Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

AJUDA AO COLÉGIO SÃO BENTO E SANTA ESCOLÁSTICA

A todos os que receberem esse vídeo, saibam que o Colégio São Bento e Santa Escolástica, que proporciona uma educação do Pré-Escolar ao Fundamental I, passa por seríssimas dificuldades, e é um dos poucos colégios católicos neste país que dão um ensino católico de verdade.

Mesmo que você não tenha filhos, tenha em mente que a formação destes pequenos desde a mais tenra infância com um ensino pautado nos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, é de fundamental importância para o futuro de suas almas, se queremos que elas se salvem. E nós queremos. Não podemos deixar essas crianças à mercê de um ensino laico eivado de princípios materialistas e marxistas, que nada querem com o Reinado Social de Nosso Senhor.

Qualquer contribuição é importantíssima, sendo nada mais nada menos que para a glória de Deus.

Nos corações de Jesus, Maria e José,
Cristoph Klug



quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Gustavo Corção sobre o Distributismo

Seu distributismo [de Chesterton] não é mais do que a doutrina social da Igreja apresentada de um modo chestertoniano, caracterizando-se pela acentuação de certos pontos e não pelo conteúdo. 

A ideia central é a da defesa da pequena propriedade e da pequena empresa contra o gigantismo, que já no seu tempo ameaçava a sociedade, e que no nosso tornou-se uma calamidade declarada. 

Afirmava o direito à posse, não como uma concessão, mas ousadamente, como outorgado por Deus; admitia o capital enquanto indispensável reserva, mas não admitia, de modo algum, o capitalismo, porque a principal característica desse regime a seu ver está na raridade e não na abundância do capital. 

O capitalismo é uma situação em que quase ninguém tem o capital e em que quase ninguém possui. Não são a existência e o uso do capital que constituem o capitalismo, é antes a sua quase inexistência ou o seu abuso. 

Por isso, nos tempos de moço, teve Chesterton a ideia de rejeitar o nome de capitalismo como impróprio e contraditório, propondo em seu lugar o de pauperismo ou proletarismo já que sua principal consequência é sem dúvida a difusão da miséria e do proletarismo escravizado. Mas reconheceu que sua denominação dava lugar a certas confusões quando se referia, por exemplo, ao pauperismo de Lord Northumberland. 

Voltou à designação corrente; mas de vez em quando, ao longo da sua obra, manifesta uma visível antipatia: “eu não gosto dessa palavra; é feia”.


CORÇÃO, Gustavo. Três Alqueires e Uma Vaca. Rio de Janeiro: Editora Agir, 1953. pg. 249-250.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O SIONISMO: TRIUNFO APARENTE E FIM REAL DE ISRAEL?

DON CURZIO NITOGLIA

Tradução: Gederson Falcometa
16 de fevereiro de 2010
Retirado de: Blogue Salve Regina

Saiu em 2005, traduzido do original em língua inglesa (2004), um interessante livro, ainda que não condivisível in toto, de Yakov M. Rabkin [1], professor do Departamento de História da Universidade de Montreal, visiting scholar em Yale University e também em Tel Aviv.

Uma das surpresas que nos reserva o professor canadense de origem russa-israelense, e então não acusável de anti-“semitismo”, é aquela segundo a qual «entre os sustentadores incondicionais de Israel existem mais ‘cristãos’ que hebreus» [2]. Segundo «o pregador ‘evangelista’ Jerry Falwell […], a fundação do Estado de Israel em 1948 é a “a prova que o retorno de Jesus Cristo está próximo” » [3].

Tal ideia é levada adiante não só pelos judeus sionistas, mas sobretudo pelos “cristãos evangélicos” [4] e – acrescento eu – pelos “católicos/modernistas” a partir do Concílio “Econômico” [5] Vaticano II e a Declaração Nostra Aetate de 1965 até os nossos dias. Na verdade, o “17 [6] de janeiro de 2010, ouvimos o coro do Templo Maior hebraico romano cantar diante de Bento XVI “Esperamos o Messias”.

Mas, para nós católicos-romanos Jesus é o Messias e veio a 2010 anos atrás, fundou uma Igreja sobre Pedro e seus sucessores, os Papas, que são os seus “Vigários” na terra. Agora, como nunca antes, diante do Vigário do Messias já vindo, se canta “Esperamos o Messias“ porvir? Talvez, nós católicos romanos sejamos muito antiquados para podermos entender que tenha ocorrido um “aggiornamento” em chave pastoral a-dogmática? Em realidade isto é como o cumprimento daquilo que diziam Domenico Giuliotti: “coisa para empalidecer o inferno” e Padre Pio: “certos homens são piores que o diabo”. Se fossem estúpidos ou loucos, não teriam culpa, mas são diabolicamente inteligentes e espertos, onde são indesculpáveis. Felizmente alguns Bispos católicos estão despertando; é famoso o caso de mons. Tadeusz Pironek, ex-Secretário da Conferência Episcopal Polonesa, que declarou: «Os Israelenses não respeitam os direitos humanos dos Palestinenses. A Shoah não é apenas hebraica, mas diz respeito a católicos e Polacos. O Holocausto enquanto tal, é uma invenção dos hebreus» (Pontifex, 25 de janeiro de 2010, p. 2 e Corriere della Sera, 26 de janeiro de 2010, p. 17). Isto foi seguido por Mons. Simone Statizzi, Bispo emérito de Pistóia, Mons. Ennio Appignanesi, arcebispo emérito de Potenza, Mons. Vicenzo Franco, Bispo emérito de Otranto, Mons. Felice Leonardo, Bispo emérito de Telese, com declarações “teologicamente incorretas” em todo campo (v. Sì sì no no, 15 febbraio 2010, pp. 6-8). Em campo laico, o professor Antônio Caracciolo, que foi ameaçado de expulsão da Universidade La Sapienza de Roma onde ensina, por ter expresso o desejo de “pesquisar” a verdade histórica sobre a real entidade shoah, sendo ele um “Pesquisador” de profissão e pago para isto, não se deixou atemorizar, mas passou ao contra-ataque e foi absolvido com fórmula disciplinar plena no procedimento disciplinar, que o seu Reitor havia desejado demandar ao Colégio, de Disciplina do Conselho Universitário Nacional, o qual desenvolveu os seus trabalhos e se pronunciou em 13 de janeiro de 2010. Em via excepcional, estava presente o próprio Reitor, o qual após ler as alegações defensivas do Prof. Caracciolo e escutar os seus três advogados, decidiu retirar qualquer requisição de sanção [7]. Valha de exemplo sobretudo para nós “eclesiásticos”.

No seu livro Rabkin explica que a oposição ao sionismo e ao Estado de Israel é expressa pelos rabinos ortodoxos, pelos hebreus religiosos [8] e por aqueles liberais em nome da Torah e em nome do pacifismo ou defesa dos direitos humanos, em espécie dos Palestinos. Ao invés, entre nós goyjim se equipara antisionismo a antisemitismo. Talvez este zelo intempestivo dos Gentios nos confrontos do sionismo seja a prova dos nove de uma piada de tradição chassídica contada também por Moni Ovadia: ”Sabes porque os hebreus são todos inteligentes? Porque os estúpidos lhes batizam!”. Essa é uma prova dos nove da validade teórica do ante-“scemitismo” do qual já escrevemos sobre este site.
A atualidade do livro de Rabkin ultrapassa a querela entre hebreus religiosos, liberal/pacifistas e nacional/sionistas, para mostrar «quão grave é a aposta em jogo para o conjunto do povo hebreu, ainda mais hoje que o Estado sionista busca impor a própria hegemonia política e militar sobre a região, configurando uma ameaça para os hebreus ainda mais fundamental que a hostilidade árabe e palestinense»[9] e – ousarei dizer – que aquela germânica de 1942-45.

