Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Jesus Cristo, o único Mediador entre Deus e os homens

Por Cristoph Klug

Por muitas vezes tem-se usado o trecho de I Timóteo II, 1-7 para condenar a piedosa prática católica da invocação e da crença na intercessão dos Santos. Mas como se dá essa mediação única?

Primeiro vamos ao texto:

"Recomendo-te, pois [Timóteo], antes de tudo, que se façam súplicas, orações, petições, ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que estão constituídos em dignidade, para que levemos uma vida sossegada e tranquila, em toda a piedade e honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, o qual quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e há um só mediador entre Deus e os homens, que é Jesus Cristo homem, o qual se deu a si mesmo para a redenção de todos, (tal é o) testemunho (dado por Deus) no tempo devido; por isso é que fui constituído pregador e Apóstolo (digo a verdade, não minto), doutor das gentes na fé e na verdade."

Sabemos que apenas Cristo se encarnou no seio da Virgem Maria e entregou-se à cruz para expiação de nossos pecados. E é disso que trata São Paulo; em parte alguma é condenada a intercessão — orar uns pelos outros — mas sim dá-se a ênfase de que há apenas um Deus verdadeiro, e apenas Jesus Cristo homem é quem faz a mediação, pois Deus não media a si mesmo entre Ele e nós. São Paulo, que é um dos grandes pilares da Igreja Católica, teve essa intenção bem clara e simples enquanto ditava suas cartas. Não há confusão alguma no texto em si.

"Somente Jesus Cristo, por direito próprio, por representação própria, por méritos próprios, é o Mediador entre Deus e os homens. Os santos, e singularmente a Virgem Maria, o são enquanto são associados à mediação única de Jesus Cristo." (Pe. José M. Bover)

Como vimos, Jesus Cristo não necessita de coisa alguma para ter méritos junto a Deus Pai. Ele, por si só, os conquistou. Porém, isso não exclui que aqueles que estão na comunhão plena com Deus, sejam os confessores, sejam os mártires, possam também rogar a Deus pelas nossas súplicas. Tal coisa não os torna deuses, pois Deus excede a isso e a tudo o que possamos imaginar; muito menos "emperra" nosso acesso a Ele. Ao contrário, facilita, pois o que é imperfeito aqui nesta terra, na Igreja Militante, torna-se perfeito na Igreja Triunfante no céu. Mas se imaginássemos uma gigantesca escada de degraus incontáveis tendo Deus muito acima do último, teríamos a Virgem Maria em torno do milésimo, e nós, míseras criaturas, comendo o pó aos pés desta mesma escada. Os outros Santos, como o os grandes Agostinho e Tomás de Aquino, ainda estariam bem abaixo de nossa boa Mãe. 

Abaixo, uma nota feita a este mesmo trecho que expliquei, retirada da Bíblia Sagrada, Novo Testamento, traduzida e anotada pelo Padre Matos Soares:


"Jesus Cristo é mediador entre Deus e os homens, não só porque na sua pessoa possui a natureza divina e humana, mas também porque, com a sua morte, reconciliou os homens com Deus. Os protestantes costumam apresentar este texto contra a doutrina católica sobre a invocação e intercessão dos Santos. Não têm, porém, razão, porque a Igreja ensina claramente que a mediação dos Santos supõe a mediação de Cristo, funda-se nela, e dela recebe toda a sua força. Quando diz Jesus Cristo homem, São Paulo exprime-se desse modo não para negar a divindade de Jesus, mas para salientar que Jesus exerce o ofício de mediador como homem, pois foi como homem que morreu e nos reconciliou com Deus."


Penso que aqui já foi possível a compreensão do nosso pequeno estudo. Quem possuir a boa ciência, entenda.

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