Por Dom Richard Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (Blogue Borboletas ao Luar)
09 de agosto de 2014
Admitamos então (CE 368) que as ordens do Deus Todo-Poderoso para exterminar certos povos no Antigo Testamento (por exemplo: I Sm 15) foram atos de justiça e misericórdia para com os próprios pagãos, e um ato também designado para ajudar os israelitas a seguirem adiante na preparação do berço para a chegada, muitos séculos depois, do Deus Encarnado, Nosso Senhor Jesus Cristo. Este berço os israelitas proporcionaram, especialmente a Santíssima Virgem Maria, a quem toda a raça humana tem uma dívida sem limites de gratidão. Quem quer de nós que chegue ao Céu, só o faz por sua intercessão.
Então, que relação pode haver entre esses judeus por meio dos quais veio a salvação (Jo 4, 22), e os tantos judeus de hoje que estão massacrando os palestinos ou apoiando moralmente ou financeiramente o massacre? A maioria dos judeus de hoje são judeus Askenazi, e podem muito bem não ser descendentes de Abraão; mas seja como for, é certo que eles absorveram do Talmude, o livro sagrado do Judaísmo pós-cristão que Nosso Senhor chamou de “o fermento dos fariseus e dos saduceus” (Mt 16, 11), que é o espírito de seus inimigos implacáveis que o crucificaram e têm combatido Sua Igreja desde então. Como pode esse Povo Eleito ter se tornado consistentemente um dos Seus piores inimigos? (Se esta simples pergunta parece “antissemita”, nos recordemos que a verdade é boa, enquanto que o “antissemitismo” é mau; então, nenhuma verdade pode ser “antissemita”, e nada que seja “antissemita” pode ser verdade. O que se segue é a verdade, e nada tem que ver com o chamado “antissemitismo”).
Em primeiro lugar, se o Povo Eleito se voltou contra seu Deus, o problema pode parecer cronológico, mas não é. Em todo o Antigo Testamento houve israelitas que se voltaram contra Deus, como, por exemplo, os adoradores do bezerro de ouro, ou os judeus exilados na Babilônia. Deus teve de punir frequentemente seu próprio povo “de dura cerviz” e rebelde. Da mesma forma, desde o início do Novo Testamento até os nossos dias houve sempre judeus notáveis convertidos, como São Paulo, que foi tão judeu quanto poderia sê-lo (cf. Rm 9, 1-5; II Co 11, 21-22; Fl 3, 4-6). A diferença entre os israelitas e os israelenses é a mesma diferença que sempre houve entre aqueles de qualquer raça que amam a Deus e aqueles que se rebelam contra Ele. A verdadeira linha “judaico-cristã” estende desde Abel, passando, por exemplo, por Abraão, Moisés, Davi e a Mãe de Deus até a Igreja Católica. A falsa linha “judaico-cristã”, mas verdadeiramente “judaico-maçônica” se estende desde o amaldiçoado Caim, passando, por exemplo, pelos assassinos dos profetas de Deus, por Anás e Caifás, até a moderna Maçonaria, que foi criada pelos judeus e continua controlada por eles com o propósito de lutar contra a Igreja Católica, ainda que muitos maçons ignorem este fato.
Muito bem, mas não é especialmente acentuado o contraste entre israelitas e israelenses? Sim, porque como diz o velho ditado, “Quanto mais altos eles são, maior sua queda”. Como aqueles membros do Povo Eleito se recusaram a ser os servos especiais de Deus, como têm feito desde a Encarnação, acabaram sendo obrigados a se tornarem servos especiais do Diabo. Não houve para eles possibilidade de escolha entre uma coisa e outra. E o que estava por trás dessa recusa? Em uma só palavra: orgulho. Em vez de usar os dons especiais que Deus os deu para a Sua glória, eles os redirecionaram para a sua própria glória. Antes que o Messias chegasse, eles o conceberam erroneamente como seu salvador material ao invés de salvador espiritual, de modo que, quando Ele veio, eles se recusaram a reconhecê-Lo, e desde então lutam contra Ele por ter substituído sua religião mosaica racialmente exclusiva com a religião católica racialmente inclusiva, aberta a todas as raças.
E o que os católicos podem fazer para resistir à esmagadora dominância material dos outrora Eleitos à nossa volta? Materialmente, quase nada, mas uma simples alma que esteja a orar espiritualmente e sinceramente para o reino de Deus vir, e para que seja feita a Sua vontade, pode fazer com que Deus mova montanhas, o que é brincadeira de criança para Ele, que permite esse domínio apenas para nos levar de volta para Si.
Kyrie Eleison.
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