Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

domingo, 31 de maio de 2015

Comentários Eleison CDXI (411) - Fim de Semana com Eliot

Por Dom Richard Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (blogue Borboletas ao Luar)

30 de maio de 2015

FIM DE SEMANA COM ELIOT


Católicos, que suas mentes não sejam tão limitadas.
Fora do redil de Nosso Senhor há ovelhas que são por Ele lideradas.


O ciclo de palestras de fim de semana que houve aqui em Broadstairs no início de maio sobre poemas e peças do famoso poeta moderno T. S. Eliot (1888-1965), foi um grande sucesso. Eliot é um escritor difícil de entender, porque ele insistiu em dar sentido ao mundo moderno sem sentido; mas as seis palestras do Dr. David White (em 36 horas!) inspiraram em seus mais de duas dúzias de ouvintes católicos um real interesse em Eliot, a quem escolheu como tema de seu evento literário por ter escrito parte de seu mais famoso poema, a Terra Desolada, nas proximidades de Margate. Um ponto alto do evento foi uma excursão ao pavilhão na beira-mar onde Eliot escreveu essa parte, e onde o Dr. White recitou a Terra Desolada para os participantes do evento sob o azul do céu, diante do mar cinza – a atmosfera estava perfeita!

Muitos católicos rejeitam escritores que não são abertamente católicos, por mais famosos que sejam. Mas em meados dos anos vinte, logo depois de escrever a Terra Desolada, Eliot esteve perto de se tornar católico, e desde então, até sua morte, a solução que ele apresentou em seus escritos para os problemas do mundo moderno é centrada em Nosso Senhor Jesus Cristo. Isso pode não ser óbvio à primeira vista, seja porque ele estava escrevendo para cristãos mornos, ou porque ele mesmo ainda estava a lutar contra a modernidade; mas deixemos que sua verdadeira crença em Cristo seja ilustrada por um poema de seus Quatro Quartetos – selecionado pelo Dr. White para explicação –, a seção IV do quarto quarteto, Little Gidding


1. A pomba mergulhando rasga o espaço
2. Com flama de terror esbraseado
3. Cujas línguas arrojam sem cessar
4. Um jorro apenas de erro e de pecado.
5. Toda esperança, ou mais desesperar,
6. Está na escolha de uma ou de outra pira
7. – Para que o fogo pelo fogo nos redima.
8. Quem, pois, urdia tanto suplício? Amor.
9. Amor é Nome de furtiva chama
10. Sob as mãos que teceram com rancor
11. A intolerável túnica de flama
12. A que poder algum se pode opor.
13. Apenas suspiramos, ainda vivos,
14. Por esse ou outro fogo consumidos.
(N.T.: Tradução de Ivan Junqueira)


Durante a Segunda Guerra Mundial, Eliot vivia em Londres, e à noite ele agia como um Guardião de Ataques Aéreos, patrulhando as ruas para minimizar o perigo ou os danos dos ataques aéreos alemães. O primeiro dos dois versos do poema é como aquelas figuras duplas de plástico que contêm duas imagens, dependendo de como você inclina o plástico. O segundo verso deduz da figura dupla sua tremenda lição.

Assim 1) a “pomba mergulhando” é tanto o Espírito Santo descendo em Pentecoste como os bombardeiros inimigos avançando sobre Londres. 2) A “flama de terror” é tanto o fogo do Espírito Santo como as bombas incendiárias do inimigo. 3) As “línguas” são tanto aquelas do Espírito Santo que caíram sobre os Apóstolos, como aquelas das bombas incendiárias, enquanto 4) os “jorros” são tanto a Redenção por Cristo como o lançamento de bombas pelos políticos humanos. 5) A primeira parte diz respeito à nossa única esperança; a segunda, à desesperança da guerra. Em qual pira funeral nós escolhemos nos queimar? 7) O fogo da Redenção é para nos salvar do fogo da condenação.

Segundo verso: 8) é Deus quem designa as Guerras Mundiais para nos salvar do fogo eterno. 9) Ele não é bem conhecido, mas é 10) Seu Amor que está permitindo que os políticos causem 11) os tormentos da guerra, 12) que são redimíveis apenas por Cristo. 13) E para concluir, a vida humana termina apenas 14) no fogo, seja o do Amor divino, ou o da condenação eterna.

A Terceira Guerra Mundial se aproxima. Quando ela chegar, quantos pregadores católicos se atreverão a pregar que é o Amor divino que estará por trás de seus espantosos sofrimentos, que é o mínimo necessário para nos pôr de volta, por desígnio de Deus, no caminho do Céu? O não católico Eliot estava a dizê-lo há 70 anos.



Kyrie eleison.

sábado, 30 de maio de 2015

Reflexões sobre o Fim dos Tempos

O MISTÉRIO DA INIQUIDADE E O PROPÍNQUO FIM DOS TEMPOS


«O “mistério da iniquidade”, que culminará no Anticristo e seu triunfo sobre os que crerão na mentira[1] por não haver aceitado o “mistério da sabedoria”[2], já está operando desde o princípio, em forma dissimulada de joio misturado com o trigo e de peixes maus entre a rede[3], por causa do domínio adquirido por Satanás sobre Adão, e mantendo sobre todos os seus descendentes que não fazem pleno proveito da redenção de Cristo. 