Leitura “hebraica não-sionista” da shoah

A shoah é vista pelos hebreus religiosos como uma espécie de repetição da destruição de Jerusalém e do seu Templo por parte de Tito [10]. Para os hebreus religiosos e a-sionistas a causa de tal “catástrofe” (tradução exata de “shoah”, que não significa “holocausto”), assim como de outras foi a infidelidade a Deus por parte do povo hebraico: em 70 e 135 a destruição do Templo de Jerusalém realizada por Tito e da Judeia realizada por Adriano; em 1492 expulsão dos hebreus da Espanha; em 1942-45 a “shoah” dos hebreus da Europa norte-oriental depois da declaração de guerra do judaísmo sionista ao III Reich germânico em 1933. Mesmo o grande rabino sefardita de Jerusalém, OVADIA YOSEF, declarou: «as vítimas da shoah são as almas dos pecadores askenaziti reencarnados e castigados pelos Alemães» (La Stampa, 7 de agosto de 2000, p. 11). Ele, de fato, é um conhecido cabalista e acredita cabalisticamente na reencarnação das almas. Sempre La Stampa de Turim no mesmo artigo comenta: «Outro a tornar os nazistas instrumento divino, Yoséf avalia o conceito da responsabilidade dos hebreus na própria perseguição». Intervém também o grande rabino askenazita de Jerusalém, MEIR LAU, (entrevistado no mesmo cotidiano, no mesmo dia e no referido artigo) e, embora não entrando, em uma disputa teológica anti-cabalística/sefardita sobre a reencarnação, afirma: «o conceito sefardita nas suas conclusões é similar àquele que usava a Igreja quando sustentava que os hebreus estavam destinados a expiar o Deicídio. Dois dias depois, em 9 de agosto de 2000, o rabino chefe de Turim ALBERTO SOMÈK, sefardita, lança uma longa e importante entrevista no La Stampa (página 21), no qual explica que «As declarações de Ovádia Yoséf longe de ter ligações com a política médio-oriental, refletem um debate todo interno no hebraísmo como religião. Sobre o plano teológico a reencarnação tem sólidas bases (Talmude da Babilônia, Kiddushin 72ª), sobretudo depois da expulsão dos hebreus da Espanha. As palavras de Yoséf suscitam escândalo porque atacam uma teologia alternativa: ”O silêncio de Deus”, que leva a negação da sua onipotência ou também da sua existência, a qual repreende as teorias filosóficas modernas e laicistas da “Morte de Deus”. Rav Yoséf quer lançar as bases teologicamente ortodoxas da shoah similar à destruição do Templo e à expulsão da Espanha». Em 15 de agosto é a volta do rabino sefardita Sholòmo Benzìri, que afirma: «Durante o holocausto os pioneiros sionistas [askenaziti] se interessavam mais pelas próprias vacas do que em salvar a Comunidade hebraica ortodoxa na Europa. Os Pais do sionismo as abandonaram ao próprio destino. Cometeram um crime imperdoável» (La Stampa, p. 1). Seria interessante (e também lógico e coerente) se os hebreus sefarditas acusassem os askenaziti de “crime contra a Humanidade” e lhes levassem a um “Nuremberg-bis”.

A Alemanha agredida pelo sionismo

Autor confessa honestamente que foi primeiro «a ala mais combativa do sionismo a ter um discurso agressivo nas relações com o novo [1933] governo alemão. Jabotinsky age como se fosse o comandante supremo das forças armadas hebraicas. Ele ataca a Alemanha pela rádio oficial polonesa» [11] e o “Daily Express” de 24 de março de 1933 em primeira página intitula: “Judea declares war on Germany. Jews of all the world unite in action. Boycott of german goods“. Hitler tinha acabado de assumir o poder (janeiro de 1933). O próprio Rabkin, que não é certamente um nazista ou antissemita, escreve: «Os sionistas tinham declarado guerra a Hitler e ao seu país muito antes da segunda guerra mundial, teriam chamado para um boicote econômico da Alemanha, desencadeando a raiva do ditador [12]. […] São estes “homens de Estado” que em 1933 organizaram o irresponsável boicote contra a Alemanha […], que trouxe a desgraça sobre os hebreus na Europa» [13]. Rabkin continua: «Todos os críticos acusam os líderes sionistas de terem se ocupado mais de um futuro Estado que pela sorte dos hebreus […], assim, muitas tentativas de salvar os hebreus na Hungria e em outros lugares encontrariam uma resistência por parte dos dirigentes sionistas» [14]. Francamente nos explica que não os antissemitas, mas «os haredim e aqueles que provém do ambiente hebraico liberal foram talvez os primeiros a comparar os sionistas aos nazistas […] pelo culto da força e a adoração do Estado. Estas comparações, na época bastante frequentes, […] foram retomadas depois pela propaganda soviética e, mais tarde, por muitas mídias árabes» [15]. As Leis raciais de Nuremberg são de 1935, dois anos depois da declaração de guerra do judaísmo sionista à Alemanha.

Periculosidade apocalíptica do sionismo

Segundo muitos pensadores haredim «a shoah e o Estado de Israel não constituem de fato, acontecimentos antitéticos – destruição e reconstrução -, mais um processo contínuo: a erupção final das forças do mal […]. A tradição judaica considera arriscada toda concentração de hebreus em um mesmo lugar. Os críticos hodiernos fazem observar que as previsões mais graves parecem realizar-se, porque o Estado de Israel se tornou “o hebreu entre as Nações” e o País mais perigoso para um hebreu» [16]. No capítulo VII do seu livro Rabkin aprofunda este tema: «O Estado de Israel está em perigo […]. Aquilo que vinha apresentado como um refúgio, mesmo o refúgio por excelência, teria se tornado o lugar mais perigoso para os hebreus. São sempre mais numerosos os israelenses que se sentem presos em uma “armadilha sanguinária”. […] E cresce o número de quantos exprimem dúvidas acerca da sobrevivência de um Estado de Israel criado no Oriente Médio, naquela “zona perigosa” […]. Os teóricos do anti-sionismo rabínico sustentam […] que a shoah seja apenas o início de um longo processo de destruição, que a existência do Estado de Israel só faz agravar. […] Concentrar [5-6] milhões de hebreus em um lugar assim perigoso beira a loucura suicida» [17]. Analogamente ao que sucedem em Massada em 73. Mas a história não parece ser mais “magistra vitae”.

