11 de agosto de 2013
Permitam-me aqui um parêntesis. Cuidado com o qualificativo de “modernistas”. Não olhemos com desdém ao restante dos católicos, aos que chamamos secamente de modernistas, pois, em sua imensa maioria, são vítimas dos salteadores que os despojam da verdadeira fé. Cuidado, porque esses, muitas vezes, muitíssimas, são isso: vítimas, não vitimadores. Não são os assaltantes da parábola, senão o homem assaltado. Pensemos, por exemplo, no imenso bem espiritual que, em sua grande simplicidade, com suas fervorosas orações fazem essas anciãs “modernistas”, verdadeiras devotas do Rosário, assíduas nas paróquias; pensemos nessas monjas “modernistas” de clausura que, apesar da Missa Nova e das más pregações, vivem inteiramente crucificadas por causa de sua caridade ardentíssima. Pensemos nesses sacerdotes e leigos que se esforçam sinceramente para alcançar a santidade, apesar de ter de respirar cada dia a fumaça liberal que entrou no templo através do buraco escavado desde dentro por uma hierarquia de traidores. Cuidado com o desprezo pelo próximo: não nos vá a suceder que estejamos fazendo às vezes a oração do fariseu: graças te dou, Senhor, porque não sou como os demais homens, nem como esses estúpidos e ignorantes modernistas das paróquias. Cuidado: pior que ser herege material modernista é ser um orgulhoso tradicionalista, porque Deus resiste aos soberbos e dá sua graça aos humildes (1Pd V, 5). Cuidado com a soberba. O orgulho farisaico é a grande tentação dos tradicionalistas. Os fariseus foram os descendentes dos assideus, esses mártires e heróis tradicionalistas que combateram às ordens dos Macabeus. Cuidado com a soberba. A esses que parecem viver de diatribes e discussões, teríamos de lhes perguntar o que é mais importante: se ter razão ou ter caridade. Se os tradicionalistas temos a verdade, é por um presente, uma graça de Deus. Mas a luz da fé verdadeira é para iluminar os homens em ordem à salvação eterna, não para querer deslumbrá-los fazendo gabo de conhecimentos, nem para esmagá-los.
Estimados fiéis: Deus nos faça caridosos e humildes. Certamente, os tradicionalistas devemos ser o bom samaritano especialmente para com todas as pobres ovelhas assaltadas e feridas por esses ministros do diabo que lhes dão a beber o veneno liberal e modernista. Estes últimos se comportam como os ladrões da parábola, de modo muito mais criminoso que o Sacerdote e o levita, que pecaram somente por omissão. Estes ladrões são a Hierarquia liberal que objetivamente despoja e assassina às almas desde essa verdadeira emboscada que foi o Vaticano II. Com estes envenenadores de almas não cabe buscar cooperação nem concórdia alguma, nem menos aceitar a possibilidade de se submeter um dia ao seu poder destruidor. Se o samaritano houvesse pretendido pôr-se às ordens dos ladrões, não teria feito com isso um ato de caridade, senão a maior insensatez imaginável. E teria terminado roubando o assaltado e o deixado mais ferido também. A primeira caridade é a verdade. No caso dos tradicionalistas, a primeira caridade está em conservar a salvo o alimento saudável das almas, o tesouro divino da fé católica, a Verdade, essa Verdade que um dia voltará a resplandecer na Igreja porque as portas do inferno não prevalecerão (Mt XVI, 18).
Que pela intercessão da Santíssima Virgem, Deus nos conceda a humilde caridade fraterna.
Rev. Pe. René Trincado
Sociedade dos Apóstolos de Jesus e Maria (SAJM)
Sociedade dos Apóstolos de Jesus e Maria (SAJM)
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