É não somente o grande mistério da existência do pecado e do mal no mundo, não obstante a onipotente bondade de Deus, senão principalmente, e em especial, esse mistério da apostasia[4], que levará ao triunfo do Anticristo sobre os santos[5], à falta de fé na terra[6], e, em uma palavra, à aparente vitória do diabo e aparente derrota do Redentor até que Ele venha a triunfar gloriosamente nos mistérios mais adiante assinalados para o fim. 

As armas do Anticristo são falsas ideologias e doutrinas[7] que Satanás, “o príncipe deste mundo”, introduz desde agora sob etiquetas de cultura, progresso e ainda de virtudes humanas que matam a fé, e graças aos meios que a técnica moderna lhe dá para monopolizar a opinião pública. Um autor americano recente vê o mistério da iniquidade no “conformismo”, ou seja, na acomodação dos cristãos ao mundo, na infiltração do mundo nas fileiras dos discípulos de Cristo (Hanley Furley, The Mistery of Iniquity).»

Monsenhor Johannes Straubinger, comentário ao II Tessalonicenses. 



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[1] Gl II, 11: “Para que sejam condenados todos os que não deram crédito à verdade, mas se comprazeram na iniquidade. 
[2] I Cor II, 7: “Mas pregamos a sabedoria de Deus no mistério, que está encoberta, e que Deus predestinou antes dos séculos para nossa glória.” 
[3] Mt XIII, 47-50: “O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede lançada ao mar, que colhe toda a casta de peixes. Quando está cheia, (os pescadores) tiram-na para fora, e, sentados na praia, escolhem os bons para os vasos, e deitam fora os maus. Será assim no fim dos séculos: virão os anjos, e separarão os maus do meio dos justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes.” 
[4] 2 Ts II, 3: “Ninguém de modo algum vos engane; porque (isto não será) sem que antes venha a apostasia (quase geral dos fiéis), e sem que tenha aparecido o homem do pecado, o filho da perdição.” 
[5] Ap XIII, 7: “E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los. E foi-lhe dado poder sobre toda a tribo, e povo, e língua, e nação.” 
[6] Mt XXIV, 24: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes milagres e prodígios, de tal modo que (se fosse possível) até os escolhidos se enganariam.” Lc XVIII, 8: “Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Mas, quando vier o Filho do homem, julgais vós que encontrará fé sobre a terra?” 
[7] Por exemplo, o Comunismo, o Socialismo, o Sionismo, o Americanismo, o Neo-Ecumenismo pós-Conciliar, o Materialismo, o Laicismo, entre outros.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

O que é o Nacional-Socialismo? - Gonzague de Reynold

Trecho retirado do livro do historiador Gonzague de Reynold, "De Onde Vem a Alemanha?"




É uma revolução. A revolução alemã. É para a Alemanha e para os países submetidos diretamente à sua influência, o equivalente da revolução francesa. É um regime socialista organizado no quadro nacional e inspirado pelo nacionalismo.

O nacional-socialismo é uma revolução sob o figurino alemão: romântica e dinâmica. É às vezes uma volta ao passado mais longínquo, mais bárbaro, e ao mesmo tempo o salto mais ousado, o mais “técnico” no futuro.

É uma revolução de extrema-esquerda. É um jacobinismo junto ao qual o da revolução francesa aparece singularmente burguês e clássico. Dirigiu-se, se não chegar nunca ao fim de sua própria tendência, ao vazio intelectual, ao niilismo moral, à tirania da organização.

Se, decididamente, a sociedade deve dirigir-se para uma forma em que o indivíduo será totalmente absorvido pelo coletivo, e a consciência pessoal totalmente negada na consciência coletiva, onde o ser humano será reduzido ao papel de uma formiga superior, perceber-se-á que o impulso dado nesse sentido pelo nacional-socialismo terá sido mais decisivo que o esforço bolchevista.

É bom ter sob os olhos todos os pontos desta escala descendente.

O declive começou no século dezoito. Neste século a razão foi separada da religião; ao mesmo tempo era ela afastada das grandes forças afetivas e das grandes tradições humanas; além de que uma implica necessariamente na outra. A razão degenerada em direção mental, tecnicamente vestida, engendrou o relativismo moral e o materialismo filosófico. Chegou-se assim a considerar que, só, o algarismo era capaz de representar adequadamente o real. De onde a lei do número. A partir do momento em que o número é árbitro supremo da autoridade, sob a forma da democracia, do conhecimento, sob a forma da ciência, da riqueza, sob a forma do capitalismo, do trabalho, sob a forma da produção, da civilização, sob a forma da cultura, da potência, enfim sob a forma do espaço vital, e do império, devia-se chegar fatalmente a não ter mais que massas em presença, e entre estas massas, produtos de força.

A revolução francesa liberou as potências coletivas, as massas dirigidas pelos instintos permanentes e sentimentos momentâneos: era subtrair a sociedade humana à razão para submetê-la às leis telúricas. Suprimiu os intermediários entre elas e o indivíduo. A revolução russa levou a tendência até suas extremas consequências: materialismo e comunismo. A revolução alemã, organiza, e isto é que a torna temida.

Mas seria grave esquecer a ação decisiva representada, nesta revolução total e totalitária, na só e única revolução, pelo maquinismo, as grandes concentrações econômicas e pelo mito da prosperidade. É a responsabilidade dos Estados Unidos. É enorme. Os americanos duvidam; ignoram o mal que o americanismo fez à Europa e a Alemanha em particular.

Então, o nacional-socialismo é uma das formas da revolução moderna. É, no momento, a revolução pelo último figurino.

