Por Dom Richard Williamson
Tradução: Andrea Patrícia (Blogue Borboletas ao Luar)
23 de abril de 2016
Temos um terceiro bispo da Resistência agora,
Como e por que, uma Declaração menciona.
Como e por que, uma Declaração menciona.
No dia 19 de março, pouco mais de um mês atrás, Dom
Tomás de Aquino foi discretamente sagrado bispo, para o benefício das almas de
todo o mundo que desejam manter a verdadeira Fé católica. Assim como quando Monsenhor
Faure foi consagrado, exatamente um ano antes, a cerimônia foi belamente organizada pelos
monges do Mosteiro da Santa Cruz, nas montanhas por detrás do Rio de Janeiro, em
sua catedral de aço, belamente decorada para a ocasião, como no ano passado. O
tempo estava seco e quente, mas não muito quente. São José fez com que tudo
corresse sem dificuldades. Devemos a ele um grande agradecimento.
Havia um pouco mais de gente
que no ano passado, mas a maioria delas era de lugares próximos dentro do
Brasil. Não houve jornalistas presentes, e o evento foi praticamente mencionado
só nas fontes católicas tradicionais. Houve uma conspiração de silêncio? Houve
alguma recomendação para que não se desse atenção? Não importa. O que realmente
importa é o que Deus parece estar sugerindo, a saber, que a sobrevivência da Fé
não requer, no momento, publicidade ou fazer-se conhecer, mas, talvez, deslizar
nas sombras, das quais a Igreja pode suavemente descer às catacumbas para
esperar por sua ressurreição depois que a tormenta do mundo, que promete ser
humanamente terrível, seja levada a cabo.
Em todo caso, temos agora outro bispo, firmemente na
linha de Monsenhor Lefebvre, e no lado oeste do Atlântico. Assim como Monsenhor
Faure, ele conhecia bem o Arcebispo e era um confidente seu. Dom Tomás de
Aquino nunca trabalhou com o Arcebispo diretamente dentro da FSSPX; mas, porque
não era um membro da Fraternidade, o Arcebispo deve ter se sentido mais livre
para compartilhar seus pensamentos e ideias com ele. Certamente ele deu ao
jovem monge inestimáveis conselhos em mais de uma ocasião, os quais Dom Tomás nunca
esqueceu. Os católicos que creem não estão equivocados – houve poucas exceções
à reação majoritariamente positiva pelo presente de Deus de outro verdadeiro
pastor de almas.
Na época da consagração, os dois bispos consagrantes
fizeram uma Declaração que não obteve ainda muita publicidade. Ela expõe em
profundidade o fundamento da consagração, mostrando como este evento,
aparentemente estranho, não o é em absoluto; ao contrário, é muito natural,
dadas as circunstâncias. Aqui está a primeira parte da Declaração. A segunda
parte terá de vir no “Comentário Eleison” da próxima semana.
Nosso Senhor Jesus
Cristo advertiu-nos que em sua segunda vinda a fé teria quase desaparecido da
face da terra (Luc. XVIII,8); deduz-se que, a partir do triunfo da Igreja na
Idade Média, ela somente poderia experimentar um grande declínio até o fim do
mundo. Três agitações em particular marcaram os estágios deste declínio: o
protestantismo, que rechaçou a Igreja no século XVI; o liberalismo, que
rechaçou Jesus Cristo no século XVIII; e o comunismo, que rechaçou Deus
completamente no século XX.
Entretanto, o pior
de todos foi quando esta Revolução por etapas conseguiu penetrar na Igreja,
graças ao Concílio Vaticano II (1962–1965). Querendo manter a Igreja em contato
com o mundo moderno que tanto havia se afastado dela, o Papa Paulo VI conseguiu
que os padres do Concílio adotassem “os valores de 200 anos de cultura liberal”
(Cardeal Ratzinger).
O que os padres adotaram
foi o tríplice ideal da Revolução francesa, em particular, a liberdade, a
igualdade e a fraternidade, sob a tríplice forma de liberdade religiosa,
cuja ênfase na dignidade humana implica a elevação do homem acima de Deus; de colegialidade,
cuja promoção da democracia mina e nivela toda a autoridade dentro da Igreja; e
de ecumenismo, cujo louvor às falsas religiões implica a negação da
divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. No transcurso de meio século desde o
fim do Vaticano II, as consequências mortais para a Igreja em relação a esta
adoção dos “valores” revolucionários se tornaram mais e mais óbvias, culminando
em gravíssimos escândalos quase cotidianos que mancham o pontificado do Papa
reinante.
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