Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

terça-feira, 28 de março de 2017

Comentários Eleison DVI (506) - Declínio Lento I

Por Dom Richard N. Williamson
25 de março de 2017
Tradução: Borboletas ao Luar
 
Se eu não vivo à altura do que penso,
Para o nível de minha vida estarão meus pensamentos em descenso.



     Aqui segue um testemunho abreviado dos Estados Unidos, que coloca o dedo na ferida:
     A Fraternidade Sacerdotal São Pio X mudou sua imagem (“rebranded”), e não é mais a mesmo que era. Tal como a FSSPX original pertencia à Igreja Católica, assim a Neofraternidade pertence à Neoigreja. Para os mais velhos o suficiente para recordar, é como se fosse novamente o Vaticano II, mas ainda pior, porque desta vez não há ataque doutrinário direto nem um Concílio importante; em vez disso, a revolução está sendo propagada por uma lenta, quase imperceptível, transformação social.

     Por enquanto mantém-se as aparências de Tradição, o Movimento Tradicionalista está sendo lentamente mudado desde dentro. As coisas externamente e materialmente parecem ser mais bem-sucedidas do que nunca, com quantidades crescentes de dinheiro e edifícios, mas interna e espiritualmente há decadência, porque a doença do modernismo está infectando imperceptivelmente as fileiras. Uma variedade de sintomas indica que o modernismo é o mesmo, como por exemplo, os novos e jovens sacerdotes de rostos felizes da Fraternidade que são como os "sacerdotes da paz" dos anos 60 e 70, como o chamava o grande Cardeal Mindszenty. Mas, ao contrário da geração anterior de sacerdotes, eles não têm masculinidade, assim como alguns dos principais professores leigos da Neofraternidade.

     Assim, a Missa pode ainda ser Tradicional, mas toda a cultura ao seu redor é Novus Ordo. Os tradicionalistas querem preservar a Antiga Missa e os Sacramentos, e alguns também a moral do Catecismo, mas ao mesmo tempo eles querem ter tudo mais que o mundo moderno tem para oferecer. Isso faz com que muitos chamados católicos tradicionais, fora da Missa e dos Sacramentos, sejam em grande parte indistinguíveis dos suas contrapartes no resto do mundo moderno. As estatísticas são as mesmas quando se trata de divórcio, nulidade, "mães solteiras", etc. Se os tradicionalistas querem ir com o mundo moderno, não podem ficar com a verdadeira religião. É um ou outro.
 
    Tal como é, o Movimento Tradicionalista está agora se abrindo ao mundo, a fim de se tornar socialmente aceitável e normal; e o processo de modernização está em andamento, lenta mas seguramente. Há uma nova e jovem geração a cargo, e eles estão mudando as coisas. Os velhos, excêntricos, embaraçosos intransigentes foram substituídos, e a Tradição tem uma nova imagem, um rosto jovem, feliz e amigável. A Igreja oficial teve seu “aggiornamento” há cinquenta anos, a Fraternidade está sendo atualizada hoje. A velha geração que lutou tantas batalhas para preservar as coisas está agora sendo substituída por uma nova geração que nunca conheceu o Novus Ordo, ou como ele veio a ser, e nunca teve de lutar por nada. Os jovens de hoje tendem a ter crescido em uma bolha tradicional, e têm muito pouco conhecimento da guerra de ontem, base da de hoje. Antes do Concílio, Bella Dodd testemunhou a infiltração comunista na Igreja. Estamos certos de que o mesmo não está acontecendo agora com o movimento tradicionalista?

     Era tudo muito previsível. Não sendo infalível nem indefectível, a Fraternidade passa agora pelo que a Igreja atravessou há cinquenta anos – infiltração, compromisso, desintegração e o mesmo processo de autodemolição. O Arcebispo Lefebvre teria notado a mudança radical imediatamente, mas um grande número de sapos na panela da Fraternidade nem sequer notou o quanto a temperatura da água está subindo. O Arcebispo "transmitiu o que recebeu", mas como pode a nova geração transmitir o que não está mais recebendo? Portanto, ouvimos agora que a "inevitável reconciliação" está ao alcance da mão. A FSSPX será aceita como parte da Neoigreja, e, inversamente, terá de aceitar a Neoigreja. Agora será apenas uma das muitas capelas laterais do Panteão da Nova Ordem Mundial. E, quanto à "reconciliação", qual lado cedeu ao outro? A Igreja Conciliar tornou-se católica? Longe disso!


