Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Comentários Eleison CDXCVIII (498) - Aliado Benevolente?

Por Dom Richard N. Williamson
28 de janeiro de 2017


Um bispo do V II deseja o bem aos tradicionalistas?
Mas pode ele ver como o V II leva ao Inferno?


O bispo Athanasius Schneider, nascido na Alemanha, mas atualmente bispo de Astana no Cazaquistão, deu-se a conhecer aos tradicionalistas nos anos recentes pelas suas muitas declarações ao menos aparentemente simpatizantes à Tradição Católica. Por exemplo, no ano passado associou-se publicamente aos questionamentos dos quatro Cardeais sobre a doutrina do Papa Francisco no documento papal, Amoris Laetitia. Quando ele próprio faz tanto para criticar o balanço da Igreja à “esquerda”, pode não entender ou apreciar um ataque pela “direita”, mas é a Verdade que está em jogo, não nossas pequenas personalidades. Vossa Excelência, muito obrigado por ter tido a coragem de ter defendido a verdade abertamente, mas compreenda que a Verdade total é muito mais forte, e mais exigente, do que o senhor pensa. O senhor deu recentemente uma entrevista ao Adelante la Fe. Por favor, não torne pessoal se eu citar (em itálico), algumas de suas respostas e as criticar:

Estou convencido de que nas presentes circunstâncias, Dom Lefebvre aceitaria a proposta canônica de Roma de uma Prelatura Pessoal sem hesitação.

Vossa Excelência, isso é impossível. O Arcebispo Lefebvre acreditou, e provou por argumentos da teologia e da História da Igreja, que o Vaticano II foi uma traição, sem precedentes, da parte das mais altas autoridades na Igreja, a 1900 anos de doutrina imutável desta. Mas a Roma oficial ainda está seguindo aquele Concílio objetivamente traidor. Consequentemente, colocar a FSSPX sob esta Roma seria como colocar a raposa como vigia do galinheiro. O Arcebispo sempre esperou que Roma se corrigisse. Isso ainda não aconteceu.

Dom Lefebvre foi um homem com um profundo “sensus ecclesiae”, ou senso da Igreja.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Comentários Eleison CDXCVI (497) - Cor, poesia...

Por Dom Richard N. Williamson
21 de janeiro de 2017


Os subúrbios fluem dos centros e os sustentam, e assim é,
Com a cultura em relação à verdadeira Fé.


"Não se pode viver mais de política, de balanços e de palavras cruzadas. Não se pode viver mais sem poesia, cor, amor" – palavras de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), aristocrata francês, aviador e escritor, não católico, mas brigando em sua alma contra o materialismo do século XX. Ele disse de si mesmo: "Eu sou um homem varrendo as cinzas, um homem lutando para encontrar as brasas da vida no fundo de uma lareira". E descrevendo em sua memória filosófica Terra dos Homens (1939) uma cena de trabalhadores e suas famílias amontoados em um trem noturno de Paris para Varsóvia, ele escreveu que estava atormentado não por sua condição desolada, mas por "ver um pouco, em cada um desses homens, Mozart assassinado".

São Thomas More - Preparação para receber a Comunhão

Preparação para receber a Comunhão

Recebem o sagrado Corpo de Nosso Senhor sacramental e espiritualmente aqueles que recebem devida e dignamente o Santíssimo Sacramento. Quando digo “dignamente”, não pretendo afirmar que haja um homem tão bom ou que possa ser tão bom que a sua bondade o torne, com toda a justiça e razão, digno de receber no seu vil corpo terreno a Carne e Sangue santos, bem-aventurados e gloriosos, do próprio Deus todo-poderoso, com a sua alma celestial e a majestade da sua divindade eterna; quero antes dizer que o homem pode preparar-se, colaborando com a graça de Deus, para chegar a um estado tal que a incomparável bondade de Deus, na sua liberal abundância, se digne tomá-lo e aceitá-lo como digno de receber o seu precioso e inestimável Corpo no corpo de um simples servidor.