Conclusão

a) Enquanto no “ocidente” os goyjim são obcecados pela shoah, como por “um passado que não passa” (Sérgio Romano), em Israel se começa a entender que a shoah é o início de um longo processo de destruição. Na verdade Israel aparece como uma armadilha arriscadamente cruenta para os cerca de seis milhões de hebreus concentrados em um mesmo lugar.

b) Aquilo que poderia parecer inicialmente um magnífico triunfo ou um belíssimo sonho está se revelando sempre mais um terrível fracasso e um tremendo processo de autodestruição. Justamente Rabkin vê em Israel um perigo para a inteira humanidade, que poderia levar a uma “catástrofe” de proporções mundiais.

DON CURZIO NITOGLIA

16 febbraio 2010
http://www.doncurzionitoglia.com/sionismo_trionfo_e_fine_israele.htm


Notas:
[1] Yakov M. Rabkin, Una minaccia interna. Storia dell’opposizione ebraica al sionismo, [2004] Verona, Ombre corte, 2005. info@ombrecorte.it (pagine 286, euro 18, 50).
Desde a “Introdução” o Autor recusa toda tentativa de fazer passar por antissemita aqueles que rejeitam o sionismo em nome da Torah. Na verdade, o Estado de Israel não corresponde aos cânones religiosos dos rabinos talmudistas, mas é mais «uma entidade nacional no sentido europeu do termo » (p. 216). Segundo os hebreus, ao invés, «o Templo pode descer do céu em qualquer momento […], afim de que nenhum acredite que o Templo seja reconstruído pelo homem […]. A inteira cidade de Jerusalém pode descer do céu e não pode derivar do esforço humano (ivi).
Cfr também Sconfiggere Hitler. Per un nuovo umanesimo ebraico [2007], Vicenza, Neri Pozza, 2008. www.neripozza.it (pagine 407, euro 19). O Autor (nascido em Israel em 1955 filho de um ministro israelense, já deputado entre os trabalhadores e Presidente do Parlamento israelense) explica que a memória da shoah deixou Israel indiferente ao sofrimento dos outros. Ele propõe reavaliar a Diáspora diante do surgimento de novas “teoria raciais hebraicas, o desenvolvimento hiper-nacionalista do Estado de Israel e a definição do sionismo quase exclusivamente em relação à shoah, já que a sociedade israelense não pode viver na sombra do passado holocáustico. Burg descreve o País no qual vive, como um Estado militarista e militarizado, xenófobo, obcecado pela shoah, em mão de uma minoria extremista, fortemente vulnerável. Assim, consegue demolir algumas pilastras dos propagandistas sobre as quais se rege o Estado de Israel. O seu livro, que apareceu em Israel em 2007, suscitou uma grande discussão que até agora não foi fechada.
[2] Y. M. Rabkin, cit., retro copertina.
[3] Cfr. Id., p. 168.
[4] Id., ivi.
[5] Diz-se que João XXIII, sendo um agudo “perscrutador dos sinais dos tempos”, havia notado que o boom econômico dos anos 50 não duraria por um longo tempo e seria detido no fim da década de 60, assim para “poupar” certezas, muito fadigosas e empenhantes, do dogma, que um concílio econômico, “pastoral” ou “bucólico”, menos empenhante, dispendioso e ao passo com os tempos de crise que viriam, os quais nos colocariam no “verde”. E a história lhe deu amplamente razão. De fato, os anos 60 foram aqueles da famosa austerity.
[6] Também aqui, qualquer supersticioso poderia dizer que tal número junto ao “13” [abril de 1986, visita de João Paulo II à sinagoga de Roma] porta “infortúnio”. Como um velho provérbio recita: “nem Vênus nem Marte, não se esposa nem se parte e não se dá início a arte”, o novo soa: “nem de treze nem de dezessete, não se trata com os sete”
[7] Aqueles que quiserem podem enviar ao endereço comitatoeuropeo@gmail.com a sua adesão para a constituição de um “Comitê europeu pela defesa da liberdade de pensamento”. As adesões devem ser redigidas com o nome, sobrenome, profissão e quaisquer outras informações úteis. Os dados são reservados e serão utilizados apenas para as finalidades associativas.
[8] Fiamma Nirenstein conta que um pequeno hebreu haredim ou religioso “de estreita observância”, instigado pelos genitores e pelos rabinos, urinou sobre os pés do general Moshè Dayàn, que, entrou em Jerusalém les em 1967, não queria ocupá-la totalmente. Naturalmente o bom general sabra permaneceu sionisticamente impassível e “fechou um olho” passando outro.
[9] Id, ivi.
[10] Cfr. Id., p. 187.
[11] Id., p. 195.
[12] “Vim vi repellere licet”, insegna il Diritto naturale e romano.
[13] Id., p. 196.
[14] Id., p. 198.
[15] Id., p. 202.
[16] Id., pp. 210-211.
[17] Id., pp. 213-215.

Quanto à questão acima exposta, GIORGIO ISRAEL no Il Giornale (29 de janeiro de 2010, p.1) escreve: «É o Irã o verdadeiro herdeiro dos nazistas» assevera que Ali Khamenei, Ali Larijani e Mahmoud Ahmadinejad querem a destruição de Israel e dos hebreus como Hitler. Ao invés, o professor de “Estudos irarianianos” na Sorbone Nouvelle de Paris, YANN RICHARD (expulso do Irã enquanto antikhomeineista), no seu último livro L’Iran de 1800 à nos jours, (Paris, Flammarion, 2009) explica, com riqueza de referências, que o Xá da Pérsia defenestrado em 1978-79 por Khomeini era um monarca manipulado pelos interesses estrangeiros e sobretudo anglo-americanos, em função petrolífera e anti-soviética/pan-árabe. Então a revolução de Khomeini (+1989) foi uma verdadeira revolução que instaurou uma república islâmica no lugar de uma monarquia corrupta e subserviente aos estrangeiros. Propriamente por isto, os EUA financiaram Saddam Hussein na guerra contra o Irã (1980-1988). Certamente o islã é o valor dominante da república iraniana, mas se trata de um islã moderno, progressista, aberto às formas parlamentares, anti-imperialistas e filo-palestinenses. Um dos inimigos do Irã é o Afeganistão dos Talibãs islâmicos wahabiti e ferozmente anti-xiitas. No Afeganistão foram massacrados cerca de quinze diplomatas iranianos pelos Talebans wahabati em Mazar-i-Sharif, no norte do país. O professor Richard explica que o verdadeiro radicalismo islâmico não é aquele sunita do Iraque de Saddam, nem aquele xiita do Irã de Ahmadinejead, mas aquele wahabita afegão. O Irã se implantou como o primeiro entre os países muçulmanos com o Presidente anti-Talibã Hamid Karzài no Afeganistão. Lutou contra Saddam também em 2003, enquanto sustentou os xiitas libaneses do Hezbolah e os Palestinos do Hamas.  Mesmo o anti-judaísmo não tem nenhum peso no Irã onde os hebreus continuam a viver com direito a cidadania. Os discursos contra o Estado de Israel de Ahmadinejad são anti-sionistas e não anti-semitas ou anti-hebreus. Esses são amplificados pela mídia ocidental, enquanto o Irã não tem a força bélica suficiente para destruir Israel. A ameaça nuclear iraniana é mais um dissuasivo que o país poderia desenvolver em caso de um novo conflito, estilo aquele de 1980-1988, que arma uma ofensiva pronta a ser utilizada eventualmente contra Israel. Certamente desde o começo da revolução khomeineista o poder no Irã oscilou entre “democracia” (ao contrário da velha monarquia Xá) e lei islâmica, que é a atual denominação do Irã: os religiosos têm a guia do país, mas aceitaram as regras parlamentares, esses se fazem paladinos da luta contra o comunismo, o imperialismo super capitalista ocidental (anglo-americano) e do apoio ao nacionalismo árabe. Contra Ahmadinejad está em ato uma espécie de “revolução aveludada” conduzida por Moussavi, Karroubi e Khatami como aquelas suscitadas pelos EUA na Geórgia e Ucrânia contra Putin.