     Veja na próxima semana outros exemplos da mesma testemunha.


     Kyrie eleison.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Comentários Eleison DV (505) - Vida Católica

Por Dom Richard N. Williamson
19 de março de 2017
Tradução: Borboletas ao Luar
 
 
As mais fortes tempestades se acalmam quando Deus manda.
Os piores homens não podem causar danos quando Deus guarda.


      Outro jovem me escreveu sobre o problema de viver como um católico no mundo que atualmente nos rodeia. Mas que católico consegue não ter problemas nesse mundo de hoje? Suas perguntas sobre o mundo e a Igreja estão em itálico, às quais seguem alguns conselhos do autor destes Comentários:

       É mais e mais difícil para eu viver uma vida de acordo com a Fé católica. Com relação ao mundo, tão logo eu passe a ganhar minha própria vida, deveria pensar em me mudar para outro país, como por exemplo, a França, a fim de buscar lá os meios para fundar uma família cristã (por exemplo, esposa, sacerdotes católicos que defendam a Tradição, etc.)? Quanto à Missa, a Missa Tradicional mais próxima de minha cidade está em B., onde há uma capela da Neofraternidade e outra capela que depende da Neoigreja. O que Sua Excelência me recomendaria fazer? Não conheço nenhum sacerdote da Resistência em meu país, nem mesmo de muitos católicos verdadeiros – que correspondam ao modo como entendo isto.
 
      A respeito do mundo, eu não recomendaria que você se mudasse para qualquer outro país. É muito provável que encontrasse lá os mesmos problemas, e teria cortado suas raízes nativas em seu próprio país. Você pode pensar que essas raízes em uma cidade moderna não valem muito, mas elas estão melhores do que nada. “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando”. Você arriscaria pular “de a panela para a frigideira”, em vez de pular da panela para a mesa da cozinha. A Providência pôs você na cidade onde tem agora sua família e seus amigos. As soluções hoje são bem mais internas do que externas, sobretudo quando a Guerra Mundial pode começar em pouco tempo (todo o Sistema americano está contra Trump, e quer guerra!).

     O mesmo em relação à frequência na Missa. A “outra capela” que você menciona já foi melhor do que é hoje. De modo semelhante à FSSPX, como você sabe. A apostasia hoje está em toda parte. Eu não tomaria decisões geográficas. Você poderia juntar-se um dia ao sacerdote que parece melhor, e pouco depois ele enlouqueceria também. Isto tem acontecido frequentemente na Igreja atualmente. A solução deve ser mais interna do que externa. 
     
     No que concerne à solução interna, como você lê os “Comentários Eleison”, então sabe como frequente e repetidamente eu recomendo que se reze todos os quinze Mistérios do Rosário diariamente. Bons livros (e boa música) também ajudam consideravelmente a nutrir e a proteger a mente e o coração. Leia os que realmente lhe interessam, porque você aproveitará esses livros bem mais do que aqueles que ler somente por dever. Deus Todo-Poderoso vê da eternidade em que desastre o mundo moderno se meteu. Ele vê também da eternidade que ainda há almas hoje que querem ir para o Céu. É imaginável que nas grandes cidades infernais atuais Ele deixaria essas almas sem nenhum recurso enquanto elas querem permanecer no caminho para o Céu? 

     No entanto, Ele previu que todo o exterior cairia sob o controle de Seus inimigos: chamadas telefônicas, e-mails, drones, universidades, política, lei, medicina, etc., etc. Eis porque eu acho que o que Ele quer dizer ao permitir tal poder aos Seus inimigos é conduzir-nos de volta para Ele e para uma verdadeira prática de Sua santa religião apesar do pior que os Papas e sacerdotes possam fazer. Portanto, em minha opinião, contente-se em assistir à Missa Tridentina menos contaminada que houver em qualquer lugar perto de você, faça regularmente a Confissão com qualquer sacerdote que ainda esteja disposto a escutar Confissões e que não diga a você que um pecado não é um pecado, e encontre um modo de rezar todos os dias os quinze Mistérios do Rosário. E então “mantenha sua alma paciente” e silenciosamente peça a Deus que mostre a você o caminho para o Céu, e que intervenha aqui embaixo antes que tudo esteja perdido. Apesar de todas as aparências, Ele continua em perfeito controle.