Tal é a maravilhosa generosidade de Deus todo-poderoso, pois Ele não só se digna, mas até se deleita de verdade em estar com os homens, se estes se preparam para recebê-lo com alma limpa e virtuosa, pelo que diz: Delitiae meae esse cum filiis hominum: “As minhas delícias são estar com os filhos dos homens” (Pr. VIII, 31).

E como podemos duvidar de que Deus se deleita com os filhos dos homens quando o próprio Filho de Deus e verdadeiro Deus todo-poderoso quis não só fazer-se filho do homem, isto é, filho de Adão, o primeiro homem, mas além disso quis sofrer na sua inocente humanidade a dolorosa Paixão para a redenção e restauração do homem!

sábado, 14 de janeiro de 2017

Os Protocolos dos Sábios de Sião - Gustavo Barroso

DO QUE SE TRATA 

Os Protocolos são considerados como uma obra reveladora, um mistério desvendado pela filtração das tão zelosamente guardadas Atas Secretas do Congresso Sionista de Berna, cujo conteúdo central revela uma conspiração judaico-sionista internacional e que o escritor Léon de Poncins definia como a misteriosa Internacional Judaica, pelo fato da sua mensagem indicar a existência de um complô mundial. Já para René Guénon, os Protocolos seriam “uma tática destinada à destruição do mundo tradicional”. Também o escritor e historiador espanhol, especialista em questões judaicas, Joaquín Bochaca, define o assunto assim: “os Protocolos dos Sábios de Sião podem ser resumidamente descritos como um estuo [ardor] para o domínio do mundo por uma irmandade ou sociedade secreta”. Seja como for, os indícios de que o plano já estava em andamento e do qual os Protocolos seriam quase que um tipo de regulamentação já haviam sido manifestados, no século passado, pelo todo-poderoso Primeiro Ministro de origem judaica da Inglaterra, Benjamin Disraeli, ao afirmar que "o mundo está governado por personagens muito diferentes dos imaginados por aqueles que estão frente aos bastidores”, tese que seria confirmada e ratificada pelo também judeu e Ministro das Relações Exteriores da tristemente famosa República de Weimar, Alemanha, Walter Rathenau, ao afirmar que “trezentos judeus, cada um dos quais conhecendo os demais, governam os destinos do continente europeu e elegem seus sucessores entre os que os rodeiam”. 


UM RESUMO 

No dia 8 de maio de 1920 o então prestigioso jornal londrino The Times publicou um resumo do famoso plano de dominação mundial, baseado na primeira edição dos Protocolos, que se encontra catalogada desde 1906 no Museu Britânico, sob o código 3926d17. A partir desta data iniciou-se a grande polêmica em torno do assunto. Vejamos o resumo do Times: 

→Primeiro: Existiram e continuam existindo, desde há muitos séculos, organizações secretas políticas judaicas;

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Linha média versus sedevacantismo, ou quando os extremos se tocam

Carlos Nougué (Estudos Tomistas)

Diz o linha-média: É impossível que um papa defeccione na fé. Com efeito, como o mostra São Roberto Bellarmino, o Papa Sisto IV, antes de tudo por meio do Sínodo de Alcalá, e depois por si mesmo, condenou os artigos de um certo Pedro de Oxford, um dos quais afirmava que a Igreja da cidade de Roma poderia errar. Trata-se pois de condenação feita pelo próprio magistério, que, como se sabe, não pode errar. Logo, quando um documento como a declaração Dignitatis humanae, do Concílio Vaticano II, diz coisas que vão aparentemente contra a fé e contra o estabelecido por dois mil anos de magistério infalível, não pode passar disso mesmo: só aparentemente se opõem à fé e ao estabelecido anteriormente pelo magistério. Se porém se mantém a aparência de oposição, não pode dever-se senão a um mau entendimento e pois a um mau juízo. Replica o sedevacantista: De fato é impossível que um papa enquanto papa cometa qualquer atentado contra a fé; se o fizesse, falharia a promessa de indefectibilidade feita por Cristo a Pedro. Por isso, como o diz São Roberto Bellarmino, se segundo suposição um papa defeccionasse na fé, ipso facto perderia a jurisdição, ou seja, deixaria de ser papa, porque – como está implícito no dito – Cristo lhe retiraria a jurisdição no ato mesmo em que defeccionasse na fé. Logo, não pode haver papa herético, ou ao menos publicamente herético. – Por isso, ainda tem razão São Roberto Bellarmino quanto à impossibilidade de que a Igreja de Roma erre, porque, com efeito, o “papa” herético já não é o bispo da Igreja de Roma. E assim as heresias de um Francisco – as quais por evidentes não podem negar-se – não são heresias de um bispo de Roma.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sedevacantismo, ou uma conclusão à procura de premissas - Parte VI (Final)