As duas grandes forças de que dispõe e que fazem a sua superioridade são: a primeira, seu caráter místico, religioso; a segunda, seu gênio de organização.

Se o nacional-socialismo é anticristão, não é porque seja anticlerical, livre-pensador, laico, racionalista; nem porque seja materialista como o marxismo; e porque, ele próprio, é uma religião.

Fenômeno religioso, o nacional-socialismo é o triunfo do irracional. Sob esta forma, é a reação violenta, inevitável, do afetivo contra o intelectual, do instinto contra o cérebro. Aparece assim como uma vingança da natureza contra os excessos da civilização racionalista e livresca, da civilização estudada.

Sua religião edifica altares panteístas na região revolvida e obscura onde o misticismo se confunde com o instinto, como um nevoeiro na noite.

O racismo é falso, mas como todo erro é humano. Isto quer dizer que guarda consigo um pouco de verdade. O que torna um erro perigoso, contagioso, é a dose de verdade que ele contém.

O racismo é falso, porém sugestivo e viscoso. Poderia muito bem ser para o nacional-socialismo o equivalente do que os Direitos do Homem foram para a revolução francesa: uma arma de penetração, um meio de expansão e de propaganda. Questão de tempo. Porque o racismo poderá continuar a agir mesmo quando o nazismo tiver desaparecido.

Como nos Direitos, há no racismo um apelo à revolta e ao enfraquecimento. A quem se dirige? A estes povos da Europa oriental que estão muito menos evoluídos que os da Europa ocidental, onde se acham minorias descontentes e desprezadas, onde o camponês é pobre e o operário miserável. Aos povos sensíveis e imaginosos, pelos quais, depois de muito tempo, as questões de raça existem. É fácil compreender o valor revolucionário do racismo, quando se sabe de que promessas é portador: divisão de terras, espoliação dos bens eclesiásticos, expulsão e despojamento dos judeus. O clero, a nobreza, os grandes proprietários, as pessoas da alta finança, dos negócios e da usura, acham-se deste modo, em toda a Europa oriental, face-a-face do nacional-socialismo, na mesma posição instável e inquieta onde se achavam, no Ocidente, frente-a-frente com a revolução francesa.

Mais que esta revolução, mais mesmo que a França atual, muito mais que a Rússia dos Soviets, o nacional-socialismo trabalhou pelo povo. Realizou as reformas sociais mais ousadas. Reabsorveu o chômage, e este é um argumento de valor incalculável. Tem se feito refrão de que o povo alemão sofre, de que ele está descontente, e que “nada mais suportará”: as revoluções agem por suas tendências mais que pelos seus efeitos imediatos. Nada seria feito na França depois da Revolução, e portanto...

Quando se fala do nacional-socialismo, comete-se geralmente três grandes faltas. A primeira, de julgar seu sistema econômico conforme as nossas normas e os nossos hábitos capitalistas. A segunda, de não ver nele senão um imperialismo alemão quando é uma revolução: as revoluções se propagam no interior dos países, dão pontapés no plano, e as armas não vêm senão mais tarde; as revoluções podem avançar sem combater, ocupar sem fazer guerra. A terceira, esquecer que o nacional-socialismo é uma revolução social.

É o grande concorrente do bolchevismo russo. Este nutriu ao olhar do III Reich os mesmos sentimentos que nutre um fracassado pobre, quando sonha com o vizinho rico e que acertou. Inveja misturada com admiração. De onde a perplexidade: vai-se continuar a lhe fazer oposição, a agourar sua morte? Ao contrário, vai-se visitá-lo?

O problema russo e o problema alemão dependem um do outro, e não formarão mais adiante senão um único problema.

Esta convicção está fundada na história, sobre a antiguidade dos entendimentos e a profundidade das afinidades entre a Rússia e a Germânia. O russo é um oriental, isto é, um ser implacável incapaz de se deslindar sozinho sem o favor de um agente exterior. Dos germanos, dos escandinavos: os Varègues, fizeram a Rússia; forneceram-lhe seus primeiros chefes, sua dinastia unificadora. Na Idade Média, o comércio alemão dominava-o. Desde o século dezoito a influência alemã iguala e acabou por ultrapassar a francesa. A Prússia e a Rússia evoluíram juntas, tomando o cuidado de nunca de chocar. Ao excesso, a questão judia é hoje a única que separa as duas potências. Separá-las-á sempre, porém? Na Rússia dos progroms o antissemitismo é popular.

Esta convicção é igualmente fundada sobre a geografia. Se a Alemanha quer se opor à hegemonia marítima que exercem conjuntamente a França e o império britânico e os Estados Unidos, é preciso que ela tenha atrás de si uma força continental equivalente. Basta olhar o mapa para ver que ela não pode achar esta força senão na Rússia. Mas se a revolução russa ainda tem a ambição de se estender pela Europa, é preciso que antes conquiste a Alemanha.

Eis o dilema: ou a Rússia dominará a Alemanha, ou a Alemanha dominará a Rússia. Ou a Rússia será nacional-socialista, digamos nacional-comunista, ou a Alemanha será bolchevizada. É provável que os Soviets perguntem então onde está o interesse: num acordo com o III Reich ou numa guerra contra o III Reich.


REYNOLD, Gonzague de. De Onde Vem a Alemanha?. Rio de Janeiro: Vecchi Editor, 1940. pgs. 210-216.

sábado, 23 de maio de 2015

Comentários Eleison CDX (410): Papas Conciliares - I

Por Dom Richard Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (blogue Borboletas ao Luar)


Papas maus o mundo sempre produziu,
Jamais, porém, como no mundo atual, corrupto como nunca se viu.


