Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Comentários Eleison CDXCIII (493) - Cartão de Isaías

Por Dom Richard N. Williamson
Tradução: Borboletas ao Luar

24 de dezembro de 2016
A Jesus Cristo todos os homens na terra devem se voltar,
Ou então, aqui ou no futuro, eles deverão queimar.



Se Deus Todo-Poderoso fosse enviar cartões de Natal, o que poderia escrever no Seu sobre a vinda do próprio Filho, que nasceu na terra como um Filho humano de uma Mãe humana? É verdade que Deus escreveu muitas coisas sobre o Messias através dos escritores que Ele inspirou diretamente para compor os livros do Antigo Testamento e, sem dúvida, uma das mais conhecidas dessas citações vem do profeta Isaías, no capítulo 9. No anterior, Isaías profetiza a desolação e a ruína que cairão sobre os judeus por causa de seus pecados. No 9, ele volta-se para a glória da era messiânica: uma grande luz iluminará a Galileia (província natal de Jesus) – versos 1 e 2. Então, a alegria, como no tempo da colheita ou depois de uma vitória militar (verso 3), virá, após a derrota dos assírios, assim como após a derrota dos midianitas para Gideão (verso 4), e os efeitos da guerra desaparecerão (verso 5). Isaías continua com o “cartão de Natal” (glorificado na música O Messias de Händel):

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Comentários Eleison - CDXCII (492) - Distinguir, discriminar

Por Dom Richard N. Williamson
Tradução: Introibo ad Altare Dei

17 de dezembro de 2016

Quando tudo é verdade, não posso selecionar bem e escolher,
Mas quanto às mentiras em meio à verdade, rejeitá-las é um dever.

Se se deve crer na evidência aparentemente séria de milagres eucarísticos ocorrendo dentro do Novus Ordo Missae (NOM) – e se tais milagres podem mesmo acontecer frequentemente, um dos mais recentes parece vir de Legnica, também na Polônia (http://www.garabandal.org/News/Adoration_of_the_Blessed_Sacrament.shtml) no dia de Natal de 2013 – então, de fato, alguns de nós talvez precisemos fazer algumas reconsiderações. Eis como um leitor colocou: “Deus não pode contradizer-se; assim, seus milagres não podem contradizer os ensinamentos de Sua Igreja. Mas o NOM se afasta da doutrina católica essencial sobre a Missa. Portanto, ou os milagres são falsos ou o NOM é de Deus; e neste caso, qual seria a justificativa para os tradicionalistas se apegarem à Tradição? Pois se o NOM no coração da Neoigreja é confirmado por milagres, então a Neoigreja também é confirmada por Deus, e assim também os neopapas, e eu devo obedecê-los. Eu não posso selecionar bem e escolher, posso?”. Sim, você pode, e não somente você pode, mas deve, a fim de cumprir o seu dever absoluto de manter a fé.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Comentários Eleison CDXC (490) - Milagres no NOM?

Por Dom Richard N. Williamson
Tradução: Leticia Fantin

03 de dezembro de 2016
Católicos tradicionalistas devem ter a mente aberta:
Não somente a falta de Fé eles deixaram para trás.



Ano passado, nos Estados Unidos, suscitou-se uma séria controvérsia sobre se Deus pode fazer milagres dentro do âmbito da Missa Novus Ordo. Ora, se Deus realmente faz milagres sobrenaturais, é obviamente para que eles sejam cridos, e para que fortaleçam a fé sobrenatural das pessoas. E se Ele quer que algo fora da ordem natural seja crido, obviamente providenciará suficiente evidência para tal, como Lázaro saindo de sua tumba em frente a uma multidão de espectadores. Neste sentido, a evidência mais convincente é aquela de gênero material e físico, que de nenhum modo pode ser produzida por qualquer mente humana, por mais piedosa que seja, como o espetáculo luminoso do sol no outubro de 1917, em Fátima. Assim, qual é a evidência material e física de um milagre eucarístico que tenha ocorrido em qualquer Missa Novus Ordo?

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Excerto de "Complô Contra a Igreja"

Excerto de Complô Contra a Igreja, de Maurice Pinay (pseudônimo), às páginas 336 e 337. Editora Revisão, 1994.

