Ordenação sacerdotal de Dom Tomás de Aquino

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Padre Pio, o Concílio e a Missa Nova

A reação de São padre Pio ao concílio e à missa nova



Publicamos a seguir um extrato do artigo do Frei João, capuchinho de Morgon (França), publicado na Carta aos amigos de São Francisco, n° 17, de 02/02/1999:


«Modelo de respeito e de submissão para com os seus superiores eclesiásticos e religiosos, em particular por ocasião das perseguições contra a sua pessoa, o Padre Pio de Pietrelcina não podia ficar mudo perante um desafio nefasto à Igreja.

Antes mesmo do fim do concílio, em fevereiro de 1965, anunciaram-lhe que seria preciso em breve celebrar a missa segundo um novo rito “ad experimentum”, em língua vulgar, e elaborado por uma comissão litúrgica conciliar para responder às aspirações do homem moderno.

Antes mesmo de ter o seu texto debaixo dos olhos, escreveu imediatamente a Paulo VI pedindo-lhe fosse dispensado desta experiência litúrgica e pudesse continuar a celebrar a missa de São Pio V.

Tendo-se o cardeal Bacci deslocado em pessoa para lhe levar esta autorização, Padre Pio deixou escapar esta queixa junto do enviado do Papa: “O Concílio, por piedade, acabai com ele depressa!”

Papa Paulo VI

No mesmo ano, na euforia conciliar que prometia uma “nova primavera” para a Igreja e para o mundo, confiava a um de seus filhos espirituais: “Rezemos nesta época de trevas. Façamos penitência pelos eleitos.

[...]

Quão significativas outras cenas: essas reações em face do “aggiornamento” que as ordens religiosas assimilaram no dia seguinte ao Vaticano II (citações extraídas duma obra munida de imprimatur): 

“O Padre Geral (dos franciscanos) veio de Roma antes do capítulo especial para as constituições, em 1966, para pedir ao Padre Pio orações e bênçãos. Encontrou o Padre Pio no corredor do convento: ‘Padre, vim para vos recomendar o capítulo especial para as novas constituições...’ Apenas ouviu ‘capítulo especial’, Padre Pio fez um gesto violento e gritou: ‘Não são senão parlapatices e ruínas!’ ‘Mas que quereis, Padre?

As novas gerações... os jovens evoluem à sua maneira... há novas exigências...’ ‘É o cérebro e o coração que faltam, eis tudo, a inteligência e o amor’.

Em seguida avançou para a sua cela, deu meia-volta, apontou o dedo dizendo: ‘Não nos desnaturemos, não nos desnaturemos! Quando Deus nos julgar, São Francisco não nos reconhecerá como filhos!’ 

Padre Pio de Pietrelcina


“Um ano depois, a mesma cena para o “aggiornamento” dos capuchinhos: “Um dia, confrades com o Padre Definidor Geral discutiam sobre a Ordem, quando o Padre Pio, tomando uma atitude espantosa, se pôs a gritar ao mesmo tempo que fixava o olhar ao longe: ‘Mas o que estais prestes a fazer em Roma? Que combinais vós? Quereis mesmo mudar a Regra de São Francisco!’ E o Definidor diz: ‘Padre, propõem-se estas mudanças porque os jovens nada querem saber da tonsura, do hábito, dos pés descalços...’

‘Expulsai-os fora! Expulsai-os fora! Mas quê? São eles que vão fazer um favor a São Francisco ao tomarem o hábito e ao seguirem o seu modo de vida, ou é antes São Francisco que lhes faz um grande dom?’”

Se se considera que o Padre Pio foi um verdadeiro alter Christus, que toda a sua pessoa, corpo e alma, foi tão perfeitamente conforme quanto possível à de Jesus Cristo, esta recusa nítida das inovações da Missa e do “aggiornamento” deve ser para nós uma lição a reter.

É também notável que o Bom Deus tenha querido lembrar-se dele, seu fiel servidor, pouco tempo antes da imposição implacável das reformas do Concílio no seio da Igreja e da ordem capuchinha. E que Katarina Tangari, uma das suas filhas espirituais mais privilegiadas, tenha apoiado tão admiravelmente os padres de Écône até à morte, um ano após as sagrações episcopais.

E Padre Pio ainda era menos complacente em face da ordem — ou antes da desordem — social e política: “confusão de ideias e reino dos ladrões” (em 1966).

Profetizou que os comunistas chegariam ao poder “por surpresa, sem desfechar golpe... Nós nos daremos conta disso da noite para o dia”.

Chegou a precisar até, a Monsenhor Piccinelli, que a bandeira vermelha flutuará sobre o Vaticano, “mas isso passará”.

Ainda aqui a sua conclusão coincide com a da Rainha dos Profetas: “Mas por fim o meu Coração Imaculado triunfará!”»

Texto enviado por Rev. Pe. Ernesto Cardoso.

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