Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Comentários Eleison CCCXCVI (396) - O Pensamento da NeoFraternidade - II

14 de fevereiro de 2015

Por Dom Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (blogue Borboletas ao Luar)

Cuidado, caros seguidores da Neofraternidade!
Mantenham-se profundamente em alerta, pois o veneno já age com profundidade!


Apenas umas 650 palavras de um único “Comentários Eleison” não são de forma alguma suficientes para deixar suficientemente claro o imenso problema exposto na entrevista concedida pelo Primeiro Assistente da Neofraternidade para uma revista desta na Alemanha perto do fim do ano passado (cf. CE da semana passada). O pensamento do Pe. Pfluger emerge da venenosa mentalidade moderna, e por isso não é de surpreender que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX) de Dom Lefebvre esteja sendo envenenada do topo até a base, e transformada na Neofraternidade (ExSSPX) de Dom Fellay. O veneno consiste em um movimento que decai de Deus para o homem; da religião de Deus para a religião do homem; das verdades de Deus para as liberdades do homem; da doutrina de Cristo (“Ide e ensinai a todas as nações” – Mt XXVIII, 19) para a união da humanidade.

Tal como milhões e milhões de homens modernos, milhares e milhares de homens da Igreja em altos cargos, e tantos sacerdotes e leigos daquela que foi uma vez a FSSPX, o Pe. Pfluger não entende a importância crucial da doutrina católica para a Igreja. “DOUTRINAI todas as nações”, poderia ter dito Nosso Senhor. Por quê? Porque todos os homens são criados por Deus para ir para o Céu (I Tm II, 4). Isto é algo que eles só podem fazer por meio de Jesus Cristo (Atos IV, 12), mas primeiramente crendo em Jesus Cristo (Jo I, 12), o que só podem fazer ouvindo sobre a Fé (Rm X, 17) – em outras palavras, ouvindo a DOUTRINA católica. Assim, falar de um sujeito que não tem interesse pela doutrina católica é falar de um sujeito que não tem interesse em ir para o Céu. Boa sorte pra ele, onde quer que venha a passar a sua eternidade!


Pois bem, desde o início até o fim da entrevista alemã, o Pe. Pfluger evidencia seu relativo desinteresse pela doutrina católica; mas como os “Comentários” da semana passada declararam, esse desinteresse é mais claramente evidenciado pelo seu implícito menosprezo (palavra não muito forte) pelos grandes documentos antiliberais, antimaçônicos, antimodernistas, como o foram notavelmente as Encíclicas Papais dos séculos XIX e XX: digamos desde a Mirari Vos de 1831 até a Humani Generis de 1950. Para o modo de pensar do Pe. Pfluger, provavelmente esses documentos “anti” parecem simplesmente negativos, ao passo que a doutrina católica é essencialmente positiva. Pode-se muito bem pensar que o remédio é meramente negativo, ao passo que a cura é essencialmente positiva. No entanto, remédio pode ser essencial para preservar a saúde – pelo amor de Deus! Mas por que são as Encíclicas um remédio tão necessário para a saúde da Igreja de hoje?

Porque o homem não foi feito para viver sozinho (o bom selvagem de Rousseau), ele é por natureza um animal social (Aristóteles) – observem as mil maneiras pelas quais os homens se associam. Mas bem, a Revolução Francesa de 1789, ao rejeitar Aristóteles e seguir Rousseau, derrubou a base natural da sociedade e a colocou sobre fundações criadas meramente pelo homem, hostis à natureza humana tal como designada por Deus, e, por conseguinte, hostis a Deus. Por conseguinte, como as ideias revolucionárias avançaram, através da França, da Europa e do mundo, a Igreja Católica passou a se encontrar em um ambiente social cada vez mais hostil, pois a profunda influência que qualquer sociedade tem sobre os indivíduos pertencentes a ela tem sido trabalhada mais e mais contra Deus e contra a salvação das almas. 

Por muito tempo os Papas católicos não se deixaram iludir, e reavivaram o remédio da verdadeira doutrina social da Igreja para aplicá-lo através de suas Encíclicas contra a enfermidade da humanidade revolucionária. Assim, as Encíclicas não ensinam nada mais que a doutrina de sempre da Igreja sobre a natureza da sociedade humana que se sustenta entre o homem e Deus. Não foi necessário falar sobre essa doutrina social enquanto ela fez parte do senso comum. Portanto, as Encíclicas não são um infeliz acidente de infelizes tempos idos. Elas são centrais para a defesa da Fé no presente, como Dom Lefebvre tão bem aprendeu com o Pe. Le Floch. Mas veio então o “bom” Papa João declarar que o homem moderno não está mais doente, e agora vem o Pe. Pfluger. Na próxima semana tem mais.


Kyrie eleison.

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