      Kyrie eleison.

sábado, 18 de março de 2017

Neocatecumenato - Uma Seita Judaizante



    Um dos sintomas mais inquietantes da protestantização geral que se verificou no seio da Igreja católica a partir do pontificado de João XXIII é dado pela extraordinária difusão do caminho neocatecumenal, que muitos membros da hierarquia celebram como intérprete ideal dos impulsos inovadores promovidos pelo Concílio Vaticano II.
    Declarando alcançar o redescobrimento da vocação batismal aos seus próprios adeptos, o movimento fundado por Kiko Argüello e Carmen Hernández, alicerçado pelo decisivo apoio e das reiteradas aprovações dos Padres pós-conciliares, considera-se a si mesmo representante privilegiado de uma nova “Igreja”, febrilmente propensa a se livrar da tutela opressiva de estruturas hierárquicas e de princípios dogmáticos hostis à espontânea efervescência carismática, anunciadora de uma religiosidade mais vital e positiva.

***

    Com base em tais premissas, presunçosamente derivadas de uma “cultura” teológica aproximativa e superficial, os neocatecumenais se erigem como genitores de uma pseudo-evangelização que, desvinculando o evento da Ressurreição do caráter essencialmente expiatório da Redenção realizada por Nosso Senhor Jesus Cristo, priva a conotação sacrificial da Liturgia para reduzi-la a um convite profano dominado pela descomposta sentimentalidade de uma assembleia que nega também o valor do sacerdócio.
    Com inqualificável desconsideração, se intenta demolir o fundamento sobrenatural da Liturgia, centrada no dogma da Transubstanciação, em nome dos pretendidos “carismas” de personagens que beberam nas fontes envenenadas do pior protestantismo e foram rapidamente assumidos como líderes do neomodernismo que, desde há muitos anos, devasta a vida da Igreja.
    É doloroso constatar como a aberrante e diabólica dessacralização da Missa tem sido objeto de comprazidos apreços por parte de não poucos Pastores, para os quais o entreter-se das estridentes sonoridades e dos ridículos bailados que servem de marco às sacrílegas cerimônias neocatecumenais têm parecido uma válida alternativa à divina grandeza do Rito; mas, ainda que semelhante falsificação da Fé possa suscitar indignação e tristeza, será menos surpreendente se se pensa na sutil obra de desagregação perpetrada há decênios contra a Tradição e culminada nas escandalosas revalorizações da pseudo-teologia de Lutero.

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    Apesar da persistente heterodoxia que prejudica uma reta formação espiritual dos crentes, não receberam nenhuma atenção nem as denúncias embasadas relativas aos abusos litúrgicos cometidos pelos neocatecumenais (sacrilégios eucarísticos, desvalorização do sacramento da penitência em favor de “confissões públicas”, estimuladas mediante pressões psicológicas, etc.) nem as observações teológicas propostas por valentes sacerdotes como o padre Enrico Zoffoli, que revelou com autoridade as explícitas tendências heréticas do caminho de Kiko e Carmen.
    A raiz das anotações críticas expressadas por mons. Landucci em um artigo publicado em Sim Sim Não Não em 31 de janeiro de 1983, o citado autor, fazendo uso amplamente do texto “secreto” das catequeses redigidas pelos “líderes carismáticos” para deformar e desviar as mentes de seus sequazes, demonstrou que os neocatecumenais retomam a tese luterana do “servo arbítrio”, a qual, como é conhecido, afirma que a natureza humana, ao estar totalmente corrompida pelo pecado dos progenitores, não tem a capacidade de cooperar ativamente com a Graça divina na atuação de seu próprio fim último.

***

    É evidente que o consenso explícito tributado por Papas e Bispos aos agentes da subversão anti-eclesiástica equivale a uma objetiva desaprovação do Magistério, culpavelmente ocultado pelo descaro sectário de grupos heréticos, afins por mentalidade ao Judaísmo e à Maçonaria.
    A boa fé daqueles que se unem a semelhantes grupos sem conhecer seu perigo não é razão suficiente para dissuadir aos católicos fiéis à Tradição do dever de desmascarar a grande apostasia carismática e neocatecumenal, que tende a se configurar como um cisma “legalmente” dirigido e encoberto pelos vértices da Igreja.
    
    Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam!

R. Pa.

Voz de Fátima, Voz de Deus - Nº 8

Mosteiro da Santa Cruz

25 de março de 2017

“Vox túrturis audita est in terra nostra”
(Cant. II, 12)

Em Fátima Nossa Senhora falou da II Guerra Mundial. Para evitá-la, ela pediu a consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração. E a Alemanha? Nossa Senhora não falou da Alemanha. Como falar da II Guerra Mundial sem falar da Alemanha?

O mal causado pela Rússia foi maior do que o mal causado pela Alemanha. O mal causado pela Alemanha é muito menor, comparado ao mal causado pela Rússia, durante e depois da II Guerra.

Muitos na França foram condenados à morte, sob acusação de colaboração com a Alemanha. Ora, até hoje os que colaboraram com a Rússia estão isentos de qualquer acusação. E no entanto, Nossa Senhora falou da Rússia e não falou da Alemanha. Grave erro da parte dos Aliados, que viram o erro do nazismo, que é real e que foi condenado por Pio XI, mas não viram o erro do comunismo, que é pior e que foi igualmente condenado por Pio XI como “intrinsecamente perverso”. As consequências foram que a Rússia espalhou seus erros pelo mundo inteiro, provocando guerras e perseguições contra a Igreja.

Enquanto o Papa não consagrar a Rússia ao Imaculado Coração e a Rússia não se converter, os livros de História continuarão a calar o erro dos Aliados ao colaborarem com o comunismo, com o qual, diz Pio XI, nenhuma espécie de colaboração é permitida.

Rezemos para que o Papa, com todos os Bispos, consagre a Rússia ao Imaculado Coração e que assim a Rússia se converta e o munda tenha um tempo de paz, paz que o mundo não tem e não terá enquanto o mundo não se submeter ao doce jugo do Cristo Rei.

+ Tomás de Aquino OSB

U.I.O.G.D

Voz de Fátima, Voz de Deus - nº 7

Mosteiro da Santa Cruz
18 de março de 2017

“Vox túrturis audita est in terra nostra”

(Cant. II, 12)

O que pensar de René Guénon, Frithjof Schuon e seus discípulos?
Que sua doutrina é contrária à doutrina da Igreja.

E que pensar de Olavo de Carvalho?
Na medida em que ele adere às doutrinas de René Guénon e de Schuon, ele também se opõe à doutrina da Igreja.

O que pensar da obra de Schuon sobre a Unidade Transcendental das Religiões?
O mesmo que já foi dito acima.

Onde encontrar uma exposição detalhada dos erros de Schuon?
Nas conferências divulgadas pelos dominicanos de Avrillé (França) a respeito deste autor.

+ Tomás de Aquino OSB

U.I.O.G.D

segunda-feira, 13 de março de 2017

Voz de Fátima, Voz de Deus - Nº 6


11 de março de 2017

“Vox túrturis audita est in terra nostra”

(Cant. II, 12)

O Apocalipse nos apresenta os fatos que sucederão quando o Anticristo aparecer.

Dom Emmanuel, abade beneditino do século XIX e pároco da aldeia de Mesnil-Saint-Loup, nos descreve em temos proféticos o esforço de sedução que precederá e acompanhará a vinda do homem de pecado, que fará prestar a si mesmo as honras devidas a Deus. Para angariar discípulos, o Anticristo não poupará esforços para se ver aceito por adeptos de toda sorte de falsas religiões e procurará conquistar mesmo os católicos. Escutemos o que ele nos diz:

“É muito crível também que o Anticristo disporá, para subir, de todos os partidários das falsas religiões. Ele se anunciará como cheio de respeito pela liberdade de cultos, uma das máximas e uma das mentiras da besta revolucionária. Dirá aos budistas que é um Buda; aos muçulmanos, que Maomé é um grande profeta. Nada impede que o mundo muçulmano aceite o falso messias dos judeus como um novo Maomé.