Quando alguém alega que os Papas conciliares podem estar ao menos parcialmente de boa fé, há normalmente católicos que protestam. Eles dirão que os Papas são homens da Igreja inteligentes e educados, e então é impossível que eles não percebam totalmente o que estão fazendo. A teoria “mentevacantista”, segundo a qual esses Papas têm a mente vacante, a ignorar parcialmente as consequências de suas próprias ações, é absurda para esses críticos. Pode-se entender o protesto, mas deixem-me citar um amigo que compreende o “mentevacantismo” tal como deve ser compreendido:


A ideia de que os Papas podem estar enganados de boa fé porque sustentam que certos erros não se opõem à Fé, requer atenção, porque as pessoas têm um conceito de papado muito destacado do mundo, enquanto que toda a história dos Papas é uma história de homens de seu tempo sujeitos à compartilhar todos os bons e maus hábitos e vícios daquele período. A diferença reside no poder do erro, que nunca foi tão forte como é atualmente; a humanidade nunca foi, não se deve esquecer, tão degenerada como hoje.


Pois de fato o liberalismo está agora em todo lugar, e a dominar; não é mais um mero pensamento ou maneira de pensar, mas um verdadeiro modo de ser que permeia todo homem vivo, seja ele um liberal absoluto em si mesmo, ou um agente do liberalismo e de sua subversão, ou meramente uma de suas ferramentas. Tal é o caso dos Papas conciliares. Eles acham que estão a se aproximar do mundo para curá-lo, sem se dar conta de que é o mundo que se aproxima deles para infectá-los e controlá-los.

Em uma situação como essa, pode-se certamente falar de Papas liberais, mas não de Papas não católicos, já que está faltando o primeiro requisito para tal condenação, a saber, a vontade pessoal deles de ser liberais e não católicos. Ninguém pode fazer outra coisa que reconhecer que nesses Papas há uma vontade pessoal de ser católicos e não liberais anticatólicos, já que para eles não há contradição entre os dois, longe disso. Segundo seu teólogo e pensador, Joseph Ratzinger, o liberalismo é um dos bons produtos derivados do catolicismo, que precisa apenas ser purificado de certas distorções estranhas trazidas para dentro dele. Assim, quanto à destruição da Igreja, torna-se lógico que os Papas, por acreditarem em tal catolicismo comprometido, não podem evitar que uma das consequências de suas ações seja essa destruição.

Em relação a Dom Lefebvre, dado que ele cresceu em uma Igreja muito diferente da Igreja de hoje, eu posso apenas concluir que para ele era impossível que um católico agisse como instrumento de subversão sem se dar conta do que está fazendo. Menos ainda poderia um Papa não percebê-lo. Por ler nas entrelinhas de certos escritos do Arcebispo, eu acredito que enquanto sua visão do mundo certamente incluía o processo de degeneração chegando ao fim dos tempos, ela não incluía esse processo a envolver de alguma maneira clara também a Igreja.


Eu posso imaginar leitores objetando a esse tipo de análise: “Oh, Excelência, por favor, pare de defender os Papas conciliares. É preto ou branco. Se eles são pretos, serei um sedevacantista feliz. Se são brancos, serei um liberal feliz. Seus cinzas só estão me confundindo!”.

Caro leitor, preto é preto, branco é branco, mas raramente na vida real nós encontramos o branco puro, e nunca o preto puro (tudo o que é, por pior que seja, tem a bondade de ser). Se vocês querem entender essa escusa relativa dos Papas conciliares, a chave é compreender que o mundo nunca foi tão profundamente mal como é hoje. A partir dessa degeneração sem precedente, é óbvio que os Papas conciliares são a esse respeito mais escusáveis por deslizar na Fé que qualquer um de seus predecessores.


sábado, 16 de maio de 2015

A pseudo oração da paz que São Francisco nunca escreveu

Orlando Fedeli

É bem conhecida a oração pela paz que se diz ter sido escrita por São Francisco.
Essa é uma falsidade. É o que demonstra um artigo publicado no Osservatore Romano jornal oficioso da Santa Sé, artigo que publicamos abaixo com tradução nossa.
Congratulamo-nos com essa revelação histórica, pois além de prezar a revelação de uma verdade histórica, alegra-nos deixar claro que jamais São Francisco teria escrito tal oração, que manifesta um pacifismo inexistente na Idade Média, e, muito menos, na alma de um santo como ele
.

http://secretummeummihi.blogspot.com/


As Origens do Texto Atribuído a São Francisco de Assis
A Verdadeira história da Oração pela Paz


Egidio Picucci

Osservatore Romano

É excepcional a difusão da oração simples atribuída a São Francisco de Assis, conhecida em todo o mundo, graças, sobretudo, à sua espontaneidade e à sua referência às expectativas mais humanas. Traduzida em todas as línguas, foi e é recitada no âmbito de numerosíssimos encontros e por eminentes personalidades do mundo eclesiástico, literário e político. Tendo que fazer uma escolha, basta recordar que em 1975 ela foi recitada em Nairobi durante uma reunião do Conselho ecumênico das Igrejas; que em 1986 esteve no centro das orações dos participantes do encontro dos representantes de todas as religiões, organizado por João Paulo II em Assis; que em 1989 em Basileia abriu o Congresso ecumênico europeu.

