Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Voz de Fátima, Voz de Deus - Nº 52

Mosteiro da Santa Cruz

24 de fevereiro de 2018


“Vox túrturis audita est in terra nostra”     

(Cant. II, 12)



      Que questão atual poderá comparar-se em gravidade à questão da gnose, que é a doutrina da Anti-Igreja? E o que é a Anti-Igreja senão este corpo do qual o demônio é a cabeça e o maus, os membros? Estes membros, outrora dispersos, unir-se-ão progressivamente até a vinda do Anticristo, cuja oposição a Nosso Senhor e à sua Igreja será completa e aparentemente triunfante, mas seu triunfo, de curta duração. Na verdade, o verdadeiro triunfo caberá à Igreja Católica, cujos membros santificar-se-ão pela paciência e obterão a vida eterna, enquanto que o Anticristo e os que obstinadamente perseverarem em segui-lo irão para o fogo eterno em punição de seus crimes, juntamente com Lúcifer e os anjos rebeldes.

      Esta oposição entre a Igreja e a Anti-Igreja é a essência do drama que vivemos e que durante o Concílio Vaticano II opôs os bispos fiéis à Igreja aos bispos liberais imbuídos, em maior ou menor grau, das doutrinas maçônicas.

      Todo o drama entre Dom Lefebvre e a Igreja Conciliar, todo o drama que divide a Tradição a respeito dos acordos com Roma, todo o drama que caracteriza o mundo atual encontra sua explicação na irredutível oposição entre a doutrina católica e a gnose, entre a Igreja Católica e a Anti-Igreja.

      Alguns poderão achar simplista esta afirmação, mas leiam os documentos pontifícios, leiam o que os Papas ensinaram a esse respeito, e verão como o combate entre a Igreja militante e seus cruéis inimigos (o demônio, o mundo e carne) se resume nesse combate entre a Igreja e a Anti-Igreja. Que foi o Concílio Vaticano II senão o triunfo das ideias maçônicas do Estado neutro e do relativismo doutrinal? Por que Roma quis os acordos com Dom Lefebvre (que os recusou) e os quer com os superiores da Fraternidade, senão para integrá-los como integrou Campos? E integrar para quê? Para que triunfe a Anti-Igreja. Mesmo o que parece não ter conexão com este combate está ligado a ele. Que mais deseja a Anti-Igreja senão a destruição da Igreja?

      A doutrina da Igreja está consignada nos documentos do seu Magistério infalível, enquanto que a doutrina da Anti-Igreja está na gnose, a qual, carecendo de um magistério, procura uma sistematização através de autores como René Guénon, que preparam as bases doutrinais para o advento do Anticristo. Isto explica a imprecisão, mais aparente do que real, de sua doutrina, que, de fato, está ainda em vias de finalização e que não chegará nunca a uma perfeita definição, pois o erro é por natureza obscuro.

      Que Nossa Senhora, que esmagou a cabeça da serpente, nos assista e proteja contra os inimigos do reino de seu divino Filho.

+ Tomás de Aquino OSB



U.I.O.G.D

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