O famoso historiador holandês Reinhart Dozy dá interessantes pormenores sobre a conspiração judia que estamos analisando que, por outro lado, são confirmados pela Enciclopédia Judaica Castelhana, que é uma voz autorizada do judaísmo; o referido investigador, referindo-se aos israelitas do Império Gótico, diz: "Por 694, dezessete anos antes da conquista da Espanha pelos muçulmanos, projetaram uma sublevação geral, de acordo com os seus correligionários de além do Estreito, onde várias tribos berberes professavam o judaísmo e onde os judeus desterrados da Espanha haviam encontrado refúgio. 

A rebelião provavelmente devia estalar em vários lugares ao mesmo tempo, no momento em que os judeus da África houvessem desembarcado nas costas da Espanha; mas antes de chegar o momento convencionado para a execução do plano, o Governo foi posto ao corrente da conspiração. O Rei Egia tomou imediatamente as medidas ditadas pela necessidade; tendo depois convocado um Concílio em Toledo, informou os seus guias espirituais e temporais dos culpáveis projetos dos judeus e pediu-lhes que castigassem severamente essa raça maldita. Ouvidas as declarações de alguns israelitas, por onde se apurou que o "complot" pretendia nada menos que converter a Espanha em Estado judeu, os Bispos, estremecendo de ira e indignação, condenaram todos os judeus à perda de seus bens e da sua liberdade. O Rei entregá-los-ia como escravos aos cristãos e aqueles que até então haviam sido escravos dos judeus, o Rei emancipava-os"...(114)

Um caso típico de como atua a quinta coluna judia contra as nações que lhes oferecem albergue.

(114) Reinhart Dozy. "Histoire des Musulmans d'Espagne". Leiden. 1932. Pág. 267. E "Enciclopédia Judaica Castelhana". Ediç. cit. Tomo IV. Vocábulo España.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Comentários Eleison CDLXXX - Belo Queijo

Por Dom Richard N. Williamson

24 de setembro de 2016

Quanto mais saborosa é a isca colocada no anzol por seus inimigos,
Mais o pobre peixe se deixa enganar e os toma por amigos.


Na Austrália, há apenas um mês, o Superior Geral da Fraternidade São Pio X pintou um retrato radiante de sua – como ele espera – sujeição iminente da Fraternidade aos oficiais da Roma Conciliar. De um longo discurso, eis aqui algumas observações importantes que ele fez, resumidas ou citadas na íntegra (em itálico):


[...] Roma está oferecendo-nos uma nova estrutura. À sua frente estará um bispo, escolhido pelo Papa de uma lista de três membros da Fraternidade, nomeados pela Fraternidade. Ele terá autoridade sobre os sacerdotes, sobre qualquer religioso que queira aderir à nova estrutura, e sobre os católicos que pertençam à nova estrutura. Estes terão um direito absoluto a receber dos sacerdotes da Fraternidade todos os sacramentos, incluindo o do matrimônio. Esse bispo estará capacitado para fundar escolas e seminários, para ordenar (padres), para estabelecer novas Congregações religiosas. A estrutura será como uma superdiocese, independente de todos os bispos locais. Em outras palavras, para vocês, fiéis, não haverá nenhuma mudança no que vocês já estão desfrutando com a Fraternidade. A única diferença será que vocês estarão reconhecidos oficialmente como católicos.


Comentários Eleison CDLXXIX (479) - Infalibilidade da Igreja

Por Dom Richard N. Williamson

17 de setembro de 2016

Os Papas conciliares eu tenho de “desobedecer”,
Mas se eles são ou não Papas, eu não preciso estabelecer.


Da terra para o Céu sobem problemas. Do Céu para a terra descem soluções. Frequentemente, um problema católico precisa apenas ser elevado para tornar-se menos problemático. Um exemplo clássico pode ser o problema dos Papas conciliares, um problema que temos confrontado desde 2013 como nuca antes, ao menos tão brutalmente. Há, de qualquer forma, um mistério envolvido, mas se nós não escalamos alto o suficiente, caímos facilmente presos em uma das duas tentações clássicas: se ele é o Papa, então eu devo obedecê-lo; ou, eu não posso obedecê-lo, então ele não pode ser Papa. Mas se subo da humanidade do Papa para a divindade da Igreja, então percebo que a assim chamada infalibilidade papal é realmente uma infalibilidade da Igreja, que deixa muito mais espaço para que este ou aquele Papa, ou mesmo uma série de Papas, seja bastante menos que satisfatório. Vamos direto à definição de infalibilidade de 1870, em si mesma infalível. Aqui está o texto, com algumas palavras grifadas e números inseridos:


Nós ensinamos e definimos ser um dogma Divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, quando no exercício do ofício de pastor e doutor de todos os cristãos, 1 por virtude de sua suprema autoridade apostólica, 2 define 3 uma doutrina relacionada à fé e aos costumes 4 que deve ser sustentada por toda a Igreja universal, em virtude da assistência divina que lhe foi prometida na pessoa do Bem-Aventurado Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual o Redentor Divino quis que sua Igreja fosse munida ao definir doutrina relacionada à fé e aos costumes; e que, portanto, tais definições do Romano Pontífice são por si mesmas, e não pelo consentimento da Igreja, irreformáveis – Concílio Vaticano, Sessão IV, Const. De Ecclesiâ Christi, Capítulo IV.

Neste texto nós vemos claramente as famosas quatro condições para que o Papa fale infalivelmente, mas vemos também que seguem imediatamente as palavras aqui grifadas que não parecem ser frequentemente notadas, mas que deixam bastante claro de onde vem a infalibilidade do Papa: ela vem não dele mesmo, mas da Igreja. Tracemos uma comparação familiar da vida moderna, de uma dona de causa que pluga seu ferro elétrico em uma tomada na parede. Para que o ferro esquente, ela deve plugá-lo na tomada, mas a eletricidade que então esquentará o ferro dela vem obviamente não dela mesma, mas da central de energia elétrica local.


Para que uma definição papal seja infalível, o Papa deve plugar as quatro condições na Igreja, por assim dizer, e ele é a única pessoa na terra que pode fazer tal coisa – eis porque é chamada “infalibilidade papal” –, mas a proteção infalível do erro que ele então obtém provém não dele mesmo, mas do Espírito Santo através da Igreja, assim como a eletricidade vem não da dona de casa, mas da central de energia elétrica através da tomada. E então, assim como a dona de casa pode ter todos os tipos de qualidades ou defeitos pessoais, mas sempre que ela põe o plugue na tomada esses defeitos não fazem nenhuma diferença para o processo de aquecimento do ferro; similarmente o Papa pode ser um santo ou muito menos que um santo, mas se ele é o Papa devidamente nomeado ou eleito, então a partir do momento em que ele emprega as quatro condições, sua definição será necessariamente livre de erro.


Isso significa que sempre que o Papa não envolve essas quatro condições, estritamente falando ele pode dizer absurdos, tal como o resto de nós, sem que a Igreja deixe de ser infalível. E, de fato, sua Infalibilidade Ordinária é muito mais importante que essa Infalibilidade Extraordinária das definições papais, como os números anteriores destes “Comentários” procuraram ilustrar com outra comparação familiar, aquela entre uma montanha e sua capa de neve (ver CEs 343 e 344 de 8 e 15 de fevereiro de 2014). A capa de neve pode propiciar uma visibilidade maior, mas para que seja vista onde está, depende completamente do tamanho da montanha debaixo dela. Então, uma vez que nós tenhamos elevado o problema, não é mais tão importante para a Igreja que os Papas conciliares estejam com o juízo comprometido. Podemos sofrer aqui embaixo com os Papas falíveis, mas a Mãe Igreja permanece serenamente infalível.


Kyrie eleison.

domingo, 11 de setembro de 2016

Comentários Eleison CDLXXVIII (478) - As Origens do Islamismo



Por Dom Richard Williamson
Tradução: Cristoph Klug
Revisão: Rafael S. Souza (Borboletas ao Luar)

10 de setembro de 2016

Quem se beneficia de os inimigos de Nosso Senhor fomentar?
Aqueles dos quais se serve Deus para com aflições nos castigar.


Ao recomendar aos leitores o “Complô Contra a Igreja”, de Maurice Painay, um livro que prova com farta documentação que o principal inimigo da Igreja por dois mil anos tem sido os Judeus, estes “Comentários” afirmaram que os judeus estavam por trás do Islamismo, da Maçonaria e do Comunismo. Nenhum leitor contestou que eles estavam por trás da Maçonaria e do Comunismo, mas alguns perguntaram o que prova que eles estão também por trás do Islamismo. Na verdade, uma vez que o Islã surgiu no século VII d.C., não há documentação como as que existem para as modernas raízes da Maçonaria e do Comunismo. Na verdade, os especialistas sobre o Islã dirão que muitos dos documentos originais no início do Islã foram destruídos, precisamente para encobrir suas verdadeiras origens. Ficamos com os textos do próprio Corão e argumentos históricos para apontar os Judeus como os criadores do Islã. 