A oração não deixara de espantar Madre Teresa de Calcutá, que brevemente explicou sua importância, e convidou a recitá-la no dia em que, em Oslo, recebeu o prêmio Nobel da paz (1979), revelando que, em seu instituto, ela era rezada todos os dias, depois da comunhão; Helder Pessoa Câmara, o então Arcebispo de Olinda e Recife (Brasil), incluiu-a nas "Páginas do Caminho para as comunidades abramíticas"; Margaret Thatcher recitou uma parte dela em 4 de Maio de 1979, dia da sua nomeação como primeiro ministro; o Bispo anglicano Desmond Tutu (Nobel pela paz em 1984), confessou que "ela fazia parte integrante" de sua devoção; Bill Clinton a inseriu no discurso de saudação a João Paulo II no aeroporto de Nova York em 1995, acrescentando com mal disfarçada altivez que "muitos americanos, católicos ou não, a tem em seu bolso, na bolsa ou em suas agendas".

O elenco poderia continuar e longamente, mas a nós interessa fazer conhecer somente um aspecto da longa história que circunda a oração, e isto é o papel que teve o “Osservatore Romano" ao fazê-la conhecer do grande público.

Em 1915, no dia seguinte da declaração da primeira guerra mundial [para a Itália - nota do tradutor], Bento XV compôs uma oração pela paz, traduzida em francês, inglês, alemão, espanhol, português, russo e polaco, convidando todos os católicos da Europa a recitá-la no domingo, 7 de Janeiro, no mesmo momento em que ele mesmo a teria rezado diante do altar de São Pedro, junto com os Cardeais e com a Cúria pontifícia.

"Na França - afirma Christian Renoux, docente de história na universidade de Orleans - o Governo se opôs a tal recitação, temendo que o Papa convidasse a rezar pela vitória do catolicíssimo império austro-húngaro. Confiscou, pois, todos os folhetos em que a oração fora impressa e censurou os boletins paroquiais que a reproduziam".

Algum tempo antes, o Marquês Stanislas de A Rochethulon, presidente da associação anglo-francesa Souvenir Normand - que se qualificava como "obra de paz e de justiça ideal, inspirada no testamento de Guilherme, o Conquistador, considerado antepassado de todas as famílias reais da Europa, para fazer ressaltar o papel que tiveram a lei e o direito estabelecidos pelos conquistadores normandos" – tinha feito chegar ao Papa duas orações pela paz e um cântico dedicado a Nossa Senhora das Normandias. A primeira oração era uma invocação "à Nossa Senhora dos Normandos e aos seus santos e santas padroeiros”; a segunda, uma "bela oração a recitar durante a Missa", publicada por um certo abbé Bouquerel, redator do semanário católico "A Crux de Orne, retomada no número de Dezembro de 1912 do periódico "La Clochette", um revistinha católica de caráter devocional fundada em Outubro de 1901, e que se qualificava como "boletim da Liga da Santa Missa".

Era a atual Oração Simples – assim a chamou Giuseppe João Lanza del Vasto, e assim é conhecida na Itália – apareceu anônima pela primeira vez na "La Clochette" ("A campainha"), termo claramente designativo da pequena campainha que se toca durante a celebração eucarística. A oração agradou seja ao Papa como ao Cardeal Pietro Gasparri, Secretário de Estado, mesmo porque o Marquês a tinha feito apresentar como "oração ao Sagrado Coração", devoção cara ao Papa, o qual, na oração pela paz de 1915, tinha feito várias vezes referência ao Sagrado Coração.

"A pedido do Papa (e do Cardeal Gasparri) - acrescenta Christian Renoux - a Secretaria de Estado enviou o texto ao "Osservatore Romano" que a publicou na primeira página no dia 20 de Janeiro de 1916, traduzida em italiano, junto com uma breve informação explicativa, intitulada “As orações do "Souvenir Normand" pela paz. O redator, que fez algumas correções secundárias, não obstante tivesse escrito que a apresentava "textualmente na sua tocante simplicidade", explicava: "O "Souvenir Normand" fez chegar ao Santo Padre o texto de algumas orações pela paz. Entre elas nos agrada reportar particularmente aquela dirigida ao Sagrado Coração, inspirada no testamento de Guilherme, o Conquistador".

Foi o lançamento mundial da Oração Simples. No dia 28 de Janeiro sucessivo "La Croix" reportou o artigo do quotidiano da Santa Sé, deixando inalterado seja o título seja as informações incompletas sobre a exata origem do texto. Por escrúpulo o Marquês escreveu ao jornal para completar as informações, mas calando volutamente "La Clochette", a primeira publicação que a tinha reportado: ele queria apenas esclarecer que não tinha sido composta pelo "Souvenir Normand". Passando por cima sobre as vicissitudes ligadas à famosa Oração (traduções, adaptações, títulos); sobre as intermináveis pesquisas de autor (até agora desconhecido); sobre o por que da atribuição a São Francisco, queremos sublinhar que a oração teve aquele sucesso mundial que desejava o Cardeal Gasparri em uma carta de 24 de Janeiro de 1916 ao Marquês Stanislas de A Rochethulon, e desejado pelo Papa, conforme quanto se lê naquele número do jornal do Papa: "O Santo Padre agradou-se sumamente com esta comovente oração que seria de se desejar achasse um eco em todos os corações e fosse a expressão do sentimento universal".

