Nunca houve a propalada exposição pública das teses de Lutero; trata-se apenas de uma lenda histórica, inventada pelas Igrejas Protestantes, segundo a qual Martinho Lutero, monge agostiniano e professor de Teologia da Universidade de Wittemberg, pregou noventa e cinco teses, aos 34 anos, na porta da igreja do Castelo de Wittemberg, abrindo, com essas “ressonantes marteladas”, uma nova era na história da Igreja e do mundo europeu. Isto é o que dizem os historiadores da Igreja Católica Romana, na época moderna, com base em pormenorizados estudos nas fontes existentes. Surgiu uma polêmica científica sobre o problema entre os professores universitários Erwin Iserloh, Klemens Honselmann, Kurt Aland, Heinrich Bornkamm e muitos outros[1].O fato fora de questão, e que pode ser comprovado inequivocamente nas fontes, é que Lutero, no dia 31 de outubro de 1517, enviou as noventa e cinco teses sobre as Indulgências, por ele redigidas, ao Arcebispo Albrecht von Hohenzollern, de 27 anos, então em exercício de suas funções na cidade de Magdeburgo. O manuscrito foi acompanhado de uma respeitosa carta.
FITZER, Gottfried. O que Lutero realmente disse,
Civilização Brasileira, 1971, p. 1.
[1]
Erwin Iserloh, A Fixação das Teses por
Lutero: Fato histórico ou lenda?, Wiesbaden, 1962.
Clemens Honselmann, “A
Publicação das Teses Sobre as Indulgências, de Lutero: 1517” (in Teologia e Fé, 55, 1965, pp. 1-23).
Hans Volz, A Afixação das Teses de Lutero e sua
Preparação, Weimar, 1959.
Kurt Aland, As Noventa e Cinco Teses de Lutero,
Hamburgo, 1965, Editora Furche, nº 211.
Heinrich Bornkamm, Teses e a Afixação das Teses de Lutero,
Berlim, 1967.
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