Quanto ao texto do Corão, alguém que o estudou de perto antes do Concílio, Hanna Zakarias, chegou à conclusão em seu livro “True Mohammed, False Koran”, que ele foi inteiramente o trabalho de um rabino judeu. Para apoiar sua tese de que o Islã é simplesmente Judaísmo, explicado aos árabes por um rabino para convertê-los ao único verdadeiro Deus do Velho Testamento, Zakarias sustenta que não há nenhuma história e nenhum detalhe no Corão que não sejam especificamente judaicos, referindo-se ao Velho Testamento, ao Talmude ou à outra literatura judaica. Somente um judeu ­– ele argumenta –, poderia glorificar Israel como o Corão faz, como cabeça das nações, único receptor da única Revelação do único Deus verdadeiro. Assim, passagens no Corão honrando, por exemplo, João Batista e a Santíssima Virgem, honram-nos puramente como sendo judeus, cortando toda ligação com a cristandade (Sura XIX, 1-21). Quanto a Jesus, ele pode ter sido o filho de Maria, mas ele certamente não era o Filho de Deus. 

Na contramão, um estudante pós-conciliar do Islã, Laurent Lagartempe, afirma em seu livro “Origins of Islam” que há muitas questões sobre a pessoa histórica de Maomé, e ele argumenta que o Corão é uma miscelânea de textos díspares, mais ou menos estabilizada apenas dois séculos após o início do Islã, para justificar a nova religião, e para servir como seu texto sagrado e rivalizar com o Antigo e o Novo Testamentos de Moisés e de Jesus Cristo, respectivamente. Mas Lagartempe não contesta uma presença significativa do Judaísmo nem de sua influência no Corão. 

Quanto aos argumentos históricos sobre os judeus estarem por trás do Islã, o livro de Pinay registra o bem conhecido papel que os judeus desempenharam em ajudar os árabes a conquistar a Espanha católica entre 711 e 788, reconquistada pelos espanhóis apenas em 1492. Lagartempe supõe razoavelmente que a conquista anterior do norte da África de 647 a 710 também foi auxiliada pelos judeus, porque esses países ao sul do Mediterrâneo, outrora partes de uma próspera cristandade, desde então permaneceram majoritariamente sob o controle árabe. 

No entanto, talvez o argumento principal que sustenta que os judeus estão por trás do Islã é o de ordem mais geral e dificilmente contestável que se apoia sobre o papel muito especial desempenhado na história do povo do Messias, Nosso Senhor Jesus Cristo. Para começar, a formação dos israelitas para este papel, pelo próprio Deus, estendida por mais de 2 mil anos de Abraão a Cristo. Observe no Antigo Testamento como especialmente Deus, recompensando-os ou punindo-os, formou-os como o berço do Messias vindouro. Ele concedeu aos judeus uma familiaridade muito especial com o único Deus verdadeiro, e eles nunca a perderam totalmente desde então. E essa familiaridade lhes dá uma habilidade especial para fabricarem religiões substitutas que parecem satisfazer as necessidades religiosas reais do homem. 

Infelizmente, eles recusaram seu Messias quando Ele veio, e essa recusa lhes dá uma motivação especial para fabricar falsas religiões para afastar os homens de Cristo e da salvação eterna. Aqui está o motivo de Maurice Pinay poder mostrar como eles lutaram ocultamente por todos os séculos contra a Igreja Católica. Hoje eles estão, indiscutivelmente, por trás da invasão muçulmana das nações outrora católicas da Europa, para dissolver os últimos remanescentes da Fé, e então acabar com a oposição dessas nações à sua Nova Ordem Mundial.


Kyrie eleison.

sábado, 10 de setembro de 2016

Comentários Eleison CDLXXVII (477) – Glória de Maria


Por Dom Richard N. Williamson
03 de setembro de 2016

Toda a glória que Maria busca é para seu Filho.
Para si mesma, Ela não busca glória alguma.