(©L'Osservatore Romano - 19-20 janeiro 2009)

Orlando Fedeli - "A pseudo oração da paz que São Francisco nunca escreveu"
MONTFORT Associação Cultural
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=oracao_paz&lang=bra
Online, 16/05/2015 às 09:29h

quarta-feira, 6 de maio de 2015

A Infalibilidade Papal - Pe. Júlio Maria Lombaerde

A infalibilidade do Papa e da Igreja católica manifesta-se por palavras expressas, indicando em termos claros e precisos, que o Papa, ao dar uma decisão, no-la dá, como Soberano Pontífice, gozando e usando neste momento da prerrogativa da infalibilidade, que lhe outorgou Jesus Cristo.

Para que uma decisão do Papa seja infalível, e obrigue a todo o católico, sob pena de heresia, são exigidas as três condições seguintes:

1. — Que o OBJETO desta decisão seja a fé, a moral ou a disciplina geral da Igreja

2. — Que esta decisão seja dada pelo Papa, não como Doutor privado, mas sim como Pastor e DOUTOR SUPREMO de todos os cristãos, sendo isto particularmente especificado.

3. — Que esta decisão seja dada pelo Papa, COMO OBRIGATÓRIA, para a Igreja universal.

Cumpridos estes três requisitos, diz-se que o Papa falou ex Cathedra, isto é, como estando sentado no trono de Pedro, definindo que uma doutrina sobre a fé e sobre a moral deve ser acreditada pela Igreja universal.

Eis a infalibilidade.

Ela não pertence propriamente À PESSOA do Papa, como tal, mas sim à sua FUNÇÃO, ou antes, ela é inerente a uma de suas funções, a de DOUTOR SUPREMO dos cristãos.

Para ser infalível, não é bastante ser Papa, nem exercer tal ou tal função do Papado: É mister exercer a função específica de falar ex Cathedra – super cathedram Petri, e falar à Igreja universal.

Há muitos Papas que nunca usaram deste privilégio, embora exercessem os outros misteres de chefe da Igreja. Não tiveram ocasião de exercê-lo.

Tais Papas possuíam a infalibilidade como prerrogativa, sem exercê-la, do mesmo modo que São Francisco de Assis possuía o poder de consagrar o Corpo e o Sangue do Salvador, embora a sua humildade o conservasse afastado do Altar, sem que jamais tenha celebrado a Santa Missa.

Quantos médicos, advogados, engenheiros, são formados na respectiva arte, sem exercer as funções desta arte! Possuem a prerrogativa, sem entretanto exercê-la.

Tudo o que faz um médico, não pertence à medicina; nem tudo o que um advogado faz, pertence à magistratura. Assim, tudo o que o Papa faz e diz não pertence à infalibilidade; são somente infalíveis aqueles ATOS DETERMINADOS, com os requisitos já mencionados.

Este ponto é importante e é necessário sublinhá-lo, pois é aí que está a fonte dos erros que correm a esse respeito e das confusões que reinam em certos espíritos a respeito deste dogma.

“O Papa não é infalível, nem como homem, nem como sábio, nem como sacerdote, nem como bispo, nem como príncipe temporal, nem como juiz, nem como legislador”, diz muito bem uma Instrução pastoral, altamente aprovada por Pio IX.

“O Papa não é infalível, nem impecável em sua vida, em seu comportamento, em suas visitas políticas, em suas relações com os príncipes, e nem sequer no governo da Igreja; mas ele o é única e exclusivamente quando, em sua qualidade de DOUTOR SUPREMO da Igreja, define assuntos de fé e de moral, decisões que devem ser aceitas e consideradas obrigatórias para todos os fiéis.

O cardeal Manning exprime-se do mesmo modo: Pelas palavras: ex Cathedra, acham-se excluídas da infalibilidade, diz ele, todos os atos do Pontífice como pessoa privada, ou como doutor particular, ou como bispo local, ou como soberano de um Estado.

Em todos estes atos o Papa está sujeito ao erro. Ele está isento de erro numa única circunstância, quando, como Doutor Supremo, ensina à Igreja universal, acerca da fé e da moral. (Hist. Conc. Vat.).

Podemos ir além, e restringir ainda mais a infalibilidade.

Eis um Papa assentado na Sé de S. Pedro, e que aí fala livremente ex Cathedra, à Igreja universal a respeito de um ponto de fé ou de moral. Tudo o que ele diz não é, por isso, infalível.

Até nos decretos ou bulas dogmáticas, diz um teólogo secretário geral do Concílio do Vaticano I (Dom Fessler) não se deve considerar tudo indistintamente como decisão dogmática, e, por conseguinte, como objeto da infalibilidade.

Em particular, não se deve considerar como infalível, o que é apenas mencionado de passagem, ou o que serve de introdução ou de consideração.

Todos os teólogos estão de acordo a esse respeito (Melchior Cano: De locis theol.).

A única coisa infalível no Papa é o DOUTOR SUPREMO da Igreja universal, acerca de fé e de moral.

Tudo o que contém uma bula dogmática não é, pois, infalível.

As considerações, os diversos argumentos que preparam o espírito estão excluídos, ficando o ATO DE FÉ reservado às palavras próprias da definição: palavras claras, precisas, muito solenes, pelas quais o Papa afirma que tal ou tal verdade é revelada por Deus, e que deve ser aceita, sob pena de anátema ou exclusão da Igreja.

