Pela profecia de Simeão é despertada na alma de Maria o pressentimento de um mistério infinitamente doloroso na vida de seu Filho. Até então Ela não havia escutado senão as palavras de Gabriel que lhe anunciava para Jesus o trono de seu pai David (I, 32). Simeão confirma-as no v. 32, mas introduz uma espada – a rejeição do Messias por Israel (v. 34) – cuja imensa tragédia Maria conhecerá ao pé da Cruz.
São Simeão a Maria: "E uma espada trespassará a tua alma, a fim de se descobrirem os pensamentos escondidos nos corações de muitos." (Lc II, 35) |
O que há de se imitar primeiro n’Ela é essa fé que Isabel lhe havia assinalado com sua grande bem-aventurança (Lc. I, 45). A fé de Maria não vacila, mesmo que humanamente todo o divino parece falhar aqui, pois a profecia do anjo lhe havia prometido para seu filho o trono de David (Lc I, 32), e a de Simeão (Lc II, 32), que Ele havia de ser não somente “luz para ser revelada às nações” mas também “a glória de seu povo de Israel” que de tal maneira o rechaçava e o entregava à morte por meio do poder romano. “O justo viverá de fé” (Rm I, 17) e Maria guardou tais palavras meditando-as em seu coração [em sua alma] (Lc II, 19 e 51; 11, 28) e creu contra toda a aparência (Rm IV, 18), assim como Abraão, o pai dos que creem, não duvidou da promessa de uma numerosíssima descendência, nem mesmo quando Deus lhe mandava matar ao único filho de sua velhice que devia lhe dar essa descendência (Gn XXI, 12; XXII, 1; Eclo XLIV, 21; Hb XI, 17-19)
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