Entre as Festas Católicas da Assunção de Nossa Senhora ao Céu (15 de agosto) e a Natividade de Nossa Senhora (8 de setembro), pode ser um bom momento para refletir sobre uma objeção principal Protestante à devoção dos católicos para com Nossa Senhora, a saber, que toda a atenção, honra e oração dirigidos à Nossa Senhora lhe é tanto assim retirado a Nosso Senhor – Ele só é nosso Redentor, assim que somente a Ele devem ser dirigidas toda nossa devoção, adoração e oração. A seguinte citação, provinda como de Nosso Senhor mesmo, coloca muitas objeções em uma perspectiva diferente: —

O olho humano pode não pode olhar ao sol, mas pode olhar à lua. O olho da alma humana não pode mirar a perfeição de Deus tal como ela é, mas pode mirar a perfeição de maria. Maria é como a lua em relação ao sol. Está iluminada por sua luz e reflete sobre vós a luz que a iluminou, mas suavizando-a com esses místicos vapores que a fazem suportável à vossa limitada natureza. Por isso Eu os a proponho desde há séculos como modelo para todos vós a quem quis como irmãos, precisamente em Maria.

Ela é a Mãe. Que doçura para os filhos mirar a sua mãe! Tenho-a dado por essa razão, para que pudesses ter uma doce Majestade para contemplar, cujo esplendor fosse suficiente para arrebatá-los e cativar vosso olhar, mas não tão brilhante como para cegá-los. Apenas ante almas especiais, que elegi por motivos incensuráveis, mostrei-me a Mim mesmo, em todo o fulgor de Deus-Homem, de Inteligência e Perfeição absolutas. Mas junto àquele dom, tive de lhes dar outro que as fizessem capazes de suportar Meu conhecimento sem ser aniquilados.
Enquanto que a Maria a podeis mirar todos. Não porque ela seja semelhante a vós. Oh! Não! Sua pureza é tão alta que Eu, seu Filho e seu Deus, a trato com veneração. Sua perfeição é tão grande que o Paraíso todo se inclina ante seu trono sobre o que descende o eterno contento e o eterno resplendor de Nossa Trindade. Mas este resplendor, que a compenetra e imbui mais que a nenhuma outra criatura de Deus, está difuso pelos velos candidíssimos de sua carne imaculada, pela qual Ela irradia como uma estrela, recolhendo toda a luz de Deus e difundindo-a como uma luminosidade suave sobre todas as suas criaturas.
E além disso Ela é vossa Mãe eternamente. E a Mãe tem todas as piedades que os escusam, que intercedem por vós, que instruem pacientemente. Grande é a alegria de Maria quando Ela pode dizer a quem lhe ama, “Ama a meu Filho”. Grande é minha própria alegria quando posso dizer a quem me ama, “Ama a minha Mãe”. E grandíssima é nossa alegria quando vemos que separando-se de meus pés alguém de vós vai a Maria, ou separando-se do regaço de Maria algum de vós vem até mim. Porque a Mãe goza a dar outras almas enamoradas ao Filhos, e o Filho goza ao ver amada por outros à Mãe. Pois quando de nossa glória se trata, nenhum de nós busca prevalecer, senão que a glória de cada um de vós se completa na glória do outro.
Por isto te digo: “Ama a Maria. Te dou a Ela. Ela te ama e iluminará tua existência com tão somente a suavidade de seu sorriso. Se os católicos soubessem como deixar que sua luz irradie através deles, eles atrairiam incontáveis almas até seu Filho e até Deus, como verdadeiramente os Protestantes devotos só podem desejá-lo.

Kyrie eleison.

domingo, 4 de setembro de 2016

Discurso de São Pio X em 13 de dezembro de 1908



Papa São Pio X (1903-1914)
Que não se exagere, em consequência, as dificuldades quando se trata de praticar o que a fé nos impõe para cumprir nossos deveres, para exercitar o frutuoso apostolado do exemplo que o Senhor espera de todos nós: Unicuique mandavit proximo suo. As dificuldades vêm de quem as cria e as exagera, de quem a si se confia e não ao socorro do céu, de quem cede covardemente intimidado pelas mentiras e risos do mundo: do que se conclui que, em nossos dias mais do que nunca, a força dos maus é a covardia e debilidade dos bons, e todo o nervo do reino de Satã reside na brandura dos cristãos.

Ó! Se se me permitisse, como o fez em espírito Zacarias, perguntar ao Senhor: “Que são essas chagas no meio de suas mãos?” não caberia dúvida sobre a resposta: “Foram-me infligidas na casa dos que me amavam”, pelos meus amigos que nada têm feito para me defender e que, pelo contrário, fizeram-se cúmplices de meus adversários.”


(Discurso pronunciado pelo papa São Pio X em 13 de dezembro de 1908 depois da leitura dos decretos de beatificação de Joana D’Arc, João Eudes, Francisco de Capillas e Teófano Vénard e seus companheiros.)