Via Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória - ES


Professor Carlos Ancêde Nougué


9) Pressuposto, assim, tudo quanto se disse até aqui, deve-se dizer agora que a autoridade enquanto poder ou faculdade ativa é um habitus e, por conseguinte, um acidente predicamental; e, como todo acidente predicamental, não pode existir se não é recebido num sujeito. Que sujeito, ou antes, quem governa legitimamente e quem ilegitimamente? Governa legitimamente quem foi eleito legitimamente pela sociedade para receber a autoridade, e que não tem impedimento para recebê-la. Ilegitimamente aquele que tomou ilegitimamente a autoridade, ou por tê-lo feito sem designação legal, ou, ainda que validamente designado, por ter qualquer impedimento para receber a autoridade. Na sociedade civil, a instituição do sujeito da autoridade pertence ao conjunto da comunidade. “Segundo os tomistas em geral [também traduzimos aqui, à letra, uma frase do Padre Donald J. Sanborn], a comunidade inteira tem o direito de instituir ou escolher tanto a forma de governo quanto o sujeito que receberá a autoridade, mas a comunidade não transmite a própria autoridade, como sustentaram alguns, em particular Suárez. A comunidade simplesmente propõe um sujeito de autoridade. Mas é Deus quem dá a autoridade.” Assim, para que o rei, numa monarquia hereditária, receba legitimamente a autoridade, é mister que o povo aceite, pelo menos implicitamente, o sistema monárquico hereditário. Tudo isso, porém, tem que ver com o governo civil; já a constituição da Igreja, por seu lado, provém de Cristo, é imutável e de modo algum depende da aprovação da comunidade de fiéis. E, ao contrário do que se dá na sociedade civil, os elementos essenciais da constituição da Igreja se estabeleceram por disposição divina direta. A forma que lhe deu Cristo é monárquica, e nem o papa, que enquanto vigário de Cristo desfruta da mesma autoridade que Ele, pode alterá-la.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Carta de São Pio X ao bispo de Limerick sobre os escritos do Cardeal Newman

CARTA

Na qual o Papa [São] Pio X aprova a obra do Bispo de Limerick sobre os escritos do Cardeal Newman
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Brasão de S. S. São Pio X



Ao Nosso Venerável Irmão Edward Thomas, Bispo de Limerick

Venerável Irmão, saúde e bênção apostólica.

Pela presente informamos que Aprovamos o vosso ensaio, no qual mostrais que os escritos do Cardeal Newman, longe de estarem em desacordo com a Nossa Carta Encíclica Pascendi, estão em estreita consonância com a mesma: pois não pudestes ter servido melhor tanto a verdade quanto ao eminente mérito do homem.

Parece que aqueles cujos erros Condenamos em nossa Carta estabeleceram como regra fixa a busca de aprovação do nome de um ilustríssimo homem para as próprias coisas que eles mesmos inventaram. E assim, afirmam, livremente, que tomaram certas posições fundamentais extraídas daquela origem e fonte, e que, por essa razão, não Podemos condenar as doutrinas que lhes são próprias sem, ao mesmo tempo e ainda mais, em prioridade de ordem, condenar o ensinamento de tão eminente e grande homem.