Os termos das definições dogmáticas são os seguintes: Eis porque, apoiando-nos fielmente sobre a tradição que remonta até ao começo da fé cristã, para a glória de Deus nosso Salvador e a salvação dos povos cristãos, nós ensinamos e definimos que é um dogma devidamente revelado: a saber: ... Docemus et divinitus revelatum dogma esse definimus:

Aplicando estes termos à própria definição da infalibilidade, temos a seguinte declaração de fé:

“Que o Pontífice romano, quando fala ex Cathedra, isto é, quando preenchendo o cargo de Pastor e Doutor de todos os cristãos, em virtude de sua autoridade apostólica, define que uma doutrina sobre a fé ou a moral deve ser acreditada pela Igreja universal, goza plenamente, pela assistência divina, que lhe fora prometida na pessoa do Bem-aventurado Pedro, desta infalibilidade de que o divino Redentor quis dotar a sua Igreja, definindo a respeito da fé ou moral; e que, por conseguinte, tais definições do Pontífice Romano são irreformáveis por si mesmas, e não em virtude do consentimento da Igreja.

Se alguém, que Deus não o permita, tivesse a temeridade de contradizer a nossa definição, seja ele anátema.”


Eis um ato emanando do Doutor Supremo, sobre um ponto determinado da doutrina católica: tal ato é, pois, uma sentença da infalibilidade.

domingo, 3 de maio de 2015

Carta do Pe. Gruner de 12 de março de 2015

Tradução: Cristoph Klug

E naqueles dias veio João o Batista pregando no deserto da Judeia” (Mt III, 1)

Quinta, 12 de março de 2015
Festa de São Gregório Magno.

Estimado...,

Retornei recentemente de Roma, aonde fui para assistir a instalação dos novos cardeais em fevereiro. Mas enquanto estive ali, aconteceu algo inesperado – algo que fez tremer minha alma! – algo que não esperava.

Falei com o Pe. Gabriele Amorth, o mais famoso exorcista vivo. Suas palavras me abalaram como jamais outra coisa me abalou antes!

O Pe. Amorth disse-me que temos POUCO TEMPO antes que os castigos profetizados por Nossa Senhora de Fátima comecem a destruir nosso mundo de formas que dificilmente podemos imaginar!

QUANTO TEMPO? MENOS DE 8 MESES!

O Pe. Gabriele Amorth disse-me que a menos que a consagração da Rússia seja feita COMO PEDIU NOSSA SENHORA, em fins de outubro de 2015 as obscuras profecias de Fátima poderiam se cumprir a qualquer momento.

Por quê o Pe. Gabriele Amorth me contou isso? Para que o Apostolado de Nossa Senhora levante sua voz – como nunca antes.

PARA GRITAR A MENSAGEM DE FÁTIMA DESDE OS TELHADOS!

E para fazê-lo, devemos nos levantar juntos. Devemos ordenar todos os nossos recursos, todas as nossas forças e DESPERTAR O MUNDO DE SEU SONAMBULISMO SOBRE SEU TERRÍVEL DESTINO!

Não há acidentes. Tudo é Providência. O Pe. Amorth é ainda, com seus 85 anos, o chefe exorcista de Roma. Ele realizou dezenas de milhares de exorcismos e escreveu vários livros sobre este assunto. Foi o sucessor escolhido pelo Pe. Cándido, seu predecessor com fama de santidade, o qual tinha dons espirituais. O Pe. Amorth sabe que estamos na última batalha com Satanás e que seu tempo é curto.

Eu me encontrei e falei com o Pe. Amorth muitas vezes no decorrer dos anos. Esta é a primeira vez que me disse de forma direta quanto tempo nos resta – exatamente – antes que os castigos do mundo comecem.

Em Sua amante misericórdia, Nosso Senhor já deu à nossa geração muitas oportunidades para abandonar a maldade e a mentira antes de que levemos a cabo nossa própria destruição

ANTES QUE ELE CASTIGUE, NOSSO SENHOR SEMPRE NOS PREVINE POR MEIO DAS PALAVRAS DE SEUS PROFETA E SANTOS!

No deserto espiritual de nosso tempo, Nosso Senhor nos enviou UMA ADVERTÊNCIA URGENTE por parte de quem está exaltada nos Céus mais que o próprio João Batista.

Quão importante é a Mensagem de Fátima?

NOSSO SENHOR ESCOLHEU SUA MÃE PARA DAR-NOS A MENSAGEM DE FÁTIMA!

Mantenhamos este fato diante de nós quando consideramos esta mensagem! É A MÃE DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO QUEM NOS FALOU EM FÁTIMA! Nosso Senhor haveria enviado a Sua Mãe se a mensagem não fosse de maior importância?

Pode Nosso Senhor, que ama e honra a Sua Mãe acima de todas as criaturas, estar contente pela maneira como Sua Mensagem foi recebida pela Sua Igreja? Por seus ministros? Imaginem como se sentiriam vocês se fosse sua mãe a que é desonrada, menosprezada, e até insultada.

A IRA DE DEUS É GRANDE, E AUMENTOU! E CADA DIA QUE AS PALAVRAS DE NOSSA SENHORA SÃO IGNORADAS APROXIMA-SE DE NÓS O TERRÍVEL CASTIGO. ALÉM DA IMAGINAÇÃO!

Verdadeiramente que os líderes da Igreja, ao desobedecer a Nossa Senhora de consagrar a Rússia ao Seu Imaculado Coração, colocaram o mundo e milhões de almas em perigo.

DEVEMOS ADVERTIR O MUNDO!

