Por Dom Richard N. Williamson
09 de junho de 2018
Blog Borboletas ao Luar
Capitulantes, a Igreja e a Fé vêm primeiro,
E Menzingen tem de sair perdendo!
Nem todos estão dormindo. Alguém na França está vigiando como os liberais estão-se preparando para assumirem o iminente Capítulo Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, no qual ela tem sua última chance – provavelmente a última mesmo – para defender a Fé Católica contra o Vaticano II, como o fez Dom Lefebvre. Quem quer que seja essa pessoa, ela escreveu um excelente artigo no Fidélité catholique francophone denunciando certas palavras sinistras do Secretário Geral da Fraternidade, o Pe. Christian Thouvenot, ditas em uma entrevista à revista do Distrito alemão da Fraternidade, no início deste ano. O que se segue deve muito a este artigo.
Em primeiro lugar, as palavras sinistras: “É provável que a questão do presente status de Prelazia Pessoal seja levantado no Capítulo Geral (em julho). Mas só o Superior Geral está na chefia da Fraternidade, e ele é o único responsável pelas relações entre a Tradição e a Santa Sé. Em 1988, Dom Lefebvre deixou este ponto bem claro”. Estas palavras são sinistras porque permitem que se interprete que Menzingen, o Quartel-general da Fraternidade no qual o Pe. Thouvenot trabalha, esteja preparando membros e seguidores da Fraternidade para que o Capítulo Geral seja o momento e o lugar no qual Dom Fellay legalmente tomará para si a responsabilidade de aceitar a oferta de Roma de uma Prelazia Pessoal, e, aceitando-a, mutile de uma vez por todas a habilidade da Fraternidade de defender a Fé resistindo à Missa Novus Ordo e ao Concílio Vaticano II. E estas palavras são sinistras porque são ambíguas ou falsas.
Em primeiro lugar, não é o Superior Geral sozinho o chefe da Fraternidade. Pelos Estatutos da Fraternidade estabelecidos por Dom Lefebvre, é verdade que, uma vez eleito o Superior Geral, ele tem notáveis poderes ao seu dispor, e pelo prazo de no mínimo doze anos, porque o Arcebispo queria que o Superior Geral tivesse tempo e poder para fazer algo, sem ser impedido como ele mesmo tinha sido pelos Padres do Espírito Santo. Mas o encontro do Capítulo Geral a cada seis ou doze anos está acima do Superior Geral, e ele deve seguir as políticas decididas ali. Hoje, na teoria, o Capítulo Geral de 2012 decidiu que qualquer “normalização canônica” da Fraternidade requereria uma maioria de votos do Capítulo Geral inteiro, mas, na prática, Dom Fellay já prosseguiu para “normalizar” com Roma as confissões da Fraternidade, as ordenações e os matrimônios. E hoje seu Secretário Geral fala como se o Capítulo Geral não tivesse mais nada por dizer, como se Dom Fellay sozinho pudesse “normalizar” o restante. Será que todos os quarenta futuros capitulantes de julho estão cientes do que Menzingen está dizendo? Eles concordam com isso?
Em segundo lugar, o Pe. Thouvent afirma que Dom Fellay – sozinho? – é responsável pelas relações entre a Tradição Católica e a Santa Sé. Não há dúvida de que ambos, Roma e o próprio Dom Fellay, gostariam deste quadro, pois Roma poderia garfar toda a “Tradição” de uma vez só, e Dom Fellay estenderia seu império. Mas “Tradição” é uma coleção de variadas e heterogêneas sociedades e comunidades religiosas que certamente não concordam todas em serem garfadas pela Roma Conciliar, ou lideradas por Dom Fellay. Por esta razão, Dom Lefebvre repetidamente se recusava a ser chamado chefe da Tradição Católica. Mas ambos, Dom Fellay e seu Secretário, estão jogando o jogo da Roma Conciliar.
E, em terceiro lugar, se o Arcebispo insistia, no tempo das sagrações, em 1988, que ele sozinho ainda estava no controle das relações da Fraternidade com Roma, era porque sabia que os jovens colaboradores ao seu redor não eram páreos para os astutos romanos, como vimos nós mesmos desde a sua morte em 1991. Não foi por confiança na estrutura da Fraternidade que ele dotou o Superior Geral de uma graça especial para estar à altura dos romanos conciliares. Quando os homens querem errar, não é necessariamente uma estrutura que irá salvá-los. Mas o que o Arcebispo poderia fazer? Ele teria de morrer algum dia!
Leitores, se vocês conhecem algum capitulante de julho, pergunte-o se ele sabe o que o Secretário Geral está dizendo!
Kyrie eleison.
Traduzido por Leticia Fantin.
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