O que sabemos? Talvez irá até dizer, em sua hipocrisia, como Herodes seu precursor, que quer adorar Jesus Cristo. Mas isso não passará de uma zombaria amarga. Malditos os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável Salvador seja posto lado a lado com Buda e Maomé, em não sei que panteão de falsos deuses!”

Quem não reconhece nesta descrição profética o ecumenismo inspirado pelo Concílio Vaticano II?

Mas haverá algum ecumenismo superior, uma unidade transcendente das religiões, onde as religiões estariam unificadas “pelo topo”, como diz Olavo de Carvalho?

Não, de modo algum. Religião, ou seja, conjunto de verdades e de preceitos pelos quais nossa vida é ordenada a Deus, só existe uma. É a religião católica, com exclusão de todas as outras.

Com a graça de Deus, voltaremos ao assunto num próximo número.

+ Tomás de Aquino OSB

Comentários Eleison DIV (504) - Quarto Bispo

Por Dom Richard N. Williamson
11 de março de 2017


Onde as almas se esforçam para o Paraíso, os bispos devem existir,
A Vienna, na Virgínia, em 11 de maio, tentem ir!

      Desde o verão de 2012, quando a Fraternidade Sacerdotal São Pio X decidiu oficialmente mudar de rumo e abandonar a posição doutrinária tomada primeiramente quarenta anos antes pelo Arcebispo Lefebvre, tem sido interessante observar a Providência em ação para garantir a defesa da Igreja. Poder-se-ia esperar uma revolta generalizada em defesa da verdade de Deus. Resistência dentro da Fraternidade? Existente, mas até agora demasiado silenciosa. E fora? Existente, mas apenas como uma dispersão de leigos e um punhado de sacerdotes, fragmentados por divisões por falta de uma autoridade reconhecida. Os católicos precisam de autoridade. E essa necessidade é tão grande que enquanto a Verdade está sendo drenada para fora da Neoigreja centrada no homem, e da Neofraternidade centrada em Roma, as almas ainda se agarram a cada uma por causa dos restos de autoridade Papal na primeira, e da autoridade católica legada à última pelo Arcebispo.

      Mas a Verdade permanece como propósito da Autoridade, e a Autoridade não é o propósito da Verdade. Dada a natureza humana decaída, a Autoridade é a indispensável defensora e garantidora da Verdade, mas vem após a Verdade e não antes. Tomem por exemplo uma das últimas instruções de Nosso Senhor a Pedro antes de deixá-lo à frente do governo da Igreja (Lc XXII, 31-32): “Simão, Simão, eis que Satanás vos busca (plural) com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti (singular), para que a tua fé não falte (Verdade); e tu, uma vez convertido (Verdade), confirma os teus irmãos (Autoridade)”. E quando no Domingo de Ramos, alguns dias antes, os fariseus haviam tentado repreender Nosso Senhor pelo estrondo alegre que seus discípulos faziam, tão necessária era a adoração a Deus na Verdade que Nosso Senhor respondeu (Lc XIX, 40): “Digo-vos que, se eles se calarem, clamarão as mesmas pedras.”

terça-feira, 7 de março de 2017

Voz de Fátima, Voz de Deus - Nº 5

4 de março de 2017

“Vox túrturis audita est in terra nostra”

(Cant. II, 12)

Em Fátima Nossa Senhora fala de política ao falar da Rússia, pois foi a política soviética que foi a causa das guerras, fomes e perseguições anunciadas em Fátima.

Mas falar de política convém a Nossa Senhora? Não é necessário separar política e religião, Igreja e Estado, cada qual na sua esfera própria sem interferirem nos assuntos um do outro?

Grave erro seria pensar assim. Os inimigos da Igreja procuram difundir este modo de pensar, pois eles querem separar as nações católicas do seio da Igreja. Os católicos não se dão bem conta de que as nações católicas estão unidas à Igreja como o corpo está unido à alma. Igreja e Estado formam uma só realidade, da qual Nosso Senhor Jesus Cristo é a cabeça e os Estados, os membros. A Igreja é a alma. O Estado é o corpo.

A maçonaria sabia o que fazia quando declarou guerra às monarquias católicas herdadas da Idade Média, época em que os Santos Evangelhos eram a lei do mundo civilizado através desta união entre a Igreja e o Estado.