«Mesmo alguns intelectuais leigos se perguntam se o Estado de Israel não esteja caminhando direto para o suicídio coletivo» como sucedeu em Massada em 15 de abril de 73 (Rabkin, cit., p. 228). «O tema do perigo apocalíptico que o Estado de Israel representa para o mundo inteiro retorna regularmente nos discursos anti-sionistas: a difusão do terrorismo suicida do Oriente Médio aos quatro cantos da terra […]. Alguns rabinos haredim estão preocupados pelo perigo universal constituído pelo Estado de Israel para a inteira humanidade […], a criação de Israel […] levaria a uma ‘catástrofe’ [em hebraico “shoah”] de proporções mundiais» (p. 229).

domingo, 25 de outubro de 2015

MONSENHOR LEFEBVRE: SOBRE CRISTO REI E NOSSAS RELAÇÕES COM ROMA

Syllabus
Non Possumus




“A verdadeira oposição fundamental [com Roma] é o Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Opportet illum regnare, nos diz São Paulo. Nosso Senhor veio para reinar. Eles dizem que não, e nós dizemos que sim junto a todos os papas. Nosso Senhor não veio para se esconder no interior das casas sem delas sair. Por que os missionários deram a vida, então? Por pregar que Nosso Senhor Jesus Cristo é o único verdadeiro Deus, para dizer aos pagãos que se convertam. Então os pagãos quiseram fazer com que desaparecessem, porém eles não vacilaram em dar sua vida para continuar pregando a Nosso Senhor Jesus Cristo. Então agora teria de ser o contrário, dizer aos pagãos “vossa religião é boa, conservai-a pois vós sois bons budistas, bons muçulmanos ou bons pagãos!”. É por isso que não podemos nos entender com eles, pois nós obedecemos a Nosso Senhor que disse aos apóstolos: “Ide e pregai o Evangelho até os confins da terra”.

Por isso não devemos nos surpreender que não cheguemos a nos entender com Roma. Isto não será possível até que Roma não regresse à fé no reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, enquanto que ela siga dando a impressão de que todas as religiões são boas. Chocamo-nos em um ponto da fé católica, como o fizeram o cardeal Bea e o cardeal Ottaviani, e como se choraram todos os papas contra o liberalismo. É a mesma coisa, a mesma corrente, as mesmas ideias e as mesmas divisões no interior da Igreja.


Conferência em Sierre (Suíça), em 27 de novembro de 1988.
(Fideliter n° 89, Septiembre de 1992, pág. 12)





“Devemos ser livres de compromisso tanto em relação aos sedevacantistas quanto àqueles que querem absolutamente estar submetidos à autoridade eclesiástica.

Nós queremos permanecer unidos a Nosso Senhor Jesus Cristo. Pois o Vaticano II destronou Nosso Senhor. Nós queremos permanecer fiéis a Nosso Senhor Rei, Príncipe e Dominador do mundo inteiro. Nós não podemos mudar nada desta linha de conduta.

Assim, quando se nos aparece a questão de saber quando haverá um acordo com Roma, minha resposta é simples: Quando Roma voltar a coroar Nosso Senhor Jesus Cristo. Nós não podemos estar de acordo com aqueles que destronaram Nosso Senhor. O dia em que eles reconhecerem novamente Nosso Senhor como Rei dos povos e das nações, não é a nós a quem eles se unirão, mas à Igreja Católica na qual permanecemos”.


Conferência em Flavigny, dezembro de 1988
(Fideliter n° 68 de março de 1989, pág. 16)

Um dia o povo inglês acordou protestante


Gustavo Corção

Postado originalmente em Mosteiro da Santa Cruz



Trago ainda Hoje, e ainda motivada pelo affaire Lefebvre uma interessante contribuição de Jean Dutourd publicada em France Soir, no qual a situação do Bispo francês é comparada à do bispo inglês John Fisher, único opositor de Henrique VIII que levou se testemunho até o martírio. Eis o resumo daquele longo e doloroso histórico: “Em 1535 John Fisher, bispo de Rochester, foi executado por ordem de Henrique VIII, “defensor da fé”, porque, único entre os prelado ingleses, recusou a transformar a missa, que é a renovação do sacrifício da Cruz, num simples “serviço de comunhão”. Em outras palavras, foi ele o único a se opor à protestantização da Igreja da Inglaterra. Protestantização que se estabeleceu sorrateiramente depois da morte do último obstáculo.”

“O povo, vendo que as caras eram as mesmas, julgou que a religião não mudara.”

Interrompo Jean Dutourd para resumir seu texto num susto aplicável a toda a atualidade católica: amanhã ou depois o povo católico do mundo inteiro, na sua brutal e mole maioria acordará protestante, ou nem sequer acordará.

A nova religião das Conferências Episcopais ou do Homem que se faz Deus, segundo a lógica interna da mudança perpétua, que os tolos tomam como manifestação de vitalidade quando, na verdade, são sinais de desmoronamento e de morte, essa nova religião em perpétuo devenir depressa atingirá as mais desordenadas formas de protestantismo, não conseguindo sequer manter as formas mais altas e tradicionais da Reforma. No ponto em que se acha o fenômeno, essa igreja ainda reclama para si o Papa eleito na Religião Católica – um Papa diminuído pela colegialidade que já renunciou o báculo e já se desfez da tiara.

Não estamos exagerando, nem gracejando, mas observando três fatos de brutal objetividade: a troca de báculo, sinal de autoridade e de governo, por um bastão de peregrino, o desaparecimento da tiara em torno da qual se tecem as mais variadas suposições, e a hipertrofia das conferências episcopais, tudo isto converge para um sombrio prognóstico.

Teilhard de Chardin lançou uma fórmula que não tem sentido nenhum na sua fenomenologia: “Tudo o que sobe converge”. Ao contrário, onde a lei da matéria se sobrepõe à do espírito, é mais acertado dizer que “tudo o que cai converge”.

No caso, vemos em todas as tendências da outra igreja uma convergência para baixo: uma naturalização do que era sobrenatural, de uma democratização do que era hierárquico, de uma protestantização do que era católico. E isto tudo se passa sem parecer acordar as consciências do povo adormecido. Amanhã ou depois, as Conferências Episcopais julgarão desnecessárias a eleição de um novo Papa. Para quê? Caberá aos católicos que permanecem católicos o encargo de restabelecer a continuidade interrompida. O affaire Lefevbre terá servido para alertar as consciências dos bispos ainda católicos, ou se perderá na tempestade apocalíptica que já se anuncia. O autor do artigo publicado em France Soir continua nestes termos: “Quatrocentos anos mais tarde, Fisher foi canonizado. Será que dentro de quatrocentos anos ou até antes D. Lefebvre não estará também canonizado?”

