Por Dom Richard N. Williamson
20 de Agosto de 2016
Três Bispos disseram a verdade, mas “Ninguém tão cego
Como aquele que não quer ver” – ele se encerra em seu ego.
Lendo as duas questões recentes destes “Comentários” sobre a mentalidade que induz o Superior Geral da Fraternidade Sacerdotal São Pio X a buscar implacavelmente a um acordo meramente prático com as autoridades da Igreja em Roma, um bom amigo me recordou que as ideias foram estabelecidas há quatro anos em sua Carta de 14 de abril de 2012, na qual ele respondeu aos outros três bispos, que o advertiram-no seriamente contra a tentativa de qualquer acordo meramente prático com Roma. Muitos leitores hoje destes “Comentários” podem ter esquecido, ou nunca souberam, daquele avisou ou resposta do Bispo Fellay. Certamente, a troca de cartas diz muita coisa que vale a pena recordar. Aqui estão elas, resumidas tão cruelmente como de costume, com breves comentários —
A principal objeção dos três bispos a qualquer acordo prático com Roma realizado sem um acordo doutrinal era o abismo doutrinal entre a Roma Conciliar e a Sociedade Católica Tradicional. Meio ano antes da morte do Arcebispo Lefebvre, ele disse que quanto mais se analisa os documentos e a repercussão do Vaticano II, mais se percebe que o problema são menos os erros clássicos em particular, mesmo a liberdade religiosa, colegialidade e ecumenismo, do que “uma total perversão da mente” em geral, subjacente a todos os erros específicos e procedendo de “uma inteira nova filosofia fundada no subjetivismo”. Contra o argumento-chave do Bispo Fellay de que os Romanos já não são tão hostis, mas benevolentes para com a Fraternidade, os três bispos responderam com outra citação do Arcebispo: tal benevolência é apenas uma “manobra”, e nada poderia ser mais perigoso para o “nosso povo” do que “colocar-nos nas mãos dos bispos conciliares e da Roma modernista”. Os três bispos concluíram que um acordo meramente prático destroçaria a Fraternidade à parte e a destruiria.
Para esta profunda objeção, tão profunda quanto o abismo entre o subjetivismo e a verdade objetiva, o bispo Fellay respondeu (google Bispo Fellay, 14 de abril de 2012): — 1. que os bispos estavam “muito humanos e fatalistas”. 2. A Igreja é guiada pelo Espírito Santo. 3. Por trás da real benevolência de Roma pela FSSPX está a Providência de Deus. 4. Equivaler os erros do Concílio a uma “super-heresia” é uma exageração inapropriada, 5. o que irá conduzir, logicamente, os tradicionalistas ao cisma. 6. Nem todos os Romanos são modernistas, pois cada vez menos deles acreditam no Vaticano II, 7. a tal ponto que se o Arcebispo estivesse vivo hoje, não teria hesitado em aceitar o que está sendo oferecido para a FSSPX. 8 Na Igreja sempre haverá o joio e o trigo, então o joio Conciliar não é motivo para um recuo. 9 Como eu desejo aconselhar vocês três, mas cada um de vocês em diferentes posições “fortemente e apaixonadamente não conseguiram me compreender”, e até me expuseram em público. 10 Opor a Fé à Autoridade é “contrário ao espírito sacerdotal”.
E finalmente, os brevíssimos comentários sobre cada um dos argumentos do Bispo Fellay: —
1 “Muito humano”? Como disse o Arcebispo, o grande abismo em questão é mais filosófica (natural) do que teológico (sobrenatural). “Muito fatalista”? Os três bispos foram muito mais realistas que fatalistas. 2 Os homens da Igreja conciliar são guiados pelo Espírito Santo quando eles destroem a Igreja? 3 Por trás da real malevolência de Roma está a firme resolução de dissolver a resistência da FSSPX contra a nova religião Conciliar – assim como aconteceu com as Congregações Tradicionais no passado! 4 Apenas subjetivistas por si mesmos não conseguem enxergar o abismo entre subjetividade e Verdade. 5 Católicos objetivistas firmes na Verdade estão longe do cisma. 6 Maçons-livres mantém um cinturão em Roma. Nenhum neo-modernista possui poder para falar ali. 7 Acreditar que o Arcebispo teria aceitado as ofertas atuais de Roma é não compreendê-lo completamente. O problema básico só tem piorado desde a sua época. 8 A colher do Bispo Fellay está muito curta para ele cear com os (objetivos) demônios Romanos. 9 Os três bispos não só compreenderam bem o Bispo Fellay, mas ele não quer dar ouvidos ao que os três têm dito a ele. Ele faz de si mesmo infalível? 10 São Paulo certamente imaginou que a Autoridade poderia se opor à Fé – (Gl I, 8-9 e II, 11). São Paulo tinha falta de “espírito sacerdotal”?
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