"O Salvador do gênero humano, Jesus Cristo, lançando os fundamentos daquela fé que converte os ímpios à justiça e restitui os mortos à vida, formava seus discípulos por doutrina e milagres a fim de crerem que o mesmo Cristo é o Unigênito de Deus e Filho do homem. Isolar um do outro não seria proveitoso para a salvação. Perigo igual seria acreditar que o Senhor era só Deus e não homem, ou apenas homem e não Deus. Era preciso confessar ambas as verdades: como em Deus havia verdadeira natureza humana, unia-se à natureza humana a verdadeira divindade.
O Senhor, com a finalidade de confirmar o salutífero conhecimento desta verdade de fé, havia interrogado os seus discípulos, o que acreditavam, o que pensavam dele, em meio das mais diversas opiniões dos demais. O apóstolo Pedro, por revelação do Pai supremo, supera o corpóreo e vai além do humano. Vê com os olhos do espírito o Filho de Deus vivo, confessa a glória da divindade, porque não se detém na substância da carne e do sangue. A sublimidade desa fé agradou tanto ao Senhor que ele o chamou feliz e bem-aventurado e outorgou-lhe a sagrada firmeza da pedra inconcussa, sobre a qual seria fundada a Igreja e contra a qual não prevaleceriam as portas do inferno, nem as leis da morte. Além disso, para ligar ou desligar qualquer causa, não seria ratificado nos céus senão o que sentenciasse Pedro."
São Leão Magno, Papa. Sermões, LI Sermão, "Sermão sobre a transfiguração do Senhor", Paulus, 2005.
Maravilhoso!
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