“Seu crime é exatamente o mesmo que o de Fisher. Ainda não lhe cortaram a cabeça, mas não é impossível que este ancião morra de tristeza depois da decisão tomada pelo Papa.”

“Tudo é obscuro no affaire D. Lefbvre, que parece mais uma escamoteação. Proíbe-se D. Lefebvre de celebrar a missa, de administrar os sacramentos e de pregar.”

“Mas Por quê? Ninguém o esclarece. Será porque ele diz o Pai nosso e o Credo em latim, porque mantém a liturgia tradicional, prepara seminaristas como eram formados há apenas vinte anos atrás?”

“Nenhum ato de acusação foi publicado. Parece que lhe reclamam o não ter aceito as orientações do último Concílio, o qual aliás tinha explicitamente afirmado que não era “doutrinal” mas “pastoral”. O crime de D. Lefebvre seria então o de se apegar tradição de Santo Tomás de Aquino, e do Concílio de Trento sobre a qual a Igreja viveu mais de setecentos anos.”

“O mínimo que se pode dizer desse papa é que é um personagem ondulante e diverso. Um dia declara as coisas mais santamente tradicionalistas às quais todos os Lefebvre da cristandade poderiam subscrever; no outro dia afirma que ele mais do ninguém tem o “culto do homem”. No século XIV, havia um papa e um anti-papa que se excomungavam mutuamente. Hoje tem-se por vezes a impressão que o papa e o anti-papa estão unidos na mesma pessoa, pelo modo com que a dita pessoa sofra o frio e o calor.”

“Somos sempre mais impiedosos com os irmãos ou parentes próximos. O papa que várias vezes recusou receber D. Lefebvre, que o condenou sem ouvi-lo recebe acintosamente o Sr. Gromyko que é ateu, representa o Gulag e que pertence a um governo que há sessenta anos persegue os cristãos.”

Não acompanho o paralelo traçado por Jean Dutourd, entre o caso Fisher e o caso Lefebvre, porque para imaginar a possibilidade de uma canonização é preciso, previamente confiar na continuidade da Igreja Católica Militante. Não me parece provável a canonização de Dom Lefebvre; mas parece-me certa a ideia de que, desde já, sua mansa e inabalável permanência seja no Céu festejada pela alegria dos santos e dos anjos. Hoje, sem atrevimento, talvez possamos dizer que haverá igual ou maior alegria no céu pelos justos que perseveram até o martírio embora sem efusão de sangue por falta de coragem de seus perseguidores.

sábado, 24 de outubro de 2015

A verdade sobre João XXIII: Era este mais "tradicionalista" do que Pio XII?

Original em inglês: SSP Marian Corps

Tradução: Cristoph Klug

Estamos nos aproximando rapidamente das "canonizações" dos Papas João XXIII e João Paulo II. Enquanto a maioria dos tradicionalistas se opõem à "canonização" de JPII, há algum debate sobre o merecimento de João XXIII para ser declarado "santo".


Eu já abordei a questão da se de fato ou não Roncalli (João XXIII) merece ser reconhecido como "santo" em meu artigo "Roncalli canonizado?". A resposta é “não". Mas eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para responder às reclamações de que Roncalli não era tão ruim, ou foi de alguma forma "mais tradicional" e "menos modernista" do que o Papa Pio XII, a quem a maioria dos católicos tradicionais reconhecem como o último Papa Tradicional.

Pio XII (1939 - 1958)
João XXIII (1958 - 1963)



















O Traditio é uma página que afirma que João XXIII era "mais tradicional" do que Pio XII. Aqui está um trecho de um artigo recente deles:

"Mesmo os católicos mais tradicionais são ignorantes sobre o quão tradicional João XXIII era na doutrina e na liturgia, e de muitas formas mais tradicional que o seu predecessor, o Papa Pio XII. Pio XII nomeou o arquiteto da liturgia do Novus Ordo, o presbítero maçom-livre Hannibal Bugnini, que destruiu o rito romano tradicional. Pio XII escreveu a ambígua Carta Encíclica “Mediator Dei” (1947), que não tomou medidas decisivas contra os modernistas que já estavam destruindo a Missa Tradicional Latina. Por outro lado, João XXIII demitiu Bugnini, proibindo-o de ter qualquer posição significativa no Concílio, inclusive chamando-o de "herege". João XXIII também escreveu a Constituição Apostólica “Sapientia Veterum” (1962), que defendeu fortemente o uso exclusivo do latim na liturgia romana e exigiu sacerdotes a ter de 7 a 9 anos de estudos em latim".

Anibalo Bugnini (1912 - 1982)

Esta avaliação está longe de ser exata.



Em primeiro lugar, é salientado que o Papa Pio XII escreveu um "ambígua Carta Encíclica Mediator Dei", mas um fato chave ignorado é que Pio XII também escreveu "Humani Generis", que é um grande Encíclica anti-modernista.

O Traditio também afirma que Pio XII era aquele que nomeou o Cardeal Bugnini, o maçom quem foi o grande responsável pelo Novus Ordo, enquanto João XXIII "demitiu" Bugnini. Mas aqui temos vários fatos importantes que novamente são negligenciados. Por um lado, o discurso de abertura de João XXIII no Concílio Vaticano II foi inspirado pelo Cardeal Montini, que pode muito bem ter sido ele mesmo um maçom (e que colaborou com Bugnini para finalizar o Novus Ordo). Além disso, enquanto Roncalli foi núncio na França, nomeou um amigo próximo, Barão Yves Marsaudon, como chefe da sucursal francesa dos Cavaleiros de Malta, uma ordem católica leiga. Marsaudon, um maçom, elogiou as reformas que estavam sendo implementadas por Roncalli e uma vez chegou a afirmar que o próprio Roncalli era maçom.

Há muitas outras coisas a se ter em consideração aqui também. Alguns deles eu mencionei em meu artigo anterior sobre Roncalli, como o Santo Ofício suspeitando-o de modernisno, pelo menos desde 1925 (ele viria a admitir, em uma audiência privada com o Arcebispo Lefebvre, que ele tinha sido mantido à distância através da cúria romana anterior à sua eleição, porque ele foi dito ter sido um modernista), bem como sua associação com não-católicos, incluindo um padre que havia sido excomungado em 1926 por heresia. Nenhum desses escândalos graves pode ser atribuído ao Papa Pio XII.

Mons. Marcel Lefebvre (1905 - 1991)


O Arcebispo Lefebvre certamente não partilha a opinião de que João XXIII era "mais tradicional" do que Pio XII. Em conferência de 1982, ele declarou o seguinte:

"O Papa Pio XII foi um grande papa, tanto em seus escritos como no seu modo de governar a Igreja. Durante o reinado de Pio XII a fé foi firmemente mantida. Naturalmente, os liberais não gostavam dele, pois ele trouxe de volta à mente os princípios fundamentais da teologia e da verdade. Mas, então, João XXIII apareceu. Ele tinha um temperamento totalmente diferente do de Pio XII. João XXIII era um homem muito simples e aberto. Ele não viu problemas em lugar algum. "

O Bispo Williamson ecoou a crença do Arcebispo durante uma conferência dada em Post Falls, Idaho, em 2013. Ele observou que João XXIII considerou o mundo moderno "nice" e que a Igreja precisava ser "reconciliada" com o mundo.