Hoje esta união está rompida e o corpo da sociedade, separado de sua alma, torna-se cada dia mais semelhante a um cadáver exalando o cheiro da morte.

Que o mundo volte ao seu Redentor por intercessão da Medianeira de todas as graças, a cujo Imaculado Coração a Rússia deve ser consagrada pelo Santo Padre em união com todos os Bispos e assim voltar ao redil da Igreja para que o mundo tenha um tempo de paz.

+ Tomás de Aquino OSB

segunda-feira, 6 de março de 2017

Raízes judaicas do cristianismo segundo Ratzinger

Já vimos (Sim Sim Não Não 15 de março de 2009, pg.1-6) a relação de Ratzinger com a Comunidade Católica de Integração (CCI) que datam de 1972. O então Cardeal Ratzinger em 1997, na introdução ao livro aqui citado na nota nº 1 escrevia; “O outro grande tema que adquire sempre mais relevo no âmbito teológico é a questão da relação entre a Igreja e Israel. A consciência de uma culpa, bastante removida, que pesa sobre a consciência cristã depois dos terríveis acontecimentos dos funestos doze anos de 1933 a 1945, é sem dúvida uma das razões primárias da urgência com a qual a questão é hoje sentida." O interesse dele pelas relações entre Igreja e Israel remonta, como ele mesmo diz, ao 1947-1948, quando estudava em Mônaco sob a direção do professor Gottieb Sönghen, de quem já tínhamos falado (Sim Sim Não Não cit.). A importância da “shoah” no desenvolvimento da sua teologia judaico-cristã é fundamental e remonta aos seus primeiros vinte anos. Onde erraríamos se quiséssemos ver na sua inclinação ao holocautismo judaico, uma novidade, devida – talvez – as pressões do lobby judaico-americanista ao explodir do “caso Williamson”.

* * *

Comentários Eleison DIII (503) - "Santos sacerdotes"?

Por Dom Richard N. Williamson
4 de março de 2017


Quando sacerdotes adormecem as almas de tanto acalanto.
Que mais resta de nossa Mãe Celestial além de seu pranto?

Por uma grande graça de Deus, um leitor destes "Comentários" que está imerso no mundo atual pela família e pelo trabalho, conseguiu manter, no entanto, uma percepção do que realmente está-se passando ao seu redor – o grande drama diário da salvação ou da danação das almas com as quais ele depara. Não é uma percepção confortável. Ele poderia desejar não ver mais o que vê, mas por outra grande graça de Deus, não pretende voltar a dormir. Ele sabe o que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X costumava representar, e tirava grande proveito disso. Agora, da perspectiva de um simples leigo, sem nenhuma pretensão de fazer uso de argumentos mais elevados, ele observa que a Fraternidade não é mais o que era, pois se juntou à brigada adormecida, e se pergunta o que vai fazer. Suas palavras não podem ser encontradas na Internet, mas devem estar nos corações de muitos católicos tristes. Ei-las aqui, em itálico:

Já mencionei isso antes, mas continuo vendo isso no trabalho. As almas estão famintas, e estão murchando sob o peso do pecado e as pressões desta anticultura que engolfa a todos nós. Quase todos os outrora católicos com quem já conversei ou mostraram-se indignados com todos os abusos ocorridos na Igreja (imagino, todavia, que muitos usem isso como uma grande racionalização para seus próprios pecados), ou viram nos sacerdotes nada mais que homens egoístas que não morreram para si mesmos nem se puseram como Cristo. A visão que têm da Igreja está obscurecida por tanta infidelidade e por tanto pecado.

domingo, 5 de março de 2017

Novo livro de Carlos Nougué: "Do Papa Herético e outros opúsculos"



Comentários Eleison DII (502) - Religião de Migração

Por Dom Richard N. Williamson
25 de fevereiro de 2017


Os homens brancos europeus abandonaram Deus?
Servir-lhes-ão de flagelo negros, muçulmanos, mulheres e judeus!


Então, existe um Poder Global por trás do fluxo em andamento de imigrantes não europeus para a Europa, e a religião é “decisiva” neste fluxo – assim está dito no “Comentário Eleison” da semana passada. Duas questões, então, se levantam: quem ou o que é este poder? E como pode a religião entrar em uma questão tão política?

