que nenhum acredite que o Templo seja
reconstruído pelo homem […]. A inteira cidade de Jerusalém pode descer do céu e
não pode derivar do esforço humano (ivi).
Cfr também Sconfiggere
Hitler. Per un nuovo umanesimo ebraico [2007], Vicenza, Neri Pozza, 2008.
www.neripozza.it (pagine 407, euro 19). O Autor (nascido em Israel em 1955
filho de um ministro israelense, já deputado entre os trabalhadores e
Presidente do Parlamento israelense) explica que a memória da shoah deixou Israel indiferente ao
sofrimento dos outros. Ele propõe reavaliar a Diáspora diante do surgimento de
novas “teoria raciais hebraicas, o desenvolvimento hiper-nacionalista do Estado
de Israel e a definição do sionismo quase exclusivamente em relação à shoah, já que a sociedade israelense não
pode viver na sombra do passado holocáustico. Burg descreve o País no qual
vive, como um Estado militarista e militarizado, xenófobo, obcecado pela shoah, em mão de uma minoria extremista,
fortemente vulnerável. Assim, consegue
demolir algumas pilastras dos propagandistas sobre as quais se rege o Estado de
Israel. O seu livro, que apareceu em Israel em 2007, suscitou uma grande
discussão que até agora não foi fechada.
[2]
Y. M. Rabkin, cit., retro copertina.
[3]
Cfr. Id., p. 168.
[4]
Id., ivi.
[5]
Diz-se que João XXIII, sendo um agudo “perscrutador dos sinais dos tempos”,
havia notado que o boom econômico dos
anos 50 não duraria por um longo tempo e seria detido no fim da década de 60,
assim para “poupar” certezas, muito fadigosas e empenhantes, do dogma, que um concílio econômico, “pastoral” ou
“bucólico”, menos empenhante, dispendioso e ao passo com os tempos de crise que
viriam, os quais nos colocariam no “verde”. E a história lhe deu amplamente
razão. De fato, os anos 60 foram aqueles da famosa austerity.
[6]
Também aqui, qualquer supersticioso poderia dizer que tal número junto ao “13”
[abril de 1986, visita de João Paulo II à sinagoga de Roma] porta “infortúnio”.
Como um velho provérbio recita: “nem Vênus nem Marte, não se esposa nem se
parte e não se dá início a arte”, o novo soa: “nem de treze nem de dezessete,
não se trata com os sete”
[7]
Aqueles que quiserem podem enviar ao endereço comitatoeuropeo@gmail.com a sua
adesão para a constituição de um “Comitê europeu pela defesa da liberdade de
pensamento”. As adesões devem ser redigidas com o nome, sobrenome, profissão e
quaisquer outras informações úteis. Os dados são reservados e serão utilizados
apenas para as finalidades associativas.
[8]
Fiamma Nirenstein conta que um pequeno hebreu haredim ou religioso “de estreita observância”, instigado pelos
genitores e pelos rabinos, urinou sobre os pés do general Moshè Dayàn, que,
entrou em Jerusalém les em 1967, não queria ocupá-la totalmente. Naturalmente o
bom general sabra permaneceu sionisticamente impassível e “fechou um olho”
passando outro.
[9] Id, ivi.
[10] Cfr. Id., p. 187.
[11] Id., p. 195.
[12] “Vim vi repellere licet”, insegna il
Diritto naturale e romano.
[13] Id., p. 196.
[14] Id., p. 198.
[15] Id., p. 202.
[16] Id., pp. 210-211.
[17]
Id., pp. 213-215.
Quanto à questão acima exposta, GIORGIO ISRAEL no Il Giornale (29 de janeiro de 2010, p.1) escreve: «É o Irã o
verdadeiro herdeiro dos nazistas» assevera que Ali Khamenei, Ali Larijani e Mahmoud
Ahmadinejad querem a destruição de Israel e dos hebreus como Hitler. Ao invés,
o professor de “Estudos irarianianos” na Sorbone Nouvelle de Paris, YANN
RICHARD (expulso do Irã enquanto antikhomeineista), no seu último livro L’Iran de 1800 à nos jours, (Paris,
Flammarion, 2009) explica, com riqueza de referências, que o Xá da Pérsia
defenestrado em 1978-79 por Khomeini era um monarca manipulado pelos interesses
estrangeiros e sobretudo anglo-americanos, em função petrolífera e
anti-soviética/pan-árabe. Então a revolução de Khomeini (+1989) foi uma
verdadeira revolução que instaurou uma república islâmica no lugar de uma
monarquia corrupta e subserviente aos estrangeiros. Propriamente por isto, os
EUA financiaram Saddam Hussein na guerra contra o Irã (1980-1988). Certamente o
islã é o valor dominante da república iraniana, mas se trata de um islã
moderno, progressista, aberto às formas parlamentares, anti-imperialistas e
filo-palestinenses. Um dos inimigos do Irã é o Afeganistão dos Talibãs
islâmicos wahabiti e ferozmente anti-xiitas. No Afeganistão foram massacrados
cerca de quinze diplomatas iranianos pelos Talebans wahabati em Mazar-i-Sharif,
no norte do país. O professor Richard explica que o verdadeiro radicalismo
islâmico não é aquele sunita do Iraque de Saddam, nem aquele xiita do Irã de
Ahmadinejead, mas aquele wahabita afegão. O Irã se implantou como o primeiro
entre os países muçulmanos com o Presidente anti-Talibã Hamid Karzài no
Afeganistão. Lutou contra Saddam também em 2003, enquanto sustentou os xiitas
libaneses do Hezbolah e os Palestinos do Hamas.
Mesmo o anti-judaísmo não tem nenhum peso no Irã onde os hebreus
continuam a viver com direito a cidadania. Os discursos contra o Estado de
Israel de Ahmadinejad são anti-sionistas e não anti-semitas ou anti-hebreus.
Esses são amplificados pela mídia ocidental, enquanto o Irã não tem a força
bélica suficiente para destruir Israel. A ameaça nuclear iraniana é mais um
dissuasivo que o país poderia desenvolver em caso de um novo conflito, estilo
aquele de 1980-1988, que arma uma ofensiva pronta a ser utilizada eventualmente
contra Israel. Certamente desde o começo da revolução khomeineista o poder no
Irã oscilou entre “democracia” (ao contrário da velha monarquia Xá) e lei
islâmica, que é a atual denominação do Irã: os religiosos têm a guia do país,
mas aceitaram as regras parlamentares, esses se fazem paladinos da luta contra
o comunismo, o imperialismo super capitalista ocidental (anglo-americano) e do
apoio ao nacionalismo árabe. Contra Ahmadinejad está em ato uma espécie de
“revolução aveludada” conduzida por Moussavi, Karroubi e Khatami como aquelas
suscitadas pelos EUA na Geórgia e Ucrânia contra Putin.
«Mesmo alguns intelectuais leigos se perguntam
se o Estado de Israel não esteja caminhando direto para o suicídio coletivo»
como sucedeu em Massada em 15 de abril de 73 (Rabkin,
cit., p. 228). «O tema do perigo apocalíptico que o Estado de Israel representa
para o mundo inteiro retorna
regularmente nos discursos anti-sionistas: a difusão do terrorismo suicida do
Oriente Médio aos quatro cantos da terra […]. Alguns rabinos haredim estão preocupados pelo perigo universal constituído pelo Estado de Israel para a inteira
humanidade […], a criação de Israel […] levaria a uma ‘catástrofe’ [em
hebraico “shoah”] de proporções
mundiais» (p. 229).
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