Monsenhor Richard Nelson Williamson (1940 - )


Finalmente, aqui está um trecho do discurso de abertura do Papa João XXIII, no Concílio Vaticano II:


"No exercício cotidiano do nosso ministério pastoral ferem nossos ouvidos sugestões de almas, ardorosas sem dúvida no zelo, mas não dotadas de grande sentido de discrição e moderação. Nos tempos atuais, elas não veem senão prevaricações e ruínas; vão repetindo que a nossa época, em comparação com as passadas, foi piorando; e portam-se como quem nada aprendeu da história, que é também mestra da vida, e como se no tempo dos Concílios Ecumênicos precedentes tudo fosse triunfo completo da ideia e da vida cristã, e da justa liberdade religiosa.

Mas parece-nos que devemos discordar desses profetas da desventura, que anunciam acontecimentos sempre infaustos, como se estivesse iminente o fim do mundo.
No presente momento histórico, a Providência está-nos levando para uma nova ordem de relações humanas, que, por obra dos homens e o mais das vezes para além do que eles esperam, se dirigem para o cumprimento de desígnios superiores e inesperados; e tudo, mesmo as adversidades humanas, dispõe para o bem maior da Igreja."
 (Discurso de Sua Santidade Papa João XXIII na abertura solene do SS. Concílio. 11 de outubro de 1962, I Sessão, IV, 2-4).


Isto parece confirmar que o bispo Williamson estava correto em sua avaliação; o que está sendo dito, essencialmente, no referenciado acima é "Fora com aqueles que falam sobre o quão ruim o mundo é hoje! Há uma abundância de bem no mundo de hoje! Esforcemo-nos para reconciliar a Igreja com o mundo moderno".

Além disso, "uma nova ordem de relações humanas" parecia ser uma sugestão sutil do que estava por vir, ou seja, ecumenismo com as falsas religiões. A escolha de palavras, no entanto, também é mais interessante. Ele fala de uma "nova ordem". Ele poderia ter insinuado a Nova Ordem Mundial? Certamente não seria um estiramento para saber se este é o caso. De fato, Paulo VI iria passar a endossar especificamente uma "Nova Ordem Mundial" nas Nações Unidas em 1967, seguido por Bento XVI apelando a uma NOM em 2009.

Por causa de todos esses fatos, não vejo, portanto, absolutamente nenhuma razão para concluir que João XXIII era "mais tradicional" do Pio XII, ou que ele não era tão ruim assim. Os fatos simplesmente não embasam uma afirmação tão absurda. Pelo contrário; Papa Pio XII, embora não tendo sido perfeito, era um pastor angélico que fez muito bem para a Igreja. Foram seus sucessores – Roncalli, Montini, e os demais – que desconsideraram os ensinamentos de Pio e os outros papas, levando a uma apostasia verdadeiramente sem precedentes da Fé como um resultado direto do Vaticano II.

Não se deixem enganar. João XXIII não era amigo da Tradição, nem tendo qualquer dos seus sucessores sido assim.

Deus vos abençoe. 

http://traditionalcatholicremnant.wordpress.com/2014/04/24/the-truth-about-john-xxiii/

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Padre Pio, o Concílio e a Missa Nova

A reação de São padre Pio ao concílio e à missa nova



Publicamos a seguir um extrato do artigo do Frei João, capuchinho de Morgon (França), publicado na Carta aos amigos de São Francisco, n° 17, de 02/02/1999:


«Modelo de respeito e de submissão para com os seus superiores eclesiásticos e religiosos, em particular por ocasião das perseguições contra a sua pessoa, o Padre Pio de Pietrelcina não podia ficar mudo perante um desafio nefasto à Igreja.

Antes mesmo do fim do concílio, em fevereiro de 1965, anunciaram-lhe que seria preciso em breve celebrar a missa segundo um novo rito “ad experimentum”, em língua vulgar, e elaborado por uma comissão litúrgica conciliar para responder às aspirações do homem moderno.

Antes mesmo de ter o seu texto debaixo dos olhos, escreveu imediatamente a Paulo VI pedindo-lhe fosse dispensado desta experiência litúrgica e pudesse continuar a celebrar a missa de São Pio V.

Tendo-se o cardeal Bacci deslocado em pessoa para lhe levar esta autorização, Padre Pio deixou escapar esta queixa junto do enviado do Papa: “O Concílio, por piedade, acabai com ele depressa!”

Papa Paulo VI

No mesmo ano, na euforia conciliar que prometia uma “nova primavera” para a Igreja e para o mundo, confiava a um de seus filhos espirituais: “Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos.

[...]

Quão significativas outras cenas: essas reações em face do “aggiornamento” que as ordens religiosas assimilaram no dia seguinte ao Vaticano II (citações extraídas duma obra munida de imprimatur): 

“O Padre Geral (dos franciscanos) veio de Roma antes do capítulo especial para as constituições, em 1966, para pedir ao Padre Pio orações e bênçãos. Encontrou o Padre Pio no corredor do convento: ‘Padre, vim para vos recomendar o capítulo especial para as novas constituições...’ Apenas ouviu ‘capítulo especial’, Padre Pio fez um gesto violento e gritou: ‘Não são senão parlapatices e ruínas!’ ‘Mas que quereis, Padre?

As novas gerações... os jovens evoluem à sua maneira... há novas exigências...’ ‘É o cérebro e o coração que faltam, eis tudo, a inteligência e o amor’.

Em seguida avançou para a sua cela, deu meia-volta, apontou o dedo dizendo: ‘Não nos desnaturemos, não nos desnaturemos! Quando Deus nos julgar, São Francisco não nos reconhecerá como filhos!’ 

Padre Pio de Pietrelcina


“Um ano depois, a mesma cena para o “aggiornamento” dos capuchinhos: “Um dia, confrades com o Padre Definidor Geral discutiam sobre a Ordem, quando o Padre Pio, tomando uma atitude espantosa, se pôs a gritar ao mesmo tempo que fixava o olhar ao longe: ‘Mas o que estais prestes a fazer em Roma? Que combinais vós? Quereis mesmo mudar a Regra de São Francisco!’ E o Definidor diz: ‘Padre, propõem-se estas mudanças porque os jovens nada querem saber da tonsura, do hábito, dos pés descalços...’

‘Expulsai-os fora! Expulsai-os fora! Mas quê? São eles que vão fazer um favor a São Francisco ao tomarem o hábito e ao seguirem o seu modo de vida, ou é antes São Francisco que lhes faz um grande dom?’”

Se se considera que o Padre Pio foi um verdadeiro alter Christus, que toda a sua pessoa, corpo e alma, foi tão perfeitamente conforme quanto possível à de Jesus Cristo, esta recusa nítida das inovações da Missa e do “aggiornamento” deve ser para nós uma lição a reter.

É também notável que o Bom Deus tenha querido lembrar-se dele, seu fiel servidor, pouco tempo antes da imposição implacável das reformas do Concílio no seio da Igreja e da ordem capuchinha. E que Katarina Tangari, uma das suas filhas espirituais mais privilegiadas, tenha apoiado tão admiravelmente os padres de Écône até à morte, um ano após as sagrações episcopais.