Em relação à identidade deste Poder Global, de cuja existência o economista húngaro estava tão seguro sem estar disposto a identificá-la, há facilmente acessível na internet (ao menos que tenha sido abafado) um vídeo fascinante e aterrador de uma entrevista filmada em 2010, de poucos minutos de duração, na qual uma judia declara que são os judeus que estão liderando a transformação multicultural da Europa. Barbara Spectre nasceu nos EUA em 1942, graduou-se em estudos filosóficos nos EUA, atuou como educadora profissional desde 1967 em Israel, e em 1999 emigrou para a Suécia para unir-se a seu marido, que era rabino da sinagoga de Estocolmo. Assistindo ao vídeo, parece evidente que ninguém a estaria forçando a revelar quem está por trás da transformação que está em curso atualmente na Europa. Antes, ela sinceramente acredita nessa transformação e no que os judeus estão fazendo com a Europa, porque declara que somente a invasão de imigrantes possibilitará que a Europa sobreviva. Eis aqui suas próprias palavras:

Comentários Eleison DI (501) - Políticas de Migração

Por Dom Richard N. Williamson
18 de fevereiro de 2017

Que os Brancos e Muçulmanos lutem, em guerra mortal!
Então poderemos reinar, como nunca o fizemos antes.


Discutindo uma semana depois na televisão húngara sobre o mau comportamento dos imigrantes em Colônia no final do ano passado, o principal economista da Hungria, que já fora político, Dr. László Bogár, procurou descobrir as raízes do problema da invasão de imigrantes, que prossegue na Europa (assistam em: youtu.be/TKpe4swiVOc). Sua análise das raízes políticas vai até onde a opinião pública lhe permite dar nome ao Inominável Poder Global por trás da invasão, mas ele não se aproxima das raízes religiosas, que são decisivas. Mas, quem pensa ainda hoje que a religião influencia em qualquer coisa no mundo? É de esperar-se que os leitores destes “Comentários” possam tanto conceber que esse Poder maléfico existe, como que a verdadeira Igreja Católica é a única que pode neutralizar seu veneno. A seguir, em itálico, a análise do Dr. Bogár, resumida e adaptada:

Um Poder Global deseja destruir tudo o que é humano, tudo o que tem dignidade. E como o Homem Branco Europeu ainda possui muito disso, ele deseja destruir o Homem Branco Europeu. Consequentemente, ele está conduzindo para a Europa uma massa de imigrantes estrangeiros com o auxílio de recursos gigantescos. De fato, deve ser óbvio para qualquer um que tenha um mínimo de bom senso que, para um deslocamento relativamente rápido de milhões de pessoas por milhares de quilômetros, certas coisas são necessárias.

Em primeiro lugar, para financiar a operação, falemos num mínimo de dez bilhões de dólares. Em segundo lugar, para dirigir e controlar o deslocamento, precisa-se de um mínimo de alguns milhares de agentes estritamente secretos, e se alguma vez uma luz brilhou ocasionalmente nesta operação habilmente disfarçada, então, e em terceiro lugar, os meios de comunicação foram necessários para reparar o disfarce rapidamente. Em quarto lugar, para organizar a operação, foi indispensável a colaboração completa do sindicato global do crime com suas dezenas de milhares de traficantes de seres humanos para lidar com os migrantes. E, finalmente, a colaboração cínica dos principais políticos europeus era necessária, como a do Primeiro Ministro britânico que nos visitou aqui hoje, e a dos líderes da França e da Alemanha, todos os quais participaram igualmente na destruição da Líbia e da Síria. Além de criar o caos, esses líderes orgulhosamente anunciaram que estão fazendo isso em nome da Europa, da cultura ocidental, da democracia. Eis os verdadeiros culpados do horror que vimos recentemente em Colônia, e alguma coisa me diz que este é apenas um leve prelúdio para algo muito mais sinistro...

