Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Comentários Eleison DLXXVII (577) - Capítulo Geral II

Por Dom Richard N. Williamson
Tradução: Introibo ad Altare Dei
04 de agosto de 2018


Meu Deus, eu não posso. Eu devo.
Vós podeis. Eu imploro. Eu confio!


Ao menos por enquanto, pode-se razoavelmente julgar que o Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X terminou em mais uma derrota disfarçada para a Fé Católica. É uma pena que os quarenta principais sacerdotes do que uma vez foi a Fraternidade de Dom Lefebvre não compreendam toda a dimensão da a crise da Igreja e mundial em que todos nos encontramos hoje, mas essa é a realidade. De certa forma, não se pode culpá-los, porque não são nem mais nem menos do que filhos de sua época. Dado que estamos vivendo em tempos pré-apocalípticos, por que os sacerdotes da Fraternidade deveriam ser poupados das tentações e da cegueira que desde o Vaticano II reduziram a massa dos bispos e sacerdotes da Igreja? A Igreja tem a promessa de Nosso Senhor de que nunca falhará (Mt XXVIII, 20), mas a Fraternidade nunca teve tal promessa.

Portanto, quem os católicos que desejam salvar suas almas “get real [caiam na real]”, como dizem os americanos, ou conformem suas mentes à realidade de nossa situação. Por exemplo, uma mãe angustiada dos Estados Unidos me escreveu sobre sua preocupação com os filhos:

“Eu quero que meus filhos tenham outros filhos que amem a Fé. E quero que tenham outras oportunidades para que conheçam fiéis católicos e talvez se casem um dia. Eu tenho um filho de apenas doze anos e gostaria de ser padre. Qual é o futuro para eles? Haverá sempre no nosso entorno um padre da “Resistência”? E que tal uma escola? E meu filho estará seguro entrando em um seminário?” Deve haver hoje muitas mães católicas com a mesma ansiedade. Respondi com a imensa necessidade que todos os católicos têm hoje de compreender a realidade e de conformar-se a ela:


Querida Mãe,

 ACOSTUME-SE À IDEIA DE QUE PARA UM FAMINTO UM PEDAÇO DE PÃO É UM LUXO. A Igreja encontra-se em estado faminto. Então:

1. A cada dia basta o seu cuidado, diz Nosso Senhor (Sermão da Montanha). Pode haver ou não um seminário decente quando seu filho de doze anos crescer. Se não houver, isso significará que Nosso Senhor não quis que ele fosse sacerdote. Mas muita água passará sobre a represa entre o agora e o então.

2. Um sacerdote da “Resistência” em seu entorno? Só o tempo dirá. Enquanto isso, você não é obrigada a ir a missas que diminuem sua fé, na realidade você pode ser obrigada a não ir a elas. Que você e seu marido julguem. Mas se você não assistir a uma Missa pública, você deve adorar a Deus em casa regularmente no domingo. Este é o Terceiro Mandamento. Seu exemplo ensinará seus filhos.

3. Uma escola da “Resistência” seria um superluxo. Enquanto isso, enquanto as crianças REALMENTE ouvem seus pais biológicos, isso está no fundo de sua natureza. Você pode enviá-los para as escolas não tão boas, contanto que você tenha o Rosário em casa, e vigie atentamente todas as influências que venham a influenciá-los, especialmente sua música... Não os deixe sozinhos em seus quartos com nenhum aparelho eletrônico. Mantenha esses aparelhos maus fora de casa, o mais longe possível.

4. Basta para o dia o seu próprio mal. Lembre-se do que disse Santo Ambrósio a Santa Mônica: “O filho de muitas lágrimas (o futuro Santo Agostinho) não pode-se perder”. Chore lágrimas de sangue, se é necessário para a salvação de cada um dos seus filhos – o que é mais importa? –, mas ao mesmo tempo tenha uma confiança ilimitada no Sagrado Coração de Jesus e no desejo e poder de Sua Mãe para obter sua salvação.

Portanto, caros leitores, o Arcebispo e sua Fraternidade eram um superluxo. É normal demais que hoje a percamos. Devemos “cingir nossos rins”, ou seja, apertar nossos cintos e pensar em salvar nossas almas sem ela. A graça de Deus está sempre presente. “O auxílio de Deus está mais próximo que a porta”, diz o provérbio irlandês.

Kyrie eleison.

Nenhum comentário:

Postar um comentário