E Padre Pio ainda era menos complacente em face da ordem — ou antes da desordem — social e política: “confusão de ideias e reino dos ladrões” (em 1966).

Profetizou que os comunistas chegariam ao poder “por surpresa, sem desfechar golpe... Nós nos daremos conta disso da noite para o dia”.

Chegou a precisar até, a Monsenhor Piccinelli, que a bandeira vermelha flutuará sobre o Vaticano, “mas isso passará”.

Ainda aqui a sua conclusão coincide com a da Rainha dos Profetas: “Mas por fim o meu Coração Imaculado triunfará!”»

Texto enviado por Rev. Pe. Ernesto Cardoso.

domingo, 18 de outubro de 2015

C. Auguste Dupin, Sherlock Holmes e Padre Brown - Gustavo Coração

Lembro-me do prazer há tantos anos encontrado na leitura de Conan Doyle, mas sondando a memória eu verifico que não me ficaram as sagacidades do policial. O que me ficou foi Baker Street. Foi qualquer coisa que começaria assim: "Numa tarde chuvosa de novembro, Holmes e eu...". E o resto me aparece ligado à seiva de vida dos meus dez anos: a sala obscura, o Dr. Watson mexendo na lareira, e Holmes, de pernas estendidas, sonhador, acompanhando as ilógicas volutas do cachimbo. Lá fora, neva. De repente, depois de um sinal de campainha, a porta se abre e assoma no limiar um desconhecido de meia-idade e cabelos cor de fogo!... Do mais eu não me lembro, mas basta-me essa porta que se abre e esse desconhecido de cabelos cor de fogo, para que eu encontre um pouco da força perdida de minha distante meninice. Chesterton assinalou que o maravilhoso é tanto mais simples quanto menos a idade. Aos quatro anos, por exemplo, bastaria ouvir "a porta se abriu"... para sentir a presença do maravilhoso, mesmo sem o estranho personagem ruivo.

Os contos policiais de Poe e de seus discípulos, eram rigorosamente arquitetados sobre a lógica do crime por sua vez desvendado pela lógica dos motivos. Dupin e Sherlock deduziam passos de homem como um geômetra deduz propriedades de triângulos. E por isso eu tenho a certeza de que falhariam lamentavelmente se fossem arrancados do papel e postos diante do mais banal assassinato.

A superioridade do Padre Brown não consiste, a bem dizer, na falta de lógica. Ele raciocina como qualquer pessoa medianamente sagaz, mas a força de seu gênio está num outro conhecimento: ele conhece o mal. Conhece-o como um mistério, e como uma herança. Antes de perseguir ladrões e assassinos cá fora, já os perseguira nas almas dos penitentes, e na sua própria, Tinha a experiência da santidade, que é a única experiência frutuosa do mal; e tanto deslindava o crime como levava, às vezes, o criminoso a se arrepender e a pedir-lhe a absolvição dos pecados, o que aliás produzia nos outros personagens os mais vivos acessos de incredulidade. Aceitavam a sagacidade do padre, mas não podiam crer no arrependimento do ladrão, para o qual, efetivamente, não existe explicação cabal.

A força do Padre Brown está no bom-senso e no olhar poético e místico com que vê o mundo. Está até numa certa dose de distração e sonolência com que se alivia do penoso trabalho de catar pontas de cigarro e impressões digitais. Diante dos dados concretos, candidamente apreendidos, interpretados muitas vezes ao pé da letra, ele se encontra em simpatia com o criminoso, e inventa poeticamente, ou recorda misticamente, como praticaria ele o crime.

O leitor que ainda não conheça as façanhas do Padre Brown estará nesse momento, eu receio, pensando que são novelas carregadas de tese e ostentadoras de uma ideia fixa. Mas não é isso. A constância de uma ideia não forma uma tese nem merece o nome de ideia fixa. Há certas constâncias que são essenciais a qualquer novela, e uma ideia verdadeira é justamente o que melhor se dissolve, deixando de ser uma ideia. Por mais variadas que sejam as situações dos personagens são necessárias certas constâncias, sem as quais não haveria novela. Deve haver por exemplo, entre os mais diversos personagens, uma profunda semelhança no modo de andar, falar e assoar o nariz. Se tentarmos introduzir uma nota original e inteiramente nova nessas atitudes os personagens deixarão de ser isso que entendemos por homem, mulher e criança.

O que eu queri dizer, é que a ideia que Chesterton tem do mistério do homem é análoga à ideia que ele tem do nariz e das pernas do homem. Por isso suas novela não cheiram à tese mas guardam a profunda constância pela qual se descobre a semelhança entre o padre e o ladrão. São cúmplices. Há entre eles uma comunhão.. pertencem à mesma quadrilha, e moram ambos na ampla e feérica caverna onde se partilham o lucro da rapinagem e o prêmio da santidade.

Gustavo Corção. Três Alqueires e Uma Vaca. Parte III: Para não ser doido... "O Crime".

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

A Cruz da Resistência


Neste 7 de outubro, festa de Nossa Senhora do Rosário e aniversário da grande vitória da batalha de Lepanto, queremos oferecer aos fiéis da Resistência um estandarte: a Cruz da Resistência.

Nosso emblema não pode ser outro que o de Cristo e sua Igreja: a Santa Cruz que nos tem salvado e que venceu o mundo inimigo de Deus.

Esta Cruz é, em essência, a Cruz dos cruzados, porque é preciso restaurar o espírito militante destruído pelos hereges liberais.

É uma Cruz tingida de sangue porque a cor vermelha do sangue é a cor da guerra, e a Resistência combate uma Guerra Santa contra o liberalismo. Também porque uma Caridade ardente deve animar a todos os combatentes da Resistência, de modo que estejam dispostos a chegar ao extremo do martírio no cumprimento de seu sagrado dever.

É uma Cruz formada por quatro espadas, porque Cristo disse “não vim para trazer paz senão a espada” (Mt X, 34), e esta espada santa é absolutamente incompatível com o traidor diálogo liberal, com a herética tolerância liberal, com o apóstata ecumenismo liberal, e com o covarde pacifismo liberal. São quatro as espadas porque a Resistência deve combater sem trégua – usque in finem (Mt XXIV, 13) – aos inimigos que assediam à Igreja pelos quatro flancos. As lâminas das espadas representam o ataque e suas guarnições simbolizam a resistência; os dois atos da virtude e da fortaleza. As quatro espadas de dois fios figuram também os quatro Evangelhos, nossa arma primeira, segundo a doutrina de São Paulo (Hb IV, 12).

As quatro espadas que formam os braços da Cruz apontam rumo aos quatro pontos cardeais, porque a Resistência, por pequena e humilde que seja e colocando toda a confiança em Deus, deve aspirar – alegre, audaz, valorosa e magnanimamente – à reconquista do mundo para Cristo Rei.



A Crus está sobre um fundo branco, cor que simboliza a Fé e a Fidelidade.

domingo, 4 de outubro de 2015

Monsenhor Marcel Lefebvre - No entardecer de uma longa vida...



Trechos de “O Itinerário Espiritual”, ou na edição da Permanência: “A Vida Espiritual Segundo São Tomás de Aquino”, de 1989, aos seus sacerdotes.

Festa da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria

(Possui um pensamento mais maduro de Mons. Marcel Lefebvre a respeito do Concílio e seus problemas.)

