25 de fevereiro de 2017
“Vox túrturis audita est in terra nostra”
(Cant. II, 12)
Mesmo crendo que o texto da terceira parte do Segredo de Fátima não foi devidamente ou inteiramente ou de modo nenhum revelado pelo Vaticano, temos sérias razões para pensar que ele trata da apostasia atual.
Ora desde há muito tempo vemos o mundo católico traído por parte de sua hierarquia. Um artigo de Gustavo Corção (publicado em “Diário de Notícias”, de 20 de outubro 1967) já denunciava esta traição. Deixemos a palavra ao ilustre escritor:
“Tenho diante dos olhos um programa que anuncia: COMEMORAÇÃO DA REFORMA LUTERANA em fins deste mês. E quem é que quer comemorar os 450 anos de luteranismo? Os católicos. Aconselhados por quem? Pela hierarquia eclesiástica desta cidade do Rio de Janeiro. Sim senhores: os católicos querem COMEMORAR a data que foi um desastre para a Igreja e para a Civilização. Em nome de quê? Dizem que em nome do ecumenismo (…) E aqui está a consciência católica mais uma vez afligida, mais uma vez aturdida diante de novidades tolas que surgem por toda a parte como se já não existisse autoridade na Igreja. Disse autoridade? Não, digo como se já não existisse Igreja.”
Festejaram no Rio os 450 anos da Reforma, apesar dos protestos do pequeno grupo de fiéis que, com Gustavo Corção, tentavam, com sucesso, permanecer católicos, mas que tentavam, sem sucesso, abrir os olhos da hierarquia e impedir mais um ultraje lançado ao rosto de nossa Mãe a Santa Igreja. Hoje, festejam-se os 500 anos não só no Rio mas em Roma. Não tenho todos os detalhes dos atos e ditos do Papa Francisco a esse respeito, mas tenho na memória que ao longo destes 50 últimos anos os inimigos da Igreja se fartaram em exaltar hereges e em humilhar Dom Lefebvre, Dom Antõnio de Castro Mayer, sem falar de São Pio X e todos os pontífices, os quais não são senão os enviados d’Aquele que disse: “Quem vos despreza, a mim despreza.”
E a autoridade da Igreja? E a Igreja? Onde estão? Estão em parte ocupadas por cruéis inimigos e em parte por cegos que não sabem o que fazem.
Vigilemos e oremos, pois esta é a hora das trevas. A Igreja está em agonia como seu divino Esposo. Vigiemos com ela nesta hora.
+ Tomás de Aquino OSB
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