As palavras do Pe. Amorth devem ressoar em nossos corações. Devemos agir agora. O relógio não se detém!

Seu em Jesus, Maria e José,

Pe. Nicholas Gruner
Fatima Center
Servants of Jesus and Mary
17000 State Route 30
Constable, NY 12926-9989

*
PE. KRAMER SOBRE A MORTE DO PE. GRUNER

A máfia curial em Roma seguramente está feliz pelo fim de seu nêmesis, o Pe. Nicholas Gruner. Não deveriam estar felizes, mas atemorizados e apreensivos se entenderam o plano providencial da sabedoria divina; sua “alegria transformou-se em luto” (Br IV, 34). Deus retirou seu Mensageiro de Nossa Senhora – o “tempus acceptabile” (2 Co II), em que Deus deu o “dies salutis”, isto é, o tempo de oportunidade para arrependimento, terminou. O mensageiro da penitência e da reconciliação foi retirado, o “tempus acceptabile” será seguido do “dies irae” – o “grande e terrível dia do Senhor” (magnus enim dies Dominiet terribilis valde et quis sustinebit eum – Joel II, 11) “E o Senhor dará sua ordem diante de seu exército; porque muito grandes são seus batalhões; forte é o que executa sua ordem; porque grande é o dia do Senhor. e muito terrível; e quem o poderá suportar?”


sábado, 2 de maio de 2015

Comentários Eleison - CDVII (407) - Bom Senso Sobre a Vacância da Sé - II

Por Dom Richard Williamson
Tradução: Cristoph Klug

Um Papa herege é todavia chefe da Igreja,
Ainda que como membro pessoal, esteja morto.



Em relação à deposição de um Papa herege, os Dominicanos Tradicionais de Avrillé na França nos tem feito um grande favor ao publicar não somente as considerações clássicas de João de São Tomás (cf. CE 405), mas também as de outros teólogos proeminentes. Concisamente, as melhores mentes da Igreja ensinam que um simples e popular argumento hoje em dia, por exemplo, de que um Papa herege não pode ser um membro da Igreja, e consequentemente muito menos seu chefe, é por demais simples. Concisamente, há mais no Papa que simplesmente o católico individual que, por cair em heresia, perde a fé e com ele sua comunhão na Igreja. Para a Igreja, o Papa é muito mais que um católico individual. Para esclarecer, apresentamos os argumentos destes teólogos em forma de perguntas e respostas:


Primeiro de tudo, é possível para um Papa cair em heresia?

Se ele compromete todas as quatros condições de seu Magistério Extraordinário, ele não pode ensinar heresia, mas que ele possa pessoalmente cair em heresia é a opinião mais provável ao menos nos teólogos antigos.

Então se ele certamente cai em heresia, isso não faz com que ele cesse de ser um membro da Igreja?

Como uma pessoa católica individual sim, mas como Papa, não necessariamente, porque o Papa é muito mais que simplesmente um católico individual. Como disse Santo Agostinho, o sacerdote é católico para si mesmo, mas é sacerdote para os demais. O papa é papa para a Igreja inteira.

Mas, supondo que a grande maioria dos católicos possam ver que ele é um herege porque ele o é obviamente, não seria nesse caso que sua heresia torne impossível que ele ainda seja Papa?

Não, porque ainda que sua heresia fosse óbvia, ainda assim muitos católicos podem negá-lo, por exemplo, por causa de sua “piedade” pelo Papa e, por consequência, para prevenir uma confusão surgindo através de toda a Igreja, seria necessária uma declaração oficial da heresia do Papa para vincular aos católicos que permaneçam unidos. Tal declaração deveria proceder de um Concílio da Igreja congregado para tal propósito.

Mas se a heresia fosse pública e óbvia, não seria isso seguramente suficiente para depô-lo?

Não, porque em primeiro lugar cada herege deve ser oficialmente advertido antes de ser deposto, para o caso de que ele se retrate de sua heresia. E, em segundo lugar, na Igreja ou no Estado, cada oficial de alta esfera está servindo ao bem comum e, pelo bem comum, ele deve permanecer no ofício até que ele seja oficialmente deposto. Assim, tal como um bispo permanece no ofício até que ele seja deposto pelo Papa, assim o Papa permanece no ofício até que a declaração oficial de sua heresia por um Concílio da Igreja permite a Cristo depô-lo (cf. CE 405).

Mas, se um herege não é membro da Igreja, como pode ele ser seu chefe, o membro mais importante?

Porque sua pertença pessoal é algo diferente de sua autoridade oficial. Pela sua pertença pessoal ele recebe santificação da Igreja. Pela sua autoridade oficial ele manifesta o governo oficial da Igreja. E receber não é manifestar. Por cair em heresia, o Papa cessa de ser um membro vivo da Igreja, isso é certo, porém com isso não cessa de estar capacitado, ainda como membro morto, de governar a Igreja. Sua pertença na Igreja por fé e caridade é incompatível com a heresia, mas seu governo da Igreja por sua jurisdição oficial, não requerendo nem fé nem caridade, é compatível com a heresia. 

Mas por sua heresia é um Papa que já perdeu seu papado!

Pessoalmente e em privado isso é certo, mas isso não é público e oficialmente certo até que um Concílio da Igreja tenha tornado sua heresia não somente pública, mas também oficial. Até então o Papa deve ser tratado como Papa, porque para a tranquilidade e o bem comum da Igreja, Cristo mantém Sua jurisdição.


Kyrie eleison.