A verdade é que a Europa está sendo arrastada para um conflito tão brutal quanto a I e a II Guerra Mundial, pelo mesmo Poder Global. Com efeito, a Europa está deixando-se arrastar para uma III Guerra Mundial. A invasão de imigrantes é apenas o produto final de um enorme processo oculto. Agora, alguém pode neutralizar o horror ao fim do processo, mas se não entendemos o próprio processo e o cortamos desde suas raízes dentro da estrutura de poder global, então horrores como a invasão de imigrantes só continuarão. Infelizmente, a cooperação internacional é necessária aqui, mas a realidade é que o líder húngaro, Viktor Orban, tem estado virtualmente sozinho. Quando a Líbia foi infernalmente bombardeada, ele foi o ÚNICO político europeu que expressou suas preocupações e reservas sobre quais seriam as consequências estratégicas. Poucos, mas muito poucos políticos expressaram as mesmas preocupações. Por conseguinte, a Hungria teve de dar um passo adiante, e é por isso que estamos sob constante ataque. Na Hungria não precisamos travar uma guerra civil porque fechamos as nossas fronteiras, mas agora temos de esperar que as outras nações da Europa façam o mesmo.

Infelizmente, quando se trata de erradicar o processo pelo qual os horrores dos imigrantes nas cidades europeias são apenas os frutos podres, é lamentável dizê-lo, a Europa já está totalmente derrotada. O processo só pode levar a uma guerra civil. MAS ESSE É O OBJETIVO. É isso que o Poder Global quer. O Poder Global quer, acima de tudo, uma guerra brutal sem fim de 30 anos, tal como a devastadora Guerra dos Trinta Anos do século XVII (que foi obra do mesmo do Poder Global). Quer precisamente que se desenrole na Europa uma guerra civil que se estenda por décadas.


Kyrie Eleison.

Tradução: Introibo ad Altare Dei

sexta-feira, 3 de março de 2017

Voz de Fátima, Voz de Deus - Nº 4

Por Mosteiro da Santa Cruz
25 de fevereiro de 2017

“Vox túrturis audita est in terra nostra”

(Cant. II, 12)

Mesmo crendo que o texto da terceira parte do Segredo de Fátima não foi devidamente ou inteiramente ou de modo nenhum revelado pelo Vaticano, temos sérias razões para pensar que ele trata da apostasia atual.

Ora desde há muito tempo vemos o mundo católico traído por parte de sua hierarquia. Um artigo de Gustavo Corção (publicado em “Diário de Notícias”, de 20 de outubro 1967) já denunciava esta traição. Deixemos a palavra ao ilustre escritor:

“Tenho diante dos olhos um programa que anuncia: COMEMORAÇÃO DA REFORMA LUTERANA em fins deste mês. E quem é que quer comemorar os 450 anos de luteranismo? Os católicos. Aconselhados por quem? Pela hierarquia eclesiástica desta cidade do Rio de Janeiro. Sim senhores: os católicos querem COMEMORAR a data que foi um desastre para a Igreja e para a Civilização. Em nome de quê? Dizem que em nome do ecumenismo (…) E aqui está a consciência católica mais uma vez afligida, mais uma vez aturdida diante de novidades tolas que surgem por toda a parte como se já não existisse autoridade na Igreja. Disse autoridade? Não, digo como se já não existisse Igreja.”

Festejaram no Rio os 450 anos da Reforma, apesar dos protestos do pequeno grupo de fiéis que, com Gustavo Corção, tentavam, com sucesso, permanecer católicos, mas que tentavam, sem sucesso, abrir os olhos da hierarquia e impedir mais um ultraje lançado ao rosto de nossa Mãe a Santa Igreja. Hoje, festejam-se os 500 anos não só no Rio mas em Roma. Não tenho todos os detalhes dos atos e ditos do Papa Francisco a esse respeito, mas tenho na memória que ao longo destes 50 últimos anos os inimigos da Igreja se fartaram em exaltar hereges e em humilhar Dom Lefebvre, Dom Antõnio de Castro Mayer, sem falar de São Pio X e todos os pontífices, os quais não são senão os enviados d’Aquele que disse: “Quem vos despreza, a mim despreza.”

E a autoridade da Igreja? E a Igreja? Onde estão? Estão em parte ocupadas por cruéis inimigos e em parte por cegos que não sabem o que fazem.

Vigilemos e oremos, pois esta é a hora das trevas. A Igreja está em agonia como seu divino Esposo. Vigiemos com ela nesta hora.

+ Tomás de Aquino OSB