No entardecer de uma longa vida — já que, nascido em 1905, cheguei ao ano de 1990 — poderia dizer que esta vida se vê marcada por acontecimentos mundiais excepcionais: três guerras mundiais, a de 1914-1918, a de 1939-1945, e a do Concílio Vaticano II de 1962-1965. 
Os desastres acumulados por estas três guerras, e especialmente pela última, são incalculáveis na ordem das ruínas materiais, mas muito mais espirituais. As duas primeiras prepararam a guerra dentro da Igreja, facilitando a ruína das instituições cristãs e a dominação da Maçonaria, a qual chegou a ser tão poderosa que conseguiu penetrar profundamente, por sua doutrina liberal e modernista, os organismos diretores da Igreja.

(…)

A ruptura se acentuava em Roma e fora de Roma entre o liberalismo e a doutrina da Igreja. Os liberais, depois de conseguirem nomear papas como João XXIII e Paulo VI, viram triunfar sua doutrina por meio do Concílio, meio maravilhoso para obrigar toda a Igreja a adotar seus erros.

(…)

O Concílio passa, as reformas se multiplicam tão rápido como podem. Começa a perseguição contra os cardeais e bispos tradicionais, e veloz, em todas as partes, contra os sacerdotes e religiosos ou religiosas que se esforçam em conservar a tradição. É a guerra aberta contra o passado da Igreja e suas instituições. “Aggiornamento, Aggiornamento!”

(…)

O resultado deste Concílio é muito pior que o da Revolução [Francesa]. As execuções e martírios são silenciosos; dezenas de milhares de sacerdotes, religiosos e religiosas abandonam seus compromissos, outros se laicizam, desaparecem os claustros, o vandalismo invade as igrejas, destroem-se os altares, desaparecem as cruzes... os seminários e noviciados se esvaziam.
As sociedades civis que ainda seguiam sendo católicas laicizam-se sob a pressão das autoridades romanas: Nosso Senhor não tem já por quê reinar na terra! 
O ensinamento católico se faz ecumênico e liberal; mudam os catecismos, que já não são católicos; a Gregoriana em Roma se faz mista, e São Tomás já não é a base do ensinamento.

(…)

É evidente que se muitos bispos houvessem atuado como Monsenhor de Castro Mayer, bispo de Campos no Brasil, a Revolução ideológica dentro da Igreja poderia ter sido limitada, pois não há que ter medo de afirmar que as autoridades romanas atuais, desde João XXIII e Paulo VI, foram colaboradores da Maçonaria judaica internacional e do socialismo mundial. João Paulo II é antes de tudo um político filo-comunista a serviço de um comunismo mundial com teor religioso. Ataca abertamente a todos os governos anticomunistas e não contribui em suas viagens com nenhuma renovação católica. 
Entende-se, pois, que as autoridades romanas conciliares se oponham feroz e violentamente a toda reafirmação do Magistério tradicional. Os erros do Concílio e suas reformas seguem sendo a norma oficial consagrada pela profissão de fé do Cardeal Ratzinger, de março de 1989.

(…)

O mal do Concílio é a ignorância de Jesus Cristo e de seu Reino. É o mal dos anjos maus, o mal que encaminha ao inferno. 
Justamente por haver tido uma ciência excepcional do Mistério de Cristo, São Tomás foi proclamado pela Igreja como seu Doutor. Amemos ler e repassar as encíclicas dos Papas sobre São Tomás e sobre a necessidade de segui-lo na formação dos sacerdotes, a fim de não duvidar um instante sequer da riqueza de seus escritos, e sobretudo de sua Suma Teológica, para comunicarmos uma fé imutável e meio mais seguro de chegarem na oração e na contemplação, aos ribeiros celestiais, que nossas almas abrasadas do espírito de Jesus já não deixarão nunca, apesar de todas as vicissitudes desta vida terrena.

(…)

Outra consequência: todas as sociedades que Nosso Senhor criou devem necessariamente colaborar, segundo sua finalidade, para que as almas se tornem católicas e sigam sendo assim, para lhes conseguir a salvação eterna, fim de toda a Criação, fim da Encarnação e da Redenção. 
Estas conclusões são imortais, imutáveis. São a expressão de toda a Revelação, e foram os princípios diretivos de toda a Igreja até o Concílio Vaticano II. 
[A instauração desta “Igreja Conciliar, imbuída dos princípios da Revolução Francesa, princípios maçônicos sobre a religião e as religiões, sobre a sociedade civil, é uma impostura inspirada pelo inferno para a destruição da religião católica, de seu magistério, de seu sacerdócio e do sacrifício de Nosso Senhor. Logicamente, esta nova Igreja não podia mais cantar os louvores de Jesus Cristo, Rei universal das nações, nem pode ter já os pensamentos de Nosso Senhor sobre o mundo; por isso o espírito da Liturgia foi alterado, modificando muitíssimos detalhes tanto nos textos como nos gestos. A nova Igreja, deste então, impede-nos a contemplação do Verbo Encarnado tal como o canta em todas as festas litúrgicas. Devemos a todo custo permanecer fiéis ao espírito da Igreja católica, se queremos nos dar a contemplação dos mistérios divinos, do mistério do Verbo Encarnado, do mistério da Santíssima Trindade.]

(…)

[No entanto, outra das consequências desastrosas do Concílio foi o de tratar de destruir esta espiritualidade tradicional e católica da renúncia, da Cruz, do desprezo pelas coisas temporais, do chamado de levar a própria cruz após Nosso Senhor, para buscar uma justiça social baseada na inveja e o desejo dos bens deste mundo, que lança os povos a lutas fratricidas que multiplicam o número de pobres, quando na realidade a verdadeira espiritualidade é a que converte os corações e os orienta para uma melhor justiça social 
Este mal espírito do concílio, espírito do mundo, invadiu o mundo sacerdotal e religioso, e conduziu a uma destruição do sacerdócio e da vida religiosa sem precedentes. É o grande êxito de Satanás: ter conseguido mediante os homens da Igreja uma destruição que nenhuma outra perseguição havia conseguido.]

(…)

[É difícil medir os estragos espirituais causados pela tendência subjetivista do Concílio, por seu personalismo, que se esforça erroneamente ao fazer a abstração da finalidade da natureza humana, se sua liberdade humana, se sua liberdade finalizada; assim se explica essa exaltação do homem, de seus direitos, de sua liberdade, de sua consciência: humanismo pagão que arruína a espiritualidade católica, o espírito sacerdotal e religioso.].

(...)

O Secretariado para a Unidade dos Cristãos, por meio de concessões mútuas — diálogo —, conduz à destruição da fé católica, à destruição do sacerdócio católico, à eliminação do poder de Pedro e dos bispos; elimina-se o espírito missionário dos apóstolos, dos mártires, dos santos. Enquanto este Secretariado conservar o falso ecumenismo como orientação, e enquanto as autoridades romanas e eclesiásticas continuarem aprovando-o, pode se dizer que seguem em ruptura aberta e oficial com todo o passado da Igreja e com seu Magistério oficial. Por isso todo sacerdote que queira permanecer católico tem o estrito dever de se separar desta Igreja conciliar, enquanto ela não recuperar a tradição do Magistério da Igreja e